Paradoxo

Em tempos de MSN, facebook e twitter escrever tornou-se uma verdadeira aventura. Imagine, então, escrever uma carta. Essa, com certeza, é uma arte perdida.

Recentemente ouvi de um professor de Física a seguinte afirmação: “Quando os físicos não conseguem compreender muito bem algo, eles costumam dar nomes a este algo”.

Quem me conhece sabe que um de meus maiores prazeres é a leitura. Quando penso em todos os livros que quero ler e reler, chega a me dar um frio na barriga, pois [...]

Definitivamente, não gosto de enterros. E, para falar a verdade, menos ainda de velórios.

Era uma noite quente. Opressiva. Os lençóis colavam-se ao corpo, tornando a cama um lugar desconfortável, incômodo.

Na penumbra de uma sala, um homem descansa, sentado em uma confortável poltrona. Seus olhos estão fechados, sua respiração é lenta. No entanto, ele não dorme. Apenas escuta.

Quando abri os olhos senti o chão duro e frio debaixo do corpo. Minha cabeça dava voltas e não conseguia lembrar nada. “Ah, meu Deus! Como fui me perder?”, na hora pensei.

Há mais de três horas ele permanecia com a arma apontada para a cabeça da mulher. Mais de três horas. Dentro da casa o silêncio era completo, mas ruídos vindos da rua deixavam claro que algo fora do normal estava acontecendo.

A loucura se manifestara aos poucos. Um sopro gelado na nuca, pensamentos sem sentido e uma angústia estranha que ia e vinha sem avisar.

Franz Kafka disse: “Deveríamos apenas ler livros que nos mordem e espicaçam. Se a obra que lemos não nos desperta com um golpe de punho sobre o crânio, qual é a vantagem de ler?".

Vestibular, ENEM, PROUNI, cotas, todos esses nomes estão ligados ao mesmo assunto: o ingresso em uma universidade.

De olhos bem abertos ela fitava o teto. Imagens dispersas deslizavam umas sobre as outras, enroscando-se numa massa caótica de energia desperdiçada. Os ponteiros do relógio, alheios ao seu sofrimento, moviam-se silenciosamente.

Paulinho reconheceu de imediato a voz. Sua primeira reação foi fugir e se esconder até que a próxima aula recomeçasse.

O despertador começou a tocar. Ele odiava esse despertador. Mas o que mais detestava na vida era acordar cedo para ir à escola. Odiava a escola! Com um suspiro, desligou o alarme antes que a mãe viesse bater na porta.

Se há algo absolutamente certo na vida é a morte. Podemos não saber quando ela ocorrerá – se será cedo ou tarde – mas jamais duvidamos que, desde o instante do nosso nascimento, temos um encontro marcado com ela.

Escondida no canto mais escuro do quarto, a criatura esperava.

Com uma gilete ela traçava pequenos cortes ao longo do braço. Nada muito sério que os outros pudessem perceber, mas suficientemente dolorosos para que ela os sentisse.

- Para, Roberto! Já chega! – pedia a mulher.

Uma breve, mas nem por isso menos dolorosa, visão do inferno. Foi esse o meu sentimento ao percorrer as 390 páginas do livro de Mario Vargas Llosa, “O Sonho do Celta” (Objetiva).

No recreio, professores, divididos em pequenos grupos, conversavam e brincavam, aproveitando a pausa antes do último turno de aula. De repente, uma das alunas, aos gritos, irrompeu na sala avisando que um dos meninos estava armado [...]