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 Lições de amor para 2015

 

Por Rosidelma Fraga – Rio de Janeiro, 31 de Dezembro de 2014.

 

De repente aprendemos que passamos o ano todo errando e não há mais tempo para chorar pelo leite derramado, mas há como corrigir os erros para não repeti-los em 2015.

Hoje, no último dia do ano, olhando o mar quadrado da janela de um apartamento no Rio de Janeiro, desejando estar na Praia do Forte, ao lado de Drummond, aprendi grandes lições que não tive a capacidade de enxergar. Eis algumas lições:

 

a)   Não importa o valor que damos às pessoas, mas o valor que damos a nós mesmos, porque amar a si mesmo não é egoísmo, é amor próprio, é bem-querer...

 

b)   Não importa o lugar onde estamos, mas como estamos e com quem estamos nesses lugares. E, se olharmos para dentro de nós mesmos, somos a melhor companhia para todos os momentos...

 

c)   Não importa se somos pobres e não podemos realizar a melhor queima de fogos do mundo. O que importa é ter a luz da alma acesa para poder amar a nós mesmos;

 

d)   Não importa se é em Copacabana, no Leblon, no Pão-de-açúcar, na Baía de Guanabara, nas belezas do Caribe ou nos confins do Norte... O que importa é o valor que damos, em primeiro lugar, a nós mesmos, e depois, em segundo lugar e sucessivamente, às pessoas que estão a nossa volta...

Li em José Saramago que Deus era extremamente egoísta porque desejou que seus seguidores amassem a Deus acima de todas as coisas. É mais ou menos com esse tipo de egoísmo que me refiro ao defender que devemos nos amar em primeiro lugar, acima de tudo.

Porque de repente aprendemos a nos olhar no espelho e ver que envelhecemos perdendo tempo e derramando amor a quem não importa com a nossa existência... E inferimos que deixamos de nos amar mais que amiúde, deixamos de nos presentear com uma viagem, com um objeto de desejo ou alguma coisa que gostaríamos para agradar aos outros...

De repente descobrimos que o tempo passou e perdemos muito tempo, jogamos sentimentos e declarações de amor na lata de lixo, como se um bilhete ou uma fala de amor não significasse tanto...

De repente aprendemos que não há faculdades que ensinam os mais novos a amar os mais velhos, que não há faculdades que ensinam valores humanos, que não há quem ensine sentimentos, porque sentimentos não se compram nem à vista, nem em grandes parcelas...

 

Mas... De repente meus amigos leitores, descobrimos na caixinha mágica da vida que ainda há tempo para aprender com as lições de vida. De repente descobrimos que temos muito amor explodindo no peito, mas ele deve ser dado acima de tudo a nós mesmos, porque a vida pode durar apenas o instante da queima de fogos em Copacabana.