Animais na heráldica (II) / Manoel de Oliveira em BH

Aves negras num brasão de Portugal: quatro corvos aparecem no emblema de Abrantes e simbolizam São Vicente, que é o patrono da cidade.

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Dica de logo antes do réveillon:

LEIA O ÚLTIMO ARTIGO DESTA COLUNA, EM 2009,

"Retrospectiva: em agosto de 2009 morreu o inventor da guitarra elétrica":

http://www.portalentretextos.com.br/colunas/recontando-estorias-do-dominio-publico,236.html 

SE TIVER TEMPO E INTERESSE, VEJA ARTIGO PUBLICADO PELO RESPONSÁVEL PELA COLUNA "Recontando estórias do domínio público", PUBLICADO NO ÚLTIMO DIA DO ANO (31.12.2009), NO JORNAL BRASILIENSE TRIBUNA DO BRASIL:

http://www.tribunadobrasil.com.br/site/index.php?p=noticias_ver&id=8473

FELIZ 2010!

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Em homenagem ao sábio português Dr. Manoel Cândido Pinto de Oliveira, professor honorário da Academia de Cinema de Skopje (República da Macedônia, ex-Iugoslávia), autor cinematográfico e ator nascido no Porto, em dezembro de 1908, o realizador mais idoso do mundo em atividade, a poucos dias da comemoração dos seus 101 anos de vida [ADIANTE, NOTÍCIA SOBRE VISITA PRÓXIMA AO BRASIL: "Cineasta português Manoel de Oliveira receberá Honoris Causa e fará conferência (na próxima quinta-feira, 26.11.2009) na UFMG"],

e para o Dr. Oscar Niemeyer.

 

23.11.2009 - "Tudo como dantes, no quartel-general de Abrantes!". Desejando-lhes uma ótima semana, apresento-lhes, da muito rica heráldica lusa, quatro corvos que representam São Vicente, todos eles no brasão de Abrantes. E várias fotos, ótimas, de Abrantes (distrito de Santarém), assim como informações, resumidas e relevantes, sobre história de Portugal e a invasão francesa comandada por um estrategista militar de confiança de Napoleão Bonaparte, o general Junot (*), quando nem tudo continuou igual, na grande fortaleza de Abrantes, que de castelo medieval já se havia transformado em "moderna praça-forte abaluartada ao estilo Vauban (http://pt.wikipedia.org/wiki/Castelo_de_Abrantes). FB  ([email protected]) 

(*) - Jean-Andoche Junot, o duque de Abrantes (1771 - 1813), que durante certo período foi governador de Paris. Tendo sido ferido mais de uma vez - uma delas no crânio -, Junot perdeu a razão. Suicidou-se, saltando de uma janela, o general Andoche Junot, em 1813.

 

Abrantes.JPG

 

 

 

 

 

 

 

Abrantes, Santarém (Portugal) 

 

"Animais e plantas na heráldica dos municípios portugueses 1 - Abrantes

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Quatro corvos (Corvus corax), simbolizando S. Vicente, patrono da cidade

 

Donde...

Corvos - 1 Outros - 0

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Não se considerarão motivos heráldicos "despersonalizadamente" estilizados: por esse facto, não se "contarão" as flores-de-lis presentes neste brasão.

O descritivo do brasão
"Escudo de azul, uma estrela de oito raios de prata em abismo, acompanhada de quatro flores-de-lis de ouro, postas em cruz, e de quatro corvos de sua cor, postos em aspa e volvidos em cortesia para a estrela. Coroa mural de cinco torres de prata. Listel branco, com os dizeres: " ABRANTES ", de negro"
permite apontar alguma terminologia heráldica: "postas em aspa" = x ; "postas em cruz" = +; "em abismo", "coroa mural", "listel"




Imagem: Sérgio Horta em http://www.fisicohomepage.hpg.ig.com.br/".

 

 

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DICA DESTA COLUNA: SE VOCÊ FOR CONHECER OU REVISITAR PORTUGAL, VISITE O AQUAPOLIS, EM ABRANTES.

VISITE PORTUGAL! FB

 

"Aquapolis - Abrantes - Portugal

O Aquapolis – Parque Urbano Ribeirinho é uma área requalificada, situada nas duas margens do Tejo, pensada para se olhar e fruir o rio na sua passagem por Abrantes.

Constitui um novo espaço de recreio, lazer e convivência social que veio revitalizar o que há décadas se perdeu: a ligação activa da cidade com o Tejo.

Abrangendo uma área total de, aproximadamente, 85 hectares – 23 hectares na zona norte, 13 hectares na zona sul e 50 hectares no rio –, esta zona ribeirinha é formada por um conjunto de infra-estruturas vitais para o desenvolvimento das suas potencialidades. www.aquapolis.com.pt/pagina.html". (http://www.flickr.com/photos/vitor107/3559302939/)
 
 
 
LAZER EM AQUAPOLIS - ABRANTES - PORTUGAL
 
 
 
MOTONÁUTICA EM AQUAPOLIS
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
  
 
 
 
 
 
 
 
ESPORTES EM ABRANTES: JUNHO DE 2009
 
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CASTELO DE ABRANTES, FORTALEZA PRÉ-ROMANA ALGUMAS VEZES ATUALIZADA: PATRIMÔNIO DA HISTÓRIA PORTUGUESA
 
Publicado por mjfs em Abril 30, 2009
 
 
 

Castelo de Abrantes

A cidade de Abrantes, no distrito de Santarém, possui um poderoso e austero castelo. A silhueta das suas muralhas domina uma elevação da cidade e vigia atentamente a proximidade do extenso caudal do rio Tejo.

Pensa-se que a antiga fortaleza pré-romana terá sido conquistada no ano de 130 a. C. pelo cônsul romano Décio Júnio Bruto. Abrantes revelava-se um ponto estratégico fundamental, dado que esta cidade estabelecia a confluência de várias redes viárias, posição táctica que manteve a sua posterior validade, como o comprovam as sucessivas alterações da sua fortaleza militar.

Esta cidade ribatejana foi conquistada aos Mouros por D. Afonso Henriques em 1148. Posteriormente, seria alvo de dois longos e desgastantes cercos levados a cabo pelos Almorávidas, o primeiro dos quais aconteceu 21 anos mais tarde. Contudo, as forças cristãs sob o comando do primeiro rei português defenderam valorosamente este castelo.

No século XIII, D. Afonso III procedeu a melhoramentos substanciais nas muralhas da cidade, para D. Dinis cumprir a tarefa de concluir o perímetro defensivo, ao mesmo tempo que terminava a remodelação da Torre de Menagem.

O mestre de Avis, futuro D. João I, recebeu o apoio desta praça-forte durante a crise de 1383-1385, tendo sido aqui tomada a decisão de enfrentar o exército castelhano em Aljubarrota.

Na segunda metade do século XVI, a fortaleza de Abrantes entrou em acentuada decadência, particularmente durante a dinastia filipina. Ao longo da ocupação espanhola, o seu interesse estratégico foi considerado nulo.

Contudo, no último quartel do século XVII, D. Pedro II mandou reedificar a praça-forte de Abrantes, pois as Guerras da Restauração voltaram a colocá-la no centro da estratégia defensiva do território nacional. As grandes obras de remodelação seiscentistas basearam-se no moderno sistema de fortaleza à Vauban. Foram acrescentados ao castelo medieval dois meios-baluartes, enquanto se procedia à adaptação e alargamento das muralhas, preparando-as para os impactos destruidores da pirobalística.

No século XVIII, as instalações do castelo foram adaptadas a quartel, para darem guarida a um regimento de cavalaria real. Alguns anos mais tarde, entre 1792 e 1799, foi ampliado e ocupado pela legião comandada pelo marquês de Alorna. No virar do século, Abrantes seria um dos palcos da denominada Guerra das Laranjas, conflito luso-espanhol que arrastou para a guerra algumas localidades portuguesas. Em 1807, as invasões napoleónicas aconteciam pela mão de Junot; com ele estendeu-se todo um cortejo de violência e humilhações. O marechal francês ocupou esta cidade a 22 de Novembro e “recebeu” o título de duque de Abrantes. Contudo, menos de um ano depois, a cidade foi recuperada por um grupo de militares e populares portugueses. Reocupada no decurso da terceira invasão francesa, Abrantes voltou a ser martirizada pelas tropas comandadas por Massena, após a derrota deste nas Linhas de Torres Vedras.

Desactivado em termos de aquartelamento militar, o castelo de Abrantes conserva ainda a beleza dos volumes castrenses do seu passado. Envolta por um parque elegante e verdejante, a fortaleza deixa ver dois distintos panos de muralha, reforçado o primeiro por cilíndricos torreões e rasgado por algumas aberturas rectangulares. A porta principal abre-se no ângulo nordeste de fortaleza. O elemento que maior destaque alcança é a extensa Loggia do Paço dos Marqueses de Abrantes, varanda de grandes e poderosos arcos de volta perfeita, ladeada por dois torreões cilíndricos.

O interior da praça de armas possui ainda as antigas dependências palacianas, marcadas pela grandiosidade das suas estruturas arquitectónicas. Emerge destas construções a antiga Igreja de Santa Maria do Castelo, convertida em museu onde se expõem belas colecções de escultura romana, escultura tumular dos século XV e XVI, para além de notáveis painéis de azulejos sevilhanos e outras significativas obras de arte.

In Infopédia. Porto: Porto Editora, 2003-2009. [Consult. 2009-03-21].

Outros Links:

 

Castelo de Abrantes em obras depois de desabamento de parte da muralha

16 DEZ 08 às 19:00

Uma parte da muralha do castelo de Abrantes cedeu durante o fim-de-semana e depois do alerta que foi lançado pela autarquia sobre o mau estado da muralha daquele monumento nacional de 900 anos. Na sexta-feira, a câmara assinou um protocolo para a recuperação parcial da muralha com a Direcção Regional da Cultura, mas logo a seguir, as chuvas causaram o desabamento de parte da estrutura.

As obras tiveram início, esta terça-feira, com a colocação dos andaimes, mas os técnicos terão de rever o plano de actuação, pois uma parte da muralha cedeu parcialmente pela base durante o passado fim-de-semana. Desta forma, o escoramento que estava previsto já não vai ser feito.

Castelo de Abrantes - Rui Miguel Silva

O presidente da Câmara Municipal de Abrantes, Nelson de Carvalho, afirmou que o trabalho pode ser mais demorado do que o inicialmente previsto.

Castelo de Abrantes  - Rui Miguel Silva

Este desabamento afectou uma pequena área com cerca de cinco metros de comprimento por dois de altura, que foi entretanto vedada ao público, não colocando em risco a segurança dos visitantes.

Castelo de Abrantes  - Rui Miguel Silva

O castelo continua aberto, sendo desta forma possível entrar nas muralhas e visitar o jardim, a igreja, a torre de menagem e o palácio do governador.

O Castelo de Abrantes data do século XII, tendo sido mandado construir por Dom Afonso Henriques.

Ao longo dos seus 900 anos de existência já foi alvo de seis intervenções, a última das quais entre 2002 e 2004.

Apesar do orçamento inicial para esta intervenção de emergência ser de 80 mil euros, divididos entre a autarquia e o Ministério da Cultura, a câmara acredita que este valor será ultrapassado.

Desta forma, não há um preço certo e um espaço de tempo definido para a conclusão destas obras na muralha do Castelo de Abrantes.

(Citação: Rui Miguel Silva / TSF)" (http://mjfs.wordpress.com/2009/04/30/castelo-de-abrantes-ou-fortaleza-de-abrantes-santarm/)

 

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TUDO COMO DANTES, NO QUARTEL DE ABRANTES!

 

" 'Tudo como dantes, quartel-general em Abrantes'

 


Oficial da Legião Portuguesa ao serviço de Napoleão

Eis um dito popular que muitos portugueses ainda certamente recordarão. Vamos procurar explica-lo, para que não esqueça aos novos.
Esta semana coincide com um advento histórico notável, pelas consequências directas e indirectas provocadas no Portugal de então, ou não decorressem 198 anos da primeira de três invasões, que a poderosa França napoleónica perpetraria por terras lusas. Mas voltemos um pouco atrás:
Falhada a reacção militar das monarquias europeias contra a Revolução Francesa e a proliferação dos seus ideais republicanos, fortalecida e consolidada pelo pulso de Napoleão, a França estende o seu plano de conquista territorial em todas as direcções. Desde o Norte de África à própria Rússia, a frente de guerra francesa foi elevada a uma dimensão só posteriormente igualada pela Alemanha nazi. Assim, também Portugal viria a sentir a força dessa ambição, sendo que logo em 1800, a França retoma a intenção de ocupar a Península Ibérica.

Napoleão ordena a Portugal que encerre os portos aos navios ingleses (com quem a França estava em guerra aberta), o que não se chegaria a concretizar. A impaciência de Napoleão face à nossa resolução em manter a neutralidade leva-o assim a ordenar a entrada de cerca de 28 mil homens na península rumo a Portugal e com o apoio espanhol. Será a 19 de Novembro de 1807 que o general Andoche Junot transpõe a fronteira portuguesa, à frente de um exército já algo macerado pelo rigor invernil das serranias do Norte de Espanha. Ora, esta situação fragilizaria a sua progressão pela Beira, região inóspita, sem estradas e onde o pleno Inverno se fazia já sentir. Ainda assim, Junot chega a Abrantes dia 24 de Novembro, à frente de um exército de alguns milhares de homens descalços, sub nutridos, doentes ou feridos. É aí que se recompõe e selecciona os elementos capazes de prosseguir, sendo que no dia seguinte partia já rumo a Lisboa. Transposto o Zêzere a custo, bem como as terras alagadas da Golegã, Junot entra em Santarém dia 28, com o seu Estado-Maior incompleto e um regimento de já poucos homens. No mesmo dia segue para Lisboa onde, ainda nas proximidades, é recebido por um destacamento da cavalaria portuguesa. A facilidade com que este fraco exército ali poderia ser vencido, levou certamente os nossos homens a questionar as ordens recebidas. E que ordens eram essas?

O esforço por manter a situação de neutralidade face ao conflito anglo-francês, levou o regente D. João de Portugal à situação desesperada de considerar publicamente a entrada destes soldados como uma simples “marcha de tropas estrangeiras”, dando ordens explicitas para que fossem bem assistidas e aquarteladas na sua estadia, “conservando sempre a boa harmonia que se deve praticar com os exércitos das nações com as quais nos achamos unidos no continente”. Eis a razão pela qual este exército, depauperado pela fome e pelo rigor do clima, de uniformes rasgados e espingardas arruinadas, rumou até à capital do reino a salvo de uma reacção militar ou popular concertada. No entanto, toda a Corte embarcou rumo ao Brasil na véspera da chegada de Junot a Lisboa. Uma estratégia tecida secretamente com os ingleses e que Napoleão viria mais tarde a admitir ter sido uma jogada de génio por parte do rei português, onde outros têm visto uma atitude cobarde deste. Um total de 35 navios mercantes e de guerra, transferiram aproximadamente 15 mil pessoas para o outro lado do Atlântico nesse dia. Juntamente com artesãos e mesteirais de todo o tipo, a Corte permaneceu intocada onde também era Portugal.

Certo é que dia 30 de Novembro, apenas 12 dias após transpor a fronteira, Junot entra em Lisboa onde assume a regência em nome do imperador Napoleão e declara o fim do reinado da família Bragança. Ergue a bandeira francesa no castelo de S. Jorge e trata de desarmar o pais, enviando regimentos de soldados portugueses para as frentes de batalha francesas.
A partir daqui, ainda que abandonada pelo príncipe regente e sobejamente reprimida pelos franceses, a população revolta-se permanentemente e em vários pontos do pais. Estes focos de rebelião popular permitiriam às forças inglesas o planeamento e assalto por mar, ao território português. A 6 de Agosto de 1808, o general inglês Arthur Wellesley (futuro duque de Wellington) desembarca na baía de Vagos. Daí em diante, inicia-se um longo processo de reacção luso-britânica às investidas francesas, durante o qual com certeza muitos portugueses terão questionado sobre o estado da contra-ofensiva, daí que a resposta habitual fosse “Tudo como dantes, quartel general em Abrantes”, ou seja, que esse importante bastião militar continuava na posse estrangeira. Posteriormente a popularidade do dito veio a converter-se num provérbio que significa inoperância.

Só em 1814, com a retirada do general Massena, Portugal se livra da ocupação francesa. Para trás ficava a destruição, a desorganização social, o despojamento das igrejas e palácios de todo o reino de suas riquezas, enviadas para França, o esgotamento dos bens de consumo alimentar, o descontentamento popular e mais significativo de tudo, a ausência prolongada da Corte no Brasil provocaria o descontentamento entre as elites, que inspiradas nas ideias liberais vindas de França, começavam a exigir, na ausência do Rei, a liberalização do poder, ou seja, a criação de uma Constituição que transferisse o poder legislativo para um parlamento. Este fenómeno alterará para sempre o rumo político do país, conduzindo ainda a uma guerra civil entre Liberais e Absolutistas que adiará um pouco mais o progresso e a estabilidade social". (http://recuemos.blogspot.com/2005/11/tudo-como-dantes-quartel-general-em.html)]

Leia, do historiador português Manuel Amaral (nasc. 1955), LIVRO RECENTEMENTE LANÇADO: Invasão de Junot (1807 - 1808) - Ocupação e Sublevação. (Lisboa: Tribuna da História, 2009; Colecção Batalhas de Portugal)

(http://bloguilibri.wordpress.com/2009/03/12/page/2/)

 

Resumo do livro e dados sobre o seu autor:

"Em Agosto de 1807 Napoleão Bonaparte exigiu a Portugal o fecho dos seus portos ao comércio britânico. Devido à recusa portuguesa, a França invadiu Portugal, com o apoio de dois corpos de exército espanhóis, tendo o corpo de exército francês comandado pelo general Junot entrado em Lisboa em 30 de Novembro 1807. Os abusos, as injustiças, os roubos e os massacres perpetrados pelas forças de ocupação francesas, levaram às revoltas em Portugal de princípios de Junho de 1808, encorajadas pelas revoltas espanholas que tinham eclodido dias antes. A Sublevação Nacional de 1808, que se desenvolveu a partir do Porto, de Trás-os-Montes e do Algarve, obrigou o exército de Junot a concentrar-se ao redor de Lisboa. Em finais de Julho, Junot decide atacar as forças portuguesas e espanholas concentradas em Évora, para garantir a sua ligação ao exército francês da Andaluzia. O exército britânico embarcado numa Esquadra ao largo de Portugal, encorajado pelas notícias da sublevação portuguesa e pela dispersão das forcas francesas entre Lisboa e a revolta de Évora, desembarca com segurança na foz do Mondego nos primeiros dias de Agosto. Após os combates no Alentejo as forças portuguesas, com reforços do Norte, concentram-se em redor de Coimbra, mobilizando parte da atenção de Junot. Isto ajudara que o exército britânico possa com superioridade de forças vencer facilmente o exército francês no combate da Roliça e na batalha do Vimeiro, e apressar os ocupantes franceses, agora sem esperanças de retirada através dum país sublevado e finalmente apoiado por um importante exército britânico, a assinar um armistício em Sintra que lhes permitiu a evacuação de Portugal. Portugal descobriu em 1808, durante a Sublevação Nacional, um general britânico – Arthur Wellesley, o futuro duque de Wellington –, que percebeu, contra a opinião do exército britânico e da maioria do governo e da opinião pública britânica, que Portugal poderia ser uma base essencial da luta contra a hegemonia francesa na Europa.

Manuel Amaral nasceu em 1955. Licenciado em História pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, é membro correspondente do Conselho Científico da Comissão Portuguesa de História Militar, professor de História das Teorias Político-Sociais no ISNP de 1987 a 2007, dirigiu o sector de documentação da Mediateca da TVI de 1994 a 1998, e do arquivo digital do Grupo Fórum e do Portal Terravista de 1998 a 2001. É o criador e responsável de «O Portal da História», na Internet desde 2001. Desde 2004 e colaborador da editora Tribuna da História na coordenação editorial e na direcção de colecções. Tem escrito sobre o Exército no período compreendido entre 1793 e 1823, sendo autor, para além desta obra, de Olivença 1801. Portugal em Guerra do Guadiana ao Paraguai publicado na colecção 'Batalhas de Portugal' desta editora". (http://bloguilibri.wordpress.com/2009/03/12/page/2/)

 

O Príncipe Regente

O Príncipe Regente D. João em 1803

                                        (http://www.arqnet.pt/portal/portugal/liberalismo/lib1799.html)

 

Visite http://www.arqnet.pt (O PORTAL DA HISTÓRIA - HISTÓRIA DE PORTUGAL, sob responsabilidade, desde 2001, do pesquisador que escreveu o livro cuja capa acima está reproduzida, Prof. Manuel Amaral) 

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NO ANO DO CENTENÁRIO DO NASCIMENTO DE MANOEL DE OLIVEIRA (2008), A FOTO QUE É "um quadrinho mudo"

Citação intersemiótica (arte fotográfica / arte pictórica / dramaturgia / "nona arte" ou arte dos quadrinhos): a impressionante imagem de Manoel de Oliveira captada e artisticamente trabalhada - recorte do cineasta (de corpo inteiro, de terno e gravata e com bengala) e parte negra da foto - pelo fotógrafo Jean-Paul Pelissier remete a quadros da arte gráfico-sequencial [graphic novel, de acordo com o quadrinista e teórico das HQ Will Eisner] do falecido criador belga Hergé [Veja-se, abaixo, reprodução de página do álbum O ídolo roubado, em que a "linha do chão" confunde-se com a base do desenho (na foto de Pelissier, Manoel de Oliveira "pisa" no limite inferior da fotografia, uma linha imáginária, metalinguisticamente geométrica, portanto: a foto "é sobre" (1) o homem austero; (2) o vazio de um "buraco negro"; e (3) o retângulo do quadro)]. Em resumo, trata-se de arte. Mesmo que apresentando um retângulo horizontal (e não um quadrado) e ainda que sem "moldura (interior) branca", fica clara a citação à celébre pintura Quadrado Negro (1915) do artista plástico ucraniano Kasimir Maliévitch (1878 - 1935), um dos quadros mais radicalmente inovadores - e incomodatícios, por sua "mudez visual" - de todos os tempos. Essa obra-prima da fotografia mundial, entre dezenas ou centenas de reproduções pelo mundo inteiro, ilustrou, no Brasil, a matéria "Cineasta Manoel de Oliveira é comparado a Fernando Pessoa" (20/05/2008 - 08h29), da jornalista Silvana Arantes, da Folha de S.Paulo, enviada especial ao Festival de Cannes, em maio de 2008:

Jean-Paul Pelissier/Reuters
Portuguese director Manoel de Oliveira, 99, stands on stage during an homage to his career at the 61st Cannes Film Festival May 19, 2008. REUTERS/Jean-Paul Pelissier (FRANCE)
"Diretor português Manoel de Oliveira, 99, foi homenageado pelo 61º Festival de Cannes, com a Palma de Ouro e um curta-tributo"

(http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u403583.shtml)

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Página de O ídolo roubado (L'Oreille cassée), Tounai (Bélgica): Casterman, 1937.

NA PÁGINA A SEGUIR REPRODUZIDA HÁ PARÓDIA QUE NÃO ESTÁ NO ORIGINAL, NAS FRASES PRONUNCIADAS PELOS PERSONAGENS, MAS ABAIXO SÓ SE COMENTARÁ SOBRE RECURSOS ARTÍSTICOS UTILIZADOS NOS DESENHOS, ABSTRAÍDAS AS FALAS: os desenhos são originais.]

Comentário da coluna "Recontando...": Abaixo, compare-se o quadro 1 [Tintim prestes a ser fuzilado por pelotão de soldados que fazem mira em seus respectivos fuzis] com quadro 5 [homens saúdam uma certa situação político-"revolucionária" latinoamericano-subdesenvolvida]  (o recurso da eliminação da perspectiva é utilizado novamente no quadro 13, quando os homens que saúdam novamente erguem seus braços, manifestando concordância com uma dada situação político-regional). O CHÃO EM QUE OS PERSONAGENS PISAM É A LINHA INFERIOR DO QUADRO.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

(http://a10.idata.over-blog.com/0/00/82/91/2005/mai-2005/tintin-a-cannes.jpg)

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OUTRA FOTO DE PELISSIER: a "ovelha negra" (NA VERDADE, UMA CABRA SALTANDO SOBRE OVELHAS)

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Foto: Jean-Paul Pelissier/Reuters

(MARSELHA, FRANÇA, NOVEMBRO DE 2008,

http://notasaocafe.wordpress.com/2008/11/12/hora-de-ponta-ovina/)

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MAIS UMA FOTO DE PELISSIER, DA REUTERS

"Des trains à l’arrêt en gare de Marseille, le 18 novembre 2007"

(Foto e legenda: http://blogdofavre.ig.com.br/tag/syndicats/)

Comentário desta Coluna: ESPERA-SE QUE EM BELO HORIZONTE, DAQUI A POUCOS DIAS, UM GRANDE FOTÓGRAFO BRASILEIRO SEJA CONVOCADO PARA BEM FOTOGRAFAR MANOEL DE OLIVEIRA. AFINAL, EM CANNES (FRANÇA), EM 2008, A TAREFA ESTEVE A CARGO DE J.-P. PELISSIER!

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O PROF. DR. MANOEL DE OLIVEIRA EM BELO HORIZONTE (NOV./2009)

Notícias da UFMG

"Cineasta português Manoel de Oliveira receberá Honoris Causa e fará conferência na UFMG

sexta-feira, 13 de novembro de 2009, às 17h32 

Aos 101 anos de idade, com mais de 50 filmes realizados, o português Manoel de Oliveira estará na UFMG no próximo dia 26 de novembro, para receber o título de Doutor Honoris Causa e fazer conferência como parte do ciclo Sentimentos do Mundo.

A partir das 17h, no auditório da Reitoria (campus Pampulha), Mnoel de Oliveira vai participar de mesa-redonda com o tema Palavra, imagem, utopia, ao lado do professor da UFMG César Guimarães; de Mateus Araújo, doutor pela UFMG e pela Sorbonne e professor de cinema na França, e do professor da Universidade de Roma Tor Vergata, na Itália, Aniello Avella. Em seguida, o diretor português receberá o título e iniciará a conferência Reflexões sobre a condição humana.

Admirador do cineasta dinamarquês Carl Dreyer (1889-1968) e de Glauber Rocha, que considera "inesquecível, o mais brasileiro dos realizadores", Manoel de Oliveira já lançou um filme este ano – Singularidades de uma rapariga loura, baseado no conto homônimo de Eça de Queiroz – e já prepara nova produção. Pouco conhecido do grande público no Brasil, Manoel de Oliveira é muito respeitado em países como a Itália, a França e a Espanha. A singularidade estética de suas obras faz do cineasta um dos mais originais representantes de um cinema autoral, que tem na literatura importante fonte de inspiração.

Manoel de Oliveira recebeu inpúmeros prêmios, como o Leão de Ouro nos festivais de Veneza de 1985 e 2004 e a Palma de Ouro em Cannes em 2008. Vinte de seus títulos (15 longas-metragens e cinco curtas) foram realizados a partir dos anos 1980. Aniki Bobó (1942), Acto da primavera (1963), Amor de perdição (1979), Palavra e utopia (2000) e Um filme falado (2003) são alguns de seus principais filmes.

Sentimentos do Mundo
Em 2007, ao celebrar seus 80 anos de existência, a UFMG iniciou o Ciclo de Conferências Sentimentos do Mundo, que recebeu artistas, intelectuais e pesquisadores de renome internacional, e de várias áreas do conhecimento, como a cantora Maria Bethânia, o cineasta David Lynch, o multiartista Arnaldo Antunes, a ambientalista Danielle Mitterrand e o escritor Boaventura de Sousa Santos. 

(Com Assessoria de Imprensa da UFMG)". (http://www.ufmg.br/online/arquivos/013790.shtml)

 

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A MANOEL DE OLIVEIRA, CINEASTA PORTUGUÊS

NASCIDO EM 1908, AUTOR DE 32 FILMES DE

LONGA-METRAGEM, DOUTOR HONORIS CAUSA

PELA UNIVERSIDADE DO ALGARVE, PERSONALIDADE

DE RELEVO DA CULTURA CONTEMPORÂNEA QUE, 

COMO O ARQUITETO BRASILEIRO DR. OSCAR

NIEMEYER [este fará 102 anos de idade no próximo dia 15

de dezembro], AINDA TRABALHA, TENDO 100 ANOS

DE IDADE [fará 101 em 11.12.2009],

a pequena homenagem da Coluna "Recontando...".

 

(http://www.malhatlantica.pt/lestrangeiras_esag/culturaport_artes.htm