[Flávio Bittencourt]

Rubem Braga: Conto de Natal

Da coletânea Nós e o Natal (1964) essa narrativa curta foi extraída

 

 

 

 

   

 

 

(http://nilvamelhor.blogspot.com/2011/01/quebra-cabecas.html)

  

 

 

 

"BEBÊ RADIANTE",

DE KEITH HARING:

 

 

 

 

 

 

(http://en.wikipedia.org/wiki/Keith_Haring)

 

  

 

 

VIOLA CAIPIRA:

(http://www.primeirosacordes.com.br/viola-caipira/blog)

 

  

 

 

MOÇA E RAPAZ MONTAM QUEBRA-CABEÇAS DE

PAINEL COM 32 DESENHOS DE KEITH HARING:

(http://blogideias.com/2011/04/maior-quebra-cabeca-do-mundo.html)

  

  

 

 

Otto Maier, fundador, em 1883,

da fábrica RAVENSBURGER:

 

 

 

 

 

  

   

 

(http://www.museum-ravensburger.de/index.php/museum-ravensburger/the-history-of-ravensburger/?lang=en)

 

 

 

 

"Keith Haring [ARTISTA PLÁSTICO E ATIVISTA SOCIAL ESTADUNIDENSE QUE TEVE 32 DE SEUS MAGNÍFICOS DESENHOS APOSTOS EM PAINEL QUE FOI UTILIZADO, PELA FÁBRICA ALEMÃ RAVENSBURGER (fundada em 1883), NA CRIAÇÃO DO MAIOR QUEBRA-CABEÇAS INDUSTRIALMENTE PRODUZIDO PARA VENDA MASSIVA DA HISTÓRIA DA HUMANIDADE] (Reading, Pensilvania, 4 de mayo de 1958 - Nueva York, 16 de febrero de 1990) fue un artista y activista social cuyo trabajo refleja el espíritu de la generación pop y la cultura callejera [CULTURA DAS RUAS] del Nueva York de los años 1980. (...)"

(http://es.wikipedia.org/wiki/Keith_Haring)

 

  

 

 

O INFELIZMENTE JÁ FALECIDO

ARTISTA PLÁSTICO KEITH HARING:


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Haring in 1988

Birth name Keith Haring
Born May 4, 1958(1958-05-04)
Reading, Pennsylvania
Died February 16, 1990 (aged 31)
New York City, New York
Field Pop art, Graffiti Art
Training School of Visual Arts

 (http://en.wikipedia.org/wiki/Keith_Haring)

   

 

 

 

(http://www.toxel.com/inspiration/2008/06/28/24-unforgettable-advertisements/)

 

 

 

 

PAPAI NOEL É IÇADO DE UM HELICÓPTERO:

Foto: TV Globo/Alex Carvalho

http://novelason-line.blogspot.com/2010_12_19_archive.html

 

 

 

 

MENINO, MUITO CONCENTRADO NA LÚDICA TAREFA,

MONTA QUEBRA-CABEÇAS FEITO PARA CRIANÇAS

DE SUA FAIXA ETÁRIA [QUEBRA-CABEÇAS COM

90 PEÇAS]:

(http://diarioazulerosa.blogspot.com/2011_09_01_archive.html)

 

 

 

 

Murilo Benício conta como foi se vestir de Papai Noel
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
  
 
 
 
 
 
 
Todos aplaudem Victor Valentim vestido de Papai Noel (Foto: TV Globo/Alex Carvalho)
 
 
 
 
 
 
 
 
 

"NESTE NATAL, ALÉM DE BOLAS, BONECAS E

OBJETOS QUE A MENINADA JÁ GANHOU NO ANO PASSADO,

DÊ A UMA CRIANÇA DE FAMÍLIA FINANCEIRAMENTE

CARENTE - ou de orfanato - UM LIVRO INFANTIL

COM BELAS ILUSTRAÇÕES E UM QUEBRA-CABEÇAS

CUJA IMAGEM GUARDE RELAÇÃO TEMÁTICA COM

A ESTÓRIA DO LIVRO PRESENTEADO:

ela ficará muito alegre!"

(COLUNA "Recontando estórias do domínio público")

  

 

 

 

 

foto02

(http://www.insoonia.com/diamante-de-gould-o-belo-passaro/)

 

 

 

 

(http://noticias.r7.com/esquisitices/noticias/o-estranho-caso-de-dois-abutres-que-se-amavam-20091005.html)

 

  

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

(http://www.brasilescola.com/natal/curiosidades-natal.htm)

 

 

 

 

O URUBU E SUA VIOLA

(duas imagens acima estão dois abutres,

que não são idênticos aos ububus-de-cabeça-preta):

(http://patyzanata.blogspot.com/2010/07/hora-do-conto-festa-no-ceu.html)

 

 

 

 

male_adult_gouldian_finch

(http://www.insoonia.com/diamante-de-gould-o-belo-passaro/,

onde se pode ler:

"O Diamante de Gold é um pássaro originário da Austrália. Sua coloração pode ser roxo, preto, verde, amarelo, branco e vermelho. Normalmente o macho tem o brilho mais forte. São pássaros muito sociais, podem ser encontrados em bandos e, na época da ninhada, pode haver mais de um ninho na mesma árvore.

Existem três variações de cores entre o Diamante-de-gould: cabeça-vermelha, cabeça-preta, e cabeça-amarela. Os próprios nativos achavam que se tratavam de espécies diferentes, mais depois descobriram que se trata de uma única espécie.

Durante o acasalamento, para cortejar a fêmea, o macho faz uma dança impressionante de ver. Ele curva-se perante ela, balança a cabeça por uns 10 segundos e logo após, começa a saltitar com o peito estufado e com o olhar fixo na fêmea. Acontece mais frequentemente no período final das chuvas, pois há uma abundância de alimento. As fêmeas colocam de 4-6 ovos. Tanto o macho quanto a fêmea ajudam a chocar os ovos, e a cuidar dos filhotes após o nascimento. Os machos cuidam do ninho normalmente durante o dia e a fêmea à noite. (...)"

(http://www.insoonia.com/diamante-de-gould-o-belo-passaro/)

 

  

 

 

ZOO BABIES - CUBOS/QUEBRA-CABEÇAS (CUBE PUZZLE),

DE FABRICAÇÃO ALEMÃ,

para crianças de dois anos de idade em diante: 

(http://globebaby.ie/shop/366-zoo-babies-cube-puzzle.html)

 

 

 

 

CAIXA DE QUEBRA-CABEÇAS

COM 24.000 PEÇAS: 

 

(http://blogdebrinquedo.com.br/2008/09/05/maior-quebra-cabeca-do-mundo/)

 

  

 

 

worlds largest puzzle Worlds Largest Jigsaw Puzzle (TF11)
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

(http://craziestgadgets.com/2011/02/18/worlds-largest-jigsaw-puzzle-tf11/)

 

   

 

 

O MAIOR QUEBRA-CABEÇAS (comercializado em série)

DO MUNDO, COM 32.000 PEÇAS [32.256, ALIÁS], 

QUE VOCÊ PODE ADQUIRIR NO DUTY FREE SHOP ARGENTINO,

EM PUERTO IGUAZÚ  (próximo a Foz do Iguaçu-PR, Brasil),

SE A GRANDE CAIXA COLORIDA AINDA NÃO TIVER SIDO

ADQUIRIDA, uma vez que esse tipo de produto não é

guardado em estoque, em razão de seu alto preço e

não muito frequente venda:

(http://craziestgadgets.com/2011/02/18/worlds-largest-jigsaw-puzzle-tf11/

 onde se pode ler:

"An impressive display at this year’s Toy Fair was Ravensburger’s massive Keith Haring: Double Retrospect puzzle. The puzzle has been certified as the Guinness World Record for the largest commercially available jigsaw puzzle. It has 32,256 pieces, measures 17 feet by 6 feet, and weighs a whopping 42 pounds. As you would expect, it comes in a very large box.")

 

  

 

 

A CENA DO NASCIMENTO DE JESUS EM QUEBRA-CABEÇAS

PARA SER MONTADO POR CRIANÇAS (quebra-cabeças com

poucos pedaços, que, muitas vezes, chegam desarticulados

e misturados, na caixa [trinta peças]):

 (http://midlifebyfarmlight.blogspot.com/2010_12_01_archive.html)

 

  

 

 

DURANTE A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL, NA ITÁLIA:

CARLOS SCLIAR (À DIREITA), EM COMPANHIA DO

CORRESPONDENTE DE GUERRA RUBEM BRAGA:

(http://www.pitoresco.com/brasil/scliar/scliar64.htm)

 

 

 

 

EM PÉ, DA ESQUERDA PARA A DIREITA:

PAULO MENDES CAMPOS E SÉRGIO PORTO;

SENTADOS (IDEM): RUBEM BRAGA (no primeiro plano),

JOSÉ CARLOS OLIVEIRA, VINICIUS DE MORAES

(ao lado de Rubem Braga) E FERNANDO SABINO

(http://outubro.blogspot.com/2009/05/rubem-braga-e-os-contemporaneos.html)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

   

 

 

(http://prisinheidiland.blogspot.com/)

 

 

 

 

                           HOMENAGEANDO O ARTISTA PLÁSTICO ESTADUNIDENSE

                           KEITH HARING (1958 - 1990), O JORNALISTA E ESCRITOR BRASILEIRO

                           RUBEM BRAGA (1913 - 1990) E O INDUSTRIAL ALEMÃO

                          OTTO MAIER (FALECIDO EM 1925, AOS 73 ANOS DE IDADE),

                           EM MEMÓRIA, E

                           ABRAÇANDO FRATERNALMENTE O ATOR

                           VICTOR VALENTIM E O FOTÓGRAFO, TAMBÉM DA TV GLOBO,

                           ALEX CARVALHO, A QUEM SE PARABENIZA E AGRADECE PELA

                           EXCELENTE FOTO DE V. VALENTIM CARACTERIZADO DE

                           PAPAI NOEL

 

 

19.12.2011 - Da coletânea Nós e o Natal (1964) a narrativa curta foi extraída - "Conto de Natal", de Rubem Braga.  F. A. L. Bittencourt ([email protected])

 

"Conto de Natal

Rubem Braga


Sem dizer uma palavra, o homem deixou a estrada andou alguns metros no pasto e se deteve um instante diante da cerca de arame farpado. A mulher seguiu-o sem compreender, puxando pela mão o menino de seis anos.

— Que é?

O homem apontou uma árvore do outro lado da cerca. Curvou-se, afastou dois fios de arame e passou. O menino preferiu passar deitado, mas uma ponta de arame o segurou pela camisa. O pai agachou-se zangado:

— Porcaria...

Tirou o espinho de arame da camisinha de algodão e o moleque escorregou para o outro lado. Agora era preciso passar a mulher. O homem olhou-a um momento do outro lado da cerca e procurou depois com os olhos um lugar em que houvesse um arame arrebentado ou dois fios mais afastados.

— Péra aí...

Andou para um lado e outro e afinal chamou a mulher. Ela foi devagar, o suor correndo pela cara mulata, os passos lerdos sob a enorme barriga de 8 ou 9 meses.

— Vamos ver aqui...

Com esforço ele afrouxou o arame do meio e puxou-o para cima.

Com o dedo grande do pé fez descer bastante o de baixo.

Ela curvou-se e fez um esforço para erguer a perna direita e passá-la para o outro lado da cerca. Mas caiu sentada num torrão de cupim!

— Mulher!

Passando os braços para o outro lado da cerca o homem ajudou-a a levantar-se. Depois passou a mão pela testa e pelo cabelo empapado de suor.

— Péra aí...

Arranjou afinal um lugar melhor, e a mulher passou de quatro, com dificuldade. Caminharam até a árvore, a única que havia no pasto, e sentaram-se no chão, à sombra, calados.

O sol ardia sobre o pasto maltratado e secava os lameirões da estrada torta. O calor abafava, e não havia nem um sopro de brisa para mexer uma folha.

De tardinha seguiram caminho, e ele calculou que deviam faltar umas duas léguas e meia para a fazenda da Boa Vista quando ela disse que não agüentava mais andar. E pensou em voltar até o sítio de «seu» Anacleto.

— Não...

Ficaram parados os três, sem saber o que fazer, quando começaram a cair uns pingos grossos de chuva. O menino choramingava.

— Eh, mulher...

Ela não podia andar e passava a mão pela barriga enorme. Ouviram então o guincho de um carro de bois.

— Oh, graças a Deus...

Às 7 horas da noite, chegaram com os trapos encharcados de chuva a uma fazendinha. O temporal pegou-os na estrada e entre os trovões e relâmpagos a mulher dava gritos de dor.

— Vai ser hoje, Faustino, Deus me acuda, vai ser hoje.

O carreiro morava numa casinha de sapé, do outro lado da várzea. A casa do fazendeiro estava fechada, pois o capitão tinha ido para a cidade há dois dias.

— Eu acho que o jeito...

O carreiro apontou a estrebaria. A pequena família se arranjou lá de qualquer jeito junto de uma vaca e um burro.

No dia seguinte de manhã o carreiro voltou. Disse que tinha ido pedir uma ajuda de noite na casa de “siá” Tomásia, mas “siá” Tomásia tinha ido à festa na Fazenda de Santo Antônio. E ele não tinha nem querosene para uma lamparina, mesmo se tivesse não sabia ajudar nada. Trazia quatro broas velhas e uma lata com café.

Faustino agradeceu a boa-vontade. O menino tinha nascido. O carreiro deu uma espiada, mas não se via nem a cara do bichinho que estava embrulhado nuns trapos sobre um monte de capim cortado, ao lado da mãe adormecida.

— Eu de lá ouvi os gritos. Ô Natal desgraçado!

— Natal?

Com a pergunta de Faustino a mulher acordou.

— Olhe, mulher, hoje é dia de Natal. Eu nem me lembrava...

Ela fez um sinal com a cabeça: sabia. Faustino de repente riu. Há muitos dias não ria, desde que tivera a questão com o Coronel Desidério que acabara mandando embora ele e mais dois colonos. Riu muito, mostrando os dentes pretos de fumo:

— Eh, mulher, então “vâmo” botar o nome de Jesus Cristo!

A mulher não achou graça. Fez uma careta e penosamente voltou a cabeça para um lado, cerrando os olhos. O menino de seis anos tentava comer a broa dura e estava mexendo no embrulho de trapos:

— Eh, pai, vem vê...

— Uai! Péra aí...

O menino Jesus Cristo estava morto.


Texto extraído do livro "Nós e o Natal", Artes Gráficas Gomes de Souza - Rio de Janeiro, 1964, pág. 39.

(http://www.releituras.com/rubembraga_contonatal.asp)

 

 

 

 

(http://palavradecrianca.wordpress.com/page/5/)

 

 

 

 

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NO PORTAL

RELEITURAS PONTO COM

HÁ, SOBRE RUBEM BRAGA:

 

                                                                                      "Nome: 
                                                Rubem Braga

Nascimento:
12/01/1913

Natural:
Cachoeiro de
Itapemirim
ES

Morte:
19/12/1990

 


Rubem Braga


"Sempre tenho confiança de que não serei maltratado na
porta do céu, e mesmo que São Pedro tenha ordem
para não me deixar entrar, ele ficará indeciso
quando eu lhe disser em voz baixa:
"Eu sou lá de Cachoeiro..."


Na noite de segunda-feira, 17 de dezembro de 1990, o escritor Rubem Braga reuniu um pequeno grupo de amigos, cada vez mais selecionados por ele, na sua cobertura em Ipanema. Foi uma visita silenciosa, mas claramente subentendida pelos amigos Moacyr Werneck de Castro, Otto Lara Resende e Edvaldo Pacote. Às 23h30 da noite de quarta-feira, sedado num quarto do Hospital Samaritano, Rubem Braga morreu, sozinho como desejara e pedira aos amigos.

A causa da morte foi uma parada respiratória em conseqüência de um tumor na laringe que ele preferiu não operar nem tratar quimicamente.

Rubem Braga, considerado por muitos o maior cronista brasileiro desde Machado de Assis, nasceu em Cachoeiro de Itapemirim, ES, a 12 de janeiro de 1913. Iniciou seus estudos naquela cidade, porém, quando fazia o ginásio, revoltou-se com um professor de matemática que o chamou de burro e pediu ao pai para sair da escola. Sua família o enviou para Niterói, onde moravam alguns parentes, para estudar no Colégio Salesiano. Iniciou a faculdade de Direito no Rio de Janeiro, mas se formou em Belo Horizonte, MG, em 1932, depois de ter participado, como repórter dos Diários Associados, da cobertura da Revolução Constitucionalista, em Minas Gerais — no front da Mantiqueira conheceu Juscelino Kubitschek de Oliveira e Adhemar de Barros.

Na capital mineira se casou, em 1936, com Zora Seljan Braga, de quem posteriormente se desquitou, mãe de seu único filho Roberto Braga.

Foi correspondente de guerra do Diário Carioca na Itália, onde escreveu o livro "Com a FEB na Itália", em 1945, sendo que lá fez amizade com Joel Silveira. De volta ao Brasil morou em Recife, Porto Alegre e São Paulo, antes de se estabelecer definitivamente no Rio de Janeiro, primeiro numa pensão do Catete, onde foi companheiro de Graciliano Ramos; depois, numa casa no Posto Seis, em Copacabana, e por fim num apartamento na Rua Barão da Torre, em Ipanema.

Sua vida no Brasil, no Estado Novo, não foi mais fácil do que a dos tempos de guerra. Foi preso algumas vezes, e em diversas ocasiões andou se escondendo da repressão.

Seu primeiro livro, "O Conde e o Passarinho", foi publicado em 1936, quando o autor tinha 22 anos, pela Editora José Olympio. Na crônica-título, escreveu: "A minha vida sempre foi orientada pelo fato de eu não pretender ser conde." De fato, quase tanto como pelos seus livros, o cronista ficou famoso pelo seu temperamento introspectivo e por gostar da solidão. Como escritor, Rubem Braga teve a característica singular de ser o único autor nacional de primeira linha a se tornar célebre exclusivamente através da crônica, um gênero que não é recomendável a quem almeja a posteridade. Certa vez, solicitado pelo amigo Fernando Sabino a fazer uma descrição de si mesmo, declarou: "Sempre escrevi para ser publicado no dia seguinte. Como o marido que tem que dormir com a esposa: pode estar achando gostoso, mas é uma obrigação. Sou uma máquina de escrever com algum uso, mas em bom estado de funcionamento." 

Foi com Fernando Sabino e Otto Lara Resende que Rubem Braga fundou, em 1968, a editora Sabiá, responsável pelo lançamento no Brasil de escritores como Gabriel Garcia Márquez, Pablo Neruda e Jorge Luis Borges.

Segundo o crítico Afrânio Coutinho, a marca registrada dos textos de Rubem Braga é a "crônica poética, na qual alia um estilo próprio a um intenso lirismo, provocado pelos acontecimentos cotidianos, pelas paisagens, pelos estados de alma, pelas pessoas, pela natureza."

A chave para entendermos a popularidade de sua obra, toda ela composta de volumes de crônicas sucessivamente esgotados, foi dada pelo próprio escritor: ele gostava de declarar que um dos versos mais bonitos de Camões ("A grande dor das coisas que passaram") fora escrito apenas com palavras corriqueiras do idioma. Da mesma forma, suas crônicas eram marcadas pela linguagem coloquial e pelas temáticas simples.

Como jornalista, Braga exerceu as funções de repórter, redator, editorialista e cronista em jornais e revistas do Rio, de São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre e Recife. Foi correspondente de "O Globo" em Paris, em 1947, e do "Correio da Manhã" em 1950. Amigo de Café Filho (vice-presidente e depois presidente do Brasil) foi nomeado Chefe do Escritório Comercial do Brasil em Santiago, no Chile, em 1953. Em 1961, com os amigos Jânio Quadros na Presidência e Affonso Arinos no Itamaraty, tornou-se Embaixador do Brasil no Marrocos. Mas Braga nunca se afastou do jornalismo. Fez reportagens sobre assuntos culturais, econômicos e políticos na Argentina, nos Estados Unidos, em Cuba, e em outros países. Quando faleceu, era funcionário da TV Globo. Seu amigo Edvaldo Pacote, que o levou para lá, disse: "O Rubem era um turrão, com uma veia extraordinária de humor. Uma pessoa fechada, ao mesmo tempo poeta e poético. Era preciso ser muito seu amigo para que ele entreabrisse uma porta de sua alma. Ele só era menos contido com as mulheres. Quando não estava apaixonado por uma em particular, estava apaixonado por todas. Eu o levei para a Globo... Ele escrevia todos os textos que exigiam mais sensibilidade e qualidade, e fazia isto mantendo um grande apelo popular."


Bibliografia
:

CRÔNICAS:

- O Conde e o Passarinho, 1936 
- O Morro do Isolamento, 1944
- Com a FEB na Itália, 1945
- Um Pé de Milho, 1948
- O Homem Rouco, 1949
- 50 Crônicas Escolhidas, 1951
- Três Primitivos, 1954
- A Borboleta Amarela, 1955
- A Cidade e a Roça, 1957
- 100 Crônicas Escolhidas, 1958
- Ai de ti, Copacabana, 1960
- O Conde e o Passarinho e O Morro do Isolamento, 1961
- Crônicas de Guerra - Com a FEB na Itália, 1964
- A Cidade e a Roça e Três Primitivos, 1964
- A Traição das Elegantes, 1967
- As Boas Coisas da Vida, 1988
- O Verão e as Mulheres, 1990
- 200 Crônicas Escolhidas
- Casa dos Braga: Memória de Infância (destinado ao público juvenil)
- 1939 - Um episódio em Porto Alegre (Uma fada no front), 2002
- Histórias do Homem Rouco
- Os melhores contos de Rubem Braga (seleção Davi Arrigucci)
- O Menino e o Tuim
- Recado de Primavera
- Um Cartão de Paris
- Pequena Antologia do Braga

ROMANCES:

- Casa do Braga

ADAPTAÇÕES:

- O Livro de Ouro dos Contos Russos

- Os Melhores Poemas de Casimiro de Abreu (Seleção e Prefácio)

- Coleção Reencontro Audiolivro - Cirano de Bergerac - Edmond Rostand

- Coleção Reencontro: As Aventuras Prodigiosas de Tartarin de Tarascon Alphonse Daudet

- Coleção Reencontro: Os Lusíadas - Luis de Camões (com Edson Braga)

TRADUÇÃO:

Antoine de Saint-Exupéry - Terra dos Homens.

SOBRE O AUTOR:

- Na Cobertura de Rubem Braga - João Castello
- Rubem Braga - Jorge de Sá
- Rubem Braga - Um cigano fazendeiro do ar - Marco Antonio de Carvalho

Visite a casa do autor em www.overmundo.com.br/guia/casa-dos-braga

No volume publicado, também de crônicas, "As Coisas Boas da Vida", em 1988, Rubem Braga enumera, no texto que dá título ao livro "as dez coisas que fazem a vida valer a pena". A última delas: "Pensar que, por pior que estejam as coisas, há sempre uma solução, a morte — o assim chamado descanso eterno".


Dados obtidos em sítios da Internet, livros do autor e em trabalhos realizados por Luciano Trigo e João Máximo no jornal "O Globo".
 

(http://www.releituras.com/rubembraga_bio.asp)

 

 

 

(http://paulojunior.net/em-santa-catarina-fabrica-de-moveis-incorpora-inteligencia-competitiva/)

 

 

 

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VERBETE "Carlos Scliar",

WIKIPÉDIA:

"Carlos Scliar

Carlos Scliar
Natureza morta, 1960, têmpera sobre tela, acervo do MARGS
Nascimento 21 de junho de 1920
Santa Maria da Boca do Monte, Brasil
Morte 28 de abril de 2001 (80 anos)
Rio de Janeiro, Brasil
Nacionalidade  brasileiro(a)
Etnia Israel Judeus
Ocupação desenhista, gravurista, pintor, ilustrador, cenógrafo, roteirista e designer gráfico
Magnum opus Natureza morta
Escola/tradição Modernismo, surrealismo

Carlos Scliar (Santa Maria da Boca do Monte, RS, 21 de junho de 1920Rio de Janeiro, 28 de abril de 2001) foi um destacado desenhista, gravurista, pintor, ilustrador, cenógrafo, roteirista e designer gráfico judeu brasileiro.

Participou constantemente de exposições no Brasil e em todos os centros artísticos mundiais, registrando sempre absoluto sucesso. Ativista social, engajou-se em vários movimentos, como o 1º Congresso da Juventude Democrática, na Tchecoslováquia e em manifestações brasileiras, seja produzindo cartazes, seja ilustrando livros e revistas.

Gravurista por opção, apaixonou-se pela serigrafia, em cuja técnica desenvolveu várias séries. Aliás, uma das importantes características de Carlos Scliar era a sua capacidade de inovar, buscando novos materiais que lhe servissem de base e técnicas as mais variadas, desde têmpera até o acrílico, passando pelas artes gráficas. Pintou quadros, mas também fez murais e até ilustrou vários bilhetes da Loteria Federal, premiados com sua arte.

Índice

Biografia

Desde cedo revelou vocação para a comunicação, o desenho e a pintura. Com 11 anos começou a publicar seus primeiros artigos ilustrados e, aos 14 anos, recebeu as primeiras aulas de arte com pintor austríaco Gustav Epstein.

Em 1935, já morando em Porto Alegre, participou da Exposição do Centenário Farroupinha. Em 1938, num ambiente de contestação aos cânones do neoclassicismo e à arte oficial desenvolvida pela Escola de Belas Artes, juntou-se a João Fahrion e juntos fundaram a Associação Riograndense de Artes Plásticas Francisco Lisboa, da qual foi eleito secretário.

Em 1940 mudou-se para São Paulo, onde juntou-se a Rebolo e aos artistas do Grupo Santa Helena. Passou a integrar a Família Artística Paulista, que também era um movimento de contestação aos acadêmicos. No mesmo ano, tornou-se colaborador da "Revista Cultura" e realizou sua primeira mostra individual. Animado com o relativo sucesso obtido pela Família Artística Paulista em uma mostra realizada no Rio de Janeiro, Scliar inscreveu-se no Salão Nacional de Belas Artes, onde conquistou medalha de prata.

Em 1943 foi convocado para a Força Expedicionária Brasileira (FEB) e seguiu para o Rio de Janeiro. Nessa ocasião conheceu a pintora Maria Helena Vieira da Silva e seu marido, o pintor Arpad Szenes, que se encontravam no Brasil como refugiados de guerra.

Em 1944 seguiu para a Itália com o 2º Escalão da FEB, comandado pelo general Cordeiro de Farias, voltando em julho de 1945. Ao retornar, trouxe consigo profundas recordações de sua passagem pelos campos de batalha. Observador atento, desenhou casas e imagens do norte da Itália, formando a série "Com a FEB na Itália", exibida no Rio de Janeiro, em São Paulo e Porto Alegre. Também retratou a si mesmo e a outros companheiros fardados.

Viajou para Paris em 1947, onde participou intensamente dos movimentos na defesa da paz entre os povos. Sua intenção era ficar lá para sempre, quando percebeu que, apesar de ser filho de imigrantes judeus, sua arte era brasileira. Além da França, percorreu a Itália, a Tchecoslováquia, a Polônia, Portugal e outros países, com sua atenção voltada particularmente à gravura e às artes gráficas.

Retornando ao Brasil, no ano de 1950, fixou-se em Porto Alegre em busca de suas raízes. Além de se dedicar à pintura e à gravura, inciou nova fase na carreira, participando de atividades na imprensa. Participou também da criação do Clube de Gravura de Porto Alegre, embrião que se espalhou pelo país e até pelo exterior. Em Porto Alegre, integrou a equipe que formulou a feição gráfica da revista "Horizonte". No Rio e em São Paulo, participou de outros empreendimentos gráficos, como o lançamento da revista "Senhor", da qual se tornou diretor de arte. Dedicou-se também à execução de ilustrações para diversos livros, entre os quais alguns romances de Jorge Amado. A peça Orfeu da Conceição de Vinicius de Moraes foi lançada em edição comemorativa de luxo em 1956, ilustrada por Carlos Scliar. Depois, alternou sua permanência entre Porto Alegre, Rio de Janeiro, São Paulo e Ouro Preto.

A partir de 1960, Scliar passou a viver exclusivamente da pintura, realizando inúmeras mostras individuais com trabalhos criados em seus ateliês de Cabo Frio, onde passou a residir, e Ouro Preto. Ativista, engajou-se na defesa da preservação das dunas das praias e da reserva de pau-brasil do balneário fluminense e do casario da cidade histórica mineira. Em 1962 fundou a editora Ediarte com Gilberto Chateaubriand, José Paulo Moreira da Fonseca, Michel Loeb e Carlos Nicolaievski.

Na década de 1970, produziu painéis para o Museu Manchete no Rio de Janeiro, para a Prefeitura Municipal de Porto Alegre, para o Centro Administrativo de Salvador e para a Imprensa Oficial do Rio de Janeiro, em Niterói.

As obras de Carlos Scliar podem ser vistas em acervos de museus e coleções nacionais e estrangeiras.

Cremado ao falecer, suas cinzas foram lançadas no Canal do Itajuru, em Cabo Frio.

Orla Scliar

O trecho às margens do Canal do Itajuru, em Cabo Frio, em frente à casa onde Scliar morou por 40 anos, recebeu da prefeitura municipal o nome de Orla Scliar. A casa, que o próprio Scliar restaurou, se transformou no Instituto Cultural Carlos Scliar, e exibe boa parte de sua obra e de outros pintores brasileiros, além de preservar o mobiliário da casa e o ateliê, com suas tintas, telas e pincéis.

A orla tem urbanização personalizada, com as cores da paleta do pintor em vasos esféricos, com vegetação nativa, tudo confeccionado especialmente para o local.

Diante da casa, foi erigida uma estátua em tamanho natural do pintor, obra dos escultores Cristina Ventura e Jonas Corrêa.

Na inauguração da orla, em novembro de 2006, amigos de Scliar, os poetas Ferreira Gullar e Romério Rômulo e o ator e produtor cultural Haroldo Costa, homenagearam o pintor com leituras de textos e poesias.

Ver também

Ligações externas

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

(http://artesromao.blogspot.com/2009/05/puzzle-monolisa.html)

 

 

 

 

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VERBETE "Ravensburger"

EMPRESA ALEMÃ, FUNDADA EM 1883 POR OTTO MAIER,

ESPECIALIZADA EM PRODUZIR BRINQUEDOS (não apenas infantis):,

WIKIPÉDIA:

 

"Ravensburger

Ravensburger
Logo de Ravensburger

Logo de Ravensburger
 
 
Création 1883
Fondateurs Otto Maier (site de Ravensburger)
 
Siège social Drapeau d'Allemagne Ravensburg (Allemagne)
Activité jouets/livres
Produits jeux/puzzle
Site web www.ravensburger.com

Ravensburger est une société allemande spécialisée dans les jeux, les jouets, les livres et les puzzles. Elle fut créée par le libraire Otto Maier en 1883 à Ravensburg. La société a enregistré en 1900 le nom de la marque : Otto Maier Verlag Ravensburg puis Ravensburger Spiele.

Ravensburger possède plusieurs marques créées ou acquises comme Alea, Carlit et F.X. Schmid.

En France, Ravensburger a repris une partie des activités des Jeux Nathan.

Quelques jeux édités

Liens externes