FRIENDS

Friend after friend departs:
       Who has not lost a friend?
There is no union here of hearts,
       That finds not here an end.
Were this frail world our only rest,
        Living or dying, none were blest.

Beyond the flight of time,
       Beyond this vale of death, -
There surely is some blessed clime,
      Where life is not a breath,
Nor life’s affections transient  fire,
      Whose sparks fly upward to expire.

There is a world above,
      Where parting is unknown, -
A whole eternity of love,
      Formed for the good alone;
And faith beholds the dying here
     Translated to that happier sphere.

Thus star by star declines,
    Till all are passed away,
As morning higher and higher shines
    To pure and perfect day;
Nor sink those in empty night, -
    They hide themselves in heaven’s own light.

AMIGOS

Um após outro, os amigos nos deixam:
     Um amigo quem nunca perdeu?
União profunda na Terra não há,
     Que não se finde aqui mesmo.
Fosse nosso derradeiro refúgio esse frágil mundo,
     Não seriam abençoados a vida ou a morte.

Além do fluir do tempo,
     Além deste vale de mortes, -
Seguramente bendito lugar há de existir,
     Onde a existência um suspiro não seja,
Nem fogo fugaz as terrestres afeições,
     Cujas fagulhas se elevam e desaparecem no espaço
 

Um mundo superior existe,
     Sem lugar pras despedidas, -
Amor eterno e absoluto,
     Digno apenas da bondade;
Lá a fé os mortos daqui contempla
     Mais ditosos àquela esfera transpostos.

Dessa forma, sucumbe estrela após estrela,
     Até se esfumarem todas,
À medida que vai clareando cada vez mais a manhã
     Um dia puro e perfeito alcançando
Sem aquelas estrelas ofuscar numa noite sem fim, -
     Posto que na própria luz celeste se escondam.

                                                           (Tradução de Cunha e Silva Filho)