Após ter tocado em Porto Alegre, Ringo, que nunca tinha se apresentado no Brasil, empolgou a plateia em São Paulo; depois, apresentar-se-á o ex-beatle no Rio, em Belo Horizonte, em Brasília e no Recife.
'Em pé, oh vitimas da fome...'
Amanha é dia 1° de Maio, Festa do Trabalho. As manifestaçoes para a data se organizam; membros e politicos dos partidos socialista, comunista, trabalhista e a CGT desfilarao, com palavras de ordem e afins. Os telejornais especulam sobre quem vai desfilar onde e com quem - reportagens que parecem a revista Caras das celebridades de esquerda...
E no meio da movimentaçao geral, fiquei sabendo que, a alguns passos de onde estamos hospedados, fica a sede do Partido Comunista Francês. O proprio! =)
O prédio é um projeto de Oscar Niemeyer, como se percebe de cara! A construçao foi iniciada em 1966 e os ultimos retoques so' terminaram em 1980.
Tenho pra mim que até a banquinha de jornal, bem em frente, também foi projeto dele:
Um dos compagnons que tinha acabado de sair da sede do Partido (com o bonezinho indefectivel e o paiêro no canto boca, defumando tudo pelo caminho):
WEBJET, NA PESSOA DO GENTIL E COMPETENTE COMISSÁRIO DE BORDO
DANIEL, QUE RESPEITA E ADMIRA O TALENTO PROFISSIONAL DE
SEUS COMANDANTES, OS AERONAUTAS-DE-LONGO-CURSO
DAQUELA PRESTIGIOSA EMPRESA DA AVIAÇÃO COMERCIAL DO BRASIL,
TAMBÉM SAUDANDO EFUSIVAMENTE
OS FUNCIONÁRIOS DO IMPRESSIONANTE
DUTY FREE SHOP LOCALIZADO NOS ARREDORES DE
PUERTO IGUAZÚ (ARGENTINA),
UM FRENÉTICO TEMPLO DE HIPERCONSUMO,
ESPÉCIE DE GALERIES LAFAYETTE DO SÉCULO XXI,
que merece ser estudado em profundidade por
teóricos do jaez de Edgar Morin, Jean Baudrillard (in memoriam) e
Gilles Lipovetsky, por exemplo, E
AGRADECENDO À FOTÓGRAFA
SARAH GREAVES-GABBADON, pela
ÓTIMA FOTO QUE TIROU DE MÃO COM
ANEL COM GRANDE PEDRA PRECIOSA, VERMELHA,
EM UM DOS DEDOS, FLAGRADA NO FRENÉTICO DUTY FREE
CARIBENHO (STA. LUCIA) ONDE ESTAVA AQUELA PESSOA QUE - é possível -
DESEJAVA TER TAMBÉM UM "anel do baterista Ringo em Help"
13.11.2011 (Foz do Iguaçu-PR) - Depois de ter tocado em Porto Alegre, Ringo, ex-beatle que nunca tinha se apresentado no Brasil, empolgou a plateia em São Paulo; depois, apresentar-se-á ele no Rio, em Belo Horizonte, em Brasília e no Recife - Ringo Starr em São Paulo! (OBRIGADO, WEBJET, COM SEU MUITO BEM-HUMORADO, ATENCIOSO E COMPETENTE COMISSÁRIO DE BORDO DANIEL, A PUXAR, PELO MICROFONE DO AVIÃO, ENTUSIASMADOS APLAUSOS AO COMANDANTE DA AERONAVE, PILOTO EXPERIENTE QUE FEZ UM POUSO sen-sa-cio-nal - COMO BEM LEMBROU, DE PÚBLICO, O SR. DANIEL - EM CURITIBA, ESCALA DO VOO DE BRASÍLIA PARA FOZ DO IGUAÇU, NA MANHÃ DO SÁBADO, 12 DE NOVEMBRO DE 2011 [ONTEM].) ([email protected])
Acompanhado da All-Starr Band, Ringo tocou para uma platéia empolgada em São Paulo
Alessandro Giannini
Da Redação
O público presente no Credicard Hall, casa de shows localizada na Zona Sul da cidade de São Paulo, precisou esperar apenas dois minutos além do previsto para que Ringo Starr subisse ao palco. Com esse pequeno atraso o ex-beatle iniciou sua apresentação na capital paulista, a segunda da primeira vinda do músico ao Brasil.
Acompanhado da All-Starr Band, composta por integrantes como Wally Palmar, ex-The Romantics, e o multi-instrumentista Edgar Winter, Ringo abriu o show nos vocais de "It Don't Come Easy". Durante a terceira música, "Choose Love", ocorreu o primeiro momento alto do show. Ringo assumiu a bateria, para delírio da plateia que lotou a casa de shows.
A audiência era composta por pessoas de diversas faixas etárias e que deixavam claro sua admiração pelos Beatles por meio de camisetas e faixas. A comparação com as apresentações de Paul McCartney, seu ex-companheiro de Beatles, é inevitável. E, mesmo sendo um show mais simples, a apresentação de Ringo mostrou o mesmo apuro técnico e empolgação vistos nos espetáculos de McCartney.
Ringo permaneceu na bateria até a sétima música. "I Wanna Be Your Man", sucesso dos Beatles, foi dedicada às mulheres presentes na plateia, mas agradou todos fãs da banda de Liverpool. O show seguiu, com Ringo e seus companheiros dividindo os vocais. Destaque para Richard Page, em "Kyrie" e Wally Palmar em "Talking In Your Sleep", sucesso do The Romantics.
A primeira parte da apresentação terminou em alta. Após causar suspense no público, perguntando "vocês estão prontos para cantar?", Ringo disparou um dos maiores sucessos dos Beatles. "Yellow Submarine" levou os fãs ao delírio e transformou o público em um verdadeiro coral.
Ringo Starr se apresenta pela primeira vez no Brasil
Foto 14 de 27 - Em sua segunda apresentação no Brasil, o ex-baterista do Beatles, Ringo Starr, tocou sucessos dos Beatles e da sua carreira para um Credicard Hall lotado em São Paulo (12/11/2011) Mais Shin Shikuma/UOL
O retorno da banda ao palco contou com a psicodélica "Frankenstein", sucesso instrumental de Edgar Winter. Em seguida, Ringo retornou ao palco e começou a distribuir brindes ao público para, depois, apresentar os músicos que tocaram juntamente com Winter.
A apresentação prosseguiu com "Back Off Boogaloo" e "What I Like About You". Gary Wright foi o responsável por "Rock N Roll Hootchie Koo", terminando a música com longo solo de guitarra. Em seguida foi a vez de "Boys", música gravada por Ringo em parceria com músicos de diversas bandas e que ele afirmou gostar muito.
Seguiram “My Love Is Alive" e “Broken Wings”, músicas de Gary Wright e Richard Page, respectivamente. Após uma breve consulta à plateia sobre qual música eles desejavam ouvir, Ringo emendou a balada "Photograph" e "Act Naturally", uma das poucas músicas dos Beatles cantadas pelo então baterista.
O show terminou em clima de apoteose com a dobradinha "With a Little Help From My Friends", dos Beatles, e o hino "Give Peace a Chance", sucesso da carreira solo de John Lennon. Em ambas as músicas, Ringo contou com o apoio do público, que cantou os hits de mãos para o alto.
Em sua passagem pelo Brasil, Ringo já tocou em Porto Alegre na quinta-feira (10) e, após a apresentação desse sábado (12), em São Paulo, passa por Rio de Janeiro (15/11), Belo Horizonte (16/11), Brasília (19/11) e Recife (20/11).
Confira abaixo as músicas tocadas no show de Ringo Starr em São Paulo:
"It Don't Come Easy"
"Honey Don't"
"Choose Love"
"Hang On Sloopy"
"Free Ride"
"Talking In Your Sleep"
"I Wanna Be Your Man"
"Dream Weaver"
"Kyrie"
"The Other Side Of Liverpool"
"Yellow Submarine"
"Frankenstein"
"Back Off Boogaloo"
"What I Like About You"
"Rock N Roll Hootchie Koo"
"Boys"
"My Love Is Alive"
"Broken Wings"
"Photograph"
"Act Naturally"
"With a Little Help From My Friends / Give Peace a Chance"
É por si só uma importante atração turística e um dos mais famosos cartões postais da cidade. Foi concebido por Oscar Niemeyer. Trata-se da maior estrutura de concreto armado de São Paulo.
Tem 6 blocos com 1.160 apartamentos e um minishopping no térreo. Sua arquitetura em forma de "S" destaca-se no Centro de São Paulo. Tem entradas pela Av. São Luís e pela Av. Ipiranga."
"Se o Sexo É Livre, Porque É Que a Sociedade Não É Promíscua" Por ANDRÉIA AZEVEDO SOARESDomingo, 12 de Maio de 2002
ENTREVISTA COM GILLES LIPOVETSKY
O autor de "A Era do Vazio" esteve ontem no Porto para apresentar uma conferência sobre a sedução na era pós-moderna. Nesta conversa com o PÚBLICO, explica como o individualismo contemporâneo afecta o amor, o sexo e a política.
"A Era do Vazio" é talvez o seu livro mais conhecido. Nele, o filósofo francês Gilles Lipovetsky assinala a existência de um processo de personalização, capaz de tornar as sociedades pós-modernas apáticas e preocupadas com o próprio bem-estar. Assim, as pessoas tenderiam a fazer as suas escolhas sem investir no espaço público, bem como a abraçar posturas hedonistas ou narcisistas.
Nesta entrevista, no entanto, o autor explica que o individualismo não provoca necessariamente o caos. O amor continua a existir, o que muda é a quantidade de relacionamentos que encetamos para encontrá-lo fugazmente. A liberdade sexual é total, mas poucos promovem orgias. O eleitor torna-se imprevisível, mas a democracia, como se viu na França, "não está ameaçada". O próprio turbilhão gerado pelo individualismo contemporâneo reorganiza uma estabilidade social. É um "caos organizador", como explicou Lipovetsky. O professor da Universidade de Grenoble esteve ontem no Porto para apresentar a conferência "O Amor e a Sedução na Era Pós-Moderna", no âmbito de um encontro promovido pela Sociedade Portuguesa de Psicanálise na Fundação Cupertino Miranda.
PÚBLICO - Escreveu que, na era pós-moderna, "a sedução já não é libertina". O amor, tal como o conhecemos hoje, vive fora da sedução?
GILLES LIPOVETSKY - Há na sociedade pós-moderna um conjunto de fenómenos que se opõem fortemente à lógica da sedução. A pornografia, por exemplo, é a anti-sedução. As coisas agora são muito rápidas, já não há aquele teatro do amor cortês. E isso acontece porque hoje valorizamos a verdade do desejo, a autenticidade. A segunda questão advém da liberalização sexual dos anos 70.
A pílula anticoncepcional?
Sim. E o fim do julgamento da conduta sexual das mulheres. A virgindade deixou de ser um valor. As feministas proclamavam que o ritual da sedução era então igualitário. Mas a verdade é que não houve essa partilha do papel do sedutor. A lógica individualista proporcionou a autonomia no interior dos casais. Mas o amor continua a existir. Refuto a ideia de que o individualismo faz o amor morrer. E a sedução não se coaduna com essa lógica da autonomia. A iniciativa, o avanço sexual continua a ser largamente uma prerrogativa masculina. Há sempre quem diga que agora a mulher também promove a aproximação, mas isso é mais um discurso feminista do que a realidade. As mulheres adoram ser cortejadas e esperam por isso. O grande paradoxo é que o princípio da autonomia foi reconhecido nos casais, mas o papel da sedução permaneceu não-permutável.
O indivíduo pós-moderno vive voltado para si próprio, mas também deseja um relacionamento afectivo com o outro?
Sim. O sentimento não desapareceu. Ao contrário do que se pode pensar, o individualismo não aboliu o relacionamento. Repare nas canções de Céline Dion. Elas não falam senão de amor. O que muda é a possibilidade de recomeçar a vida amorosa. Continuamos marcados pelo ideal do amor trovador. Queremos uma relação forte, um amor arrebatador, mas não para toda vida - e aí está a diferença.
Mas o facto de termos avançado para um novo conceito de relação, que à partida sabemos que será finita, e, ao mesmo tempo, de idealizarmos um amor arrebatador não nos provoca uma angústia de algo inatingível?
O amor é que é impossível. Não pode haver um amor feliz, pois assim seria uma paixão forte - e, como tal, seria trágica. Estamos felizes durante um período.
Quando as coisas ficam estáveis, um dos dois começa a sofrer. Mas não é a condição pós-moderna que provoca essa angústia. O amor seria o contrário do individualismo, uma vez que se vive para o outro. Mas, por outro lado, não há amor sem individualismo, pois uma relação pressupõe a escolha de alguém. O amor implica reconhecimento da autonomia dos sentimentos. Queremos casar com aquele que amamos.
Depois vem o divórcio.
O casal pós-moderno faz tentativas. Nós agora temos mais vidas amorosas. Recomeçam sucessivamente.
Há actualmente uma vaga de livros autobiográficos que tornam pública a conduta erótica da mulher - "A Vida Sexual de Catherine M.", por exemplo. Como vê esse desejo feminino de registar a própria sexualidade? Isso é um fenómeno coerente com a lógica individualista. Hoje as mulheres escrevem literatura erótica na primeira pessoa e até fazem filmes pornográficos. E é interessante que essa voz narrativa seja feminina. Antes, o discurso erótico era dominado pelos homens. Sade, por exemplo. Catherine Millet fala menos dos seus sentimentos e mais das suas peripécias sexuais. Isso não deve ser visto como um sinal do regresso da promiscuidade. A autora conta o que fez há vinte anos, quando não se pensava na sida. A fama do livro veio justamente do facto daquela história nada ter a ver com o que acontece hoje. E as pessoas indagam-se por que não sentem vontade de fazê-lo numa altura de total permissividade. Se a sexualidade agora é livre, porque é que a sociedade não é promíscua? A resposta está no facto de o homem individualista se querer sentir valorizado por uma pessoa que ele próprio escolheu. Isso conduz à afirmação do sujeito, ao passo que a orgia é precisamente a negação do indivíduo. E a cultura individualista que temos não combina com essa desvalorização do indivíduo.