[M. T. Piacentini]

--- Quando devo usar Vossa Excelência e V. Exa.? Jeniffer, Goiânia/GO


O uso das fórmulas de tratamento abreviadas ou por extenso é mais uma questão de estética do que de formalidade ou de respeito. Só há mesmo exigência em relação a Presidente da República e Governador de Estado, casos em que se deve escrever Vossa Excelência por extenso. Nas demais situações, cabe a você escolher, ver a forma mais conveniente.


--- V. Sa. está convocada ou convocado? Alexandra Pontes, Salvador/BA

--- Gostaria de saber se ao utilizar o pronome de tratamento V. Sa. e o destinatário for do sexo masculino, deverei usar o verbo no masculino. Ex.: V. Sa. está autorizado... Valéria Marinho, Rio de Janeiro/RJ


O emprego de “V. Sa. ou V. Exa. está convocado, autorizado” ou “convocada, autorizada” depende do sexo da pessoa a quem nos dirigimos:


- se a um homem, usamos adjetivos e particípios no masculino:

          . Vossa Senhoria foi convocado para depor.

          . Não sei se V. Sa. será chamado à mesa, professor.

          . Senhor Promotor, V. Exa. parece insatisfeito com a questão.


- se a uma mulher, usamos adjetivos e particípios no feminino:

          . Vossa Senhoria foi autorizada a depor.

          . Não sei se V. Sa. será chamada à mesa, professora.

          . Senhora Juíza, V. Exa. parece satisfeita com a decisão.


--- O uso da seguinte expressão soa estranho, mas é muito comum: Doutor, qual o número do  telefone "do senhor"? Não seria "seu"? Por quê? Adalberto A. de Matos, Barra das Garças/MT


Ambos os modos de se manifestar estão corretos, pois a "posse" pode ser expressa tanto pela preposição "de" quanto pelos pronomes possessivos. Como o pronome "seu/sua" pode gerar ambiguidade, uma vez que ele se refere igualmente a você(s), ele(s), ela(s) senhor e senhora, muitas vezes (principalmente na televisão e ao telefone) as pessoas preferem usar “dele, dela, do senhor, da senhora” por questão de clareza. No caso em apreço, por não haver ambiguidade, sem dúvida seria mais enxuto perguntar: "Qual o número do seu telefone?” Mas o outro tipo de pergunta também é válido.


--- Gostaria de saber se uma pessoa investida em um cargo de direção, como por exemplo presidente de uma comissão de licitação, quando digitar algum ofício ou memorando tem que se dirigir à outra pessoa na 1ª pessoa do plural, ex: enviamos, comunicamos, etc. Não seria mais elegante e moderno na 1ª pessoa (comunico, envio)? Patrícia Amorim Santiago, Belo Horizonte/MG


Não é realmente necessário o uso da primeira pessoa do plural nesses casos, a não ser que a pessoa fale por si e pela instituição ao mesmo tempo, ou seja, quando se trate do conjunto.


O moderno (e não tão atual assim, pois há 30 anos eu já via autoridades escrevendo "cumprimento, envio, comunico") é realmente usar a 1ª pessoa do singular, sobretudo no início e no fim de uma correspondência, situações em que está bem determinado quem é o falante, ou quem está assumindo a assertiva ou opinião. Não há problema se lá pelas tantas for usado o pronome "nós" ou o verbo respectivo, desde que isso indique uma referência plural, por exemplo à empresa ou à instituição como um todo. Essa mescla dos pronomes pessoais EU-NÓS é comum não só em correspondências mas em discursos de autoridades, conforme tenho documentado.