HOJE É "DIA DE SÃO SEBASTIÃO," .PADROEIRO DO RIO DE JANEIRO (TEXTO REPUBLICADO POR INCORREÇÕES REVISADO E ATUALIZADO)
Por Cunha e Silva Filho Em: 20/01/2025, às 14H13
HOJE É DIA DE SÃO SEBASTIÃO , PADROEIRO DO RIO DE JANEIRO (Texto aumentado, modificado refundido)
CUNNHA E SILVA FILHO
(Da Academia Brasileira de Filologia (ABRAFIL)
Gostaria agora de ser um poeta lírico do alto porte de Manuel Bandeira (1886-1968), inclusive no Estrela da tarde(1960) há um magnífico poema sobre o Rio de Janeiro, no qual o poeta do “Ubi sunt”, já faz críticas à condições em que ficou, na época dele, imagine, a cidade dita “Maravilhosa e é nesse poema de louvação do Rio de Janeiro que cita o Padroeiro São Sebastião em versos plangentes de saudades composto de quatro estrofes, cada qual de uma oitava, louvação dos bons tempos de sua chegada à cidade de São Sebastião. Veja-se a primeira estrofe:
RIO DE JANEIRO
Louvo o Padre, louvo o Filho
E louvo o Espírito Santo.
Louvado Deus, louvo o santo
De quem este Rio é filho.
___ Bravo São Sebastião ___
Que num dia de janeiro
Lhe deu santa defensão.
Aliás, hoje, é o dia de comemorar São Sebastião, defensor da cidade carioca, seu Padroeiro. Após a pandemia e as consequência de econômicas por passou nesse perigo trágico, hoje a cidade é quase uma mortalha de males e de violência desmedida. Nunca se pensou que chegaríamos a uma situação destas, de esvaziamento da cidade, de decadência visível, de lojas luxuosas fechadas, de livrarias fechadas, de grandes sebos fechados, de uma Rua da Carioca praticamente morta e esquecida, tornando-se uma rua-fantasma tão distante daquela que conheci ao chegar ao Rio nos anos sessenta, onde a alegria dava o tom de festa, de vida feérica, de lojas abertas de afluência de gente indo ou vindo por ela passando.
Na Avenida Rio Branco, com o seu ar cosmopolita, tudo era diferente, muita gente para lá e pra cá, gente bem vestida, ouviam-se sotaques diferentes em línguas estrangeiras, vívida, cheia de ânimo, lojas elegantes, bancos particulares, bancos estrangeiro.
A agitação e dinamismo naquela forma de rat race, principalmente nas horas de rush das grandes metrópole com seus habitantes indo e vindo pela bela Avenida Todavia, veio Bolsonaro com seus desmandos e tropelias trágicas. Rio Branco faziam parte integral e inconfundível de uma Avenida dinâmica e apinhada de gente. Não há metrópole bonita sem a agitação o borburinhho de gente de todo tipo e de estratos sociais diversos.
O Jornal do Brasil ainda em pleno vapor sob o controle da Condessa Pereira Carneiro. A graça de ver a velha cidade com as suas lojas de portas abertas, suas boas livrarias, inclusive com os seus bons e velhos sebos, constituíam um deleite a quem visitasse o Centro da cidade.
A Rua da Carioca virou um local quase a lembrar uma rua-fantasma, segundo declarei acima, com as suas lojas com portas cerradas. A Praça Tiradentes é hoje um lugar que também perdeu a graça e a beleza de outrora, ainda que mantenha o seu Monumento, que é a estátua equestre de D. Pedro I. De resto, em séculos passados do Primeiro Império, passados aquele entorno da Praça Tiradentes era muito arborizado e muito mais belo. O certo é que o Rio atual envelheceu mas não pautando pelos cuidados dos alcaides, não esquecendo que tivemos o pior talvez desde Pereira Passos, o prefeito das grandes modificações da cidade do Rio de Janeiro que a tornou uma bela cidade com traços europeus no que de bom temos de europeu.
Ou seja, cenário vivo de novas construções, aberturas da Avenida Central, centro nervoso e econômico da Cidade Maravilhosa, hoje, Avenida Brasil. Cuidar do envelhecimento da grande urbe carioca é um must de qualquer bom prefeito. O reverso disso, ou seja, o desprezo pelo Centro demonstrado pelo Crivela e outros alcaides medíocres é o que se vê a olhos vistos.
Os dias de hoje é o que se pode chama de decadência, de declínio, de perda da aura de um passado que deveria ser bem cuidado em termos de reforma de antigos prédios que estão caindo aos pedaços. Desejo assinalar que não é por culpa do atual prefeito Eduardo Paes, sobre o qual adiante farei referência até elogiosas.
A cidade é como o ser humano precisa de cuidados, de reparos a fim de não se deteriorar. O que ficou do Teatro Carlos Gomes? O que ficou da antiga vivacidade dos lugares procurados em volta da Praça Tiradentes? Felizmente, ainda está de pé o Real Gabinete de Leitura, como estão ainda firmes o Teatro Municipal, a Biblioteca Nacional, a Escola de Belas Artes, com a sua arquitetura neomanuelina, no qual Machado de Assis deixou a sua marca de leitor cativo.
A famosa e antigamente sofisticada Rua do Ouvidor, conhecida literária e historicamente, no século XIX, e início do século XX, incluindo aí a Belle époque, também sofreu efeitos desastrosos daquele antigo encanto desde os tempos da crônicas de Machado de Assis (1839-1908) ou do conhecido livro de Joaquim de Macedo Soares (1820-1882)) Memórias da Rua do Ouvidor(1878). Ficou feia essa outrora sofisticada rua carioca. Ficou destituída da beleza, do perfume e das mulheres bem elegantes de chapéus e seus gentlemen,ou dandies encasados envergando suas sticks mimetizando a moda estrangeira, notadamente a europeia, em conversas ao pé do ouvido, ou apreciando a belas mulheres que passavam do outro lado da calçada da estreita rua e vestidas à moda europeia da época.
Ficou, mps dis que atravessamos, desajeitada, pobre em todos os sentidos, virou uma rua comum, anônima e sem o requinte dos tempos idos e vividos. Sem a presença de lojas elegantes, sem nenhum atrativo para quem por ela passa tal como havia nos tempos de Machado de Assis(1839-1908).
Veio,nos tempos bicudos de hoje devastadoramente, a violência no Centro da cidade. A alegria e a beleza, o deslumbramento ou o “alumbramento bandeiriano” se esboroaram em grande parte.
Com esse declínio, veio, em sentido amplo e panorâmico, certo cansaço de olhar, com entusiasmo, para a velha e amada Cidade Maravilhosa a partir da ótica do Centro da cidade.
Vieram, finalmente, outros fatores diluidores do bem-estar da cidade, como a ausência enérgica de alcaides que amassem uma cidade ) sendo o pior exemplo o chamado incompetente bispo - vejam só! - eleito pelo carioca. Me refiro ao prefeito Crivela que esfumaçou com as finanças do Rio de Janeiro, deixando de pagar o funcionalismo municipal e, ademais nem pagou o décimo terceiro doo funcionalismo médio e baixo.
Não fez nada de importante para a nossa cidade e - pasmem!- ainda ocupa atualmente cargo de deputado federal representando o Rio de Janeiro. Que país é esse, senhores leitores, homens de bem?
Uma cidade cosmopolita como o Rio de Janeiro, tem em sua paisagem altaneira - o Cristo Redentor no Corcovado, abraçando todos os que aqui residem ou aqui venham conhecer as belas e naturais praias cariocas e os recantos deslumbrantes de acolhedores paisagens líricas, como o Aterro do Flamengo, o bairro da Lagoa, a Urca, os demais bairros elegantes da Zona Sul, assim como do centro, da Zona Oeste, da Baixada Fluminense, do Rio por inteiro, não merecem prefeitos arrivistas e espertalhões, nepóticos e o sei lá mais o quê.
Um prefeito que só trouxe males e maldades ao Rio de Janeiro. O tal Crivela, e deixou até atrasado o pagamento do funcionalismo municipal é alg trágico para o carioca. Político como ele, péssimo administrador nem merece mais ser candidato a qualquer mandato. Infelizmente, ainda detém, segundo já afirmei acima, um mandato de deputado federal ou senador, nem sei ao certo, pois sua presença é nula no Congresso Nacional.
Eduardo Paes, ao contrário, com todos os erros que possa ter, é um prefeito sério, empreendedor, ativo, competente e tem grande vocação política, porquanto percebemos que ama deveras a sua própria cidade e tem feito também obras de reconstrução da nossa megalópole .Só um falha percebo quando vou ao Centro: ele está muito sujo e não vejo ninguém varrendo as suas principais ruas e artérias.
Ele, como César Maia e alguns outros poucos alcaides, honram a sua passagem na Prefeitura do Rio de Janeiro. Paes seria um bom governador apesar de algumas falhas, as quais não são graves nem o descredenciam para um reeleição e um possível mandato de governador do Rio de Janeiro.
Passada essa digressão de cunho político-administrativo, relancemos nosso olhos para a vista maravilhosa da cidade do Rio de Janeiro, olhando-se do bairro de Botafogo para a beleza da Urca, do Pão de Açúcar e de outros recantos que deixam os turistas fascinados e boquiabertos. Releva engrandecer o encantamento que é passar pela Floresta da Tijuca e poder respirar, a plenos pulmões, a brisa e o cheiro da floresta encantada. Assim igualmente passar de carro, ou andando a pé, pela orla do Parque do Flamengo é um regozijo para os nossos olhos, sem falar a beleza da Praça Paris.Ah, setudo fosse bem cuidado e los governantes e pela população, sem vandalismos de seus monumentos e praças, nem criminalidades!
Outro caso de político incompetente foi o do prefeito Saturnino Braga, em cujo mandato faliu o Rio deixando os funcionários públicos passando sérias dificuldades financeiras. Entretanto, como senador, era um político inteligente, confiável. Quanto ao Sr, Crivella, que volte pra sua igreja como pastor.
O Rio permanece contraditoriamente um recanto ainda paradisíaco a turistas de todo o mundo. O turistas, no entanto, conhece do Rio aquilo que interessa aos poder econômico. O turista vê a aparência, não a essência. O turista é uma metonímia às avessas, um traído pela realidade pétrea de uma metrópole. Seu interesse, o do turista, o do estrangeiro, e mesmo o político de países civilizados têm um visão distorcida da dureza e das misérias de uma sociedade filtradas por lentes ideológicas distorcidas e adrede planejada.
Sua visão tem cunho hedonístico, é uma satisfação individualista. Ele pode ser um flâneur, mas um flâneur teleguiado pela ordem econômica e pela visão incompleta e perversa que não aparece na sua integridade profunda e por vezes desumana, sobretudo à luz enganosa da publicidade pautada pelos interesses do homo economicus Desconhece as misérias, das favelas, o lado podre do Rio, as balas perdidas, as injustiça sociais, os preconceitos ainda bem fortes em alguns indivíduos, o que é sumamente lamentável.
Neste ano, fala-se na imprensa que os hotéis cariocas estão praticamente lotados para visitantes vários e de toda a parte, nacionais e estrangeiros, certamente aguardando o carnaval que já se aproxima.
Só peço a Sebastião que proteja toda essa gente e sobretudo os oprimidos e sofredores que aqui residem e que tão bem conhecem os múltiplos problemas vividos pela cidade.
Tempos atrás, quiseram mudar a data do dia de São Sebastião, mas isso não foi bom para a cidade que então, sofreu violentas chuvas que fizeram desmoronamentos até de prédios bem construídos, tornando o cenário trágico para a data de comemoração do seu Padroeiro.
Por conseguinte, a cidade, mais do que nunca, necessita da proteção do seu Padroeiro e que ele seja mesmo “louvado” como no citado poema de Bandeira. Só auguro que a cidade dos cariocas e dos que aqui a consideram como nascidos de coração ainda recupere a sua grandiosidade, vitalidade, progresso e bem-estar aos seus habitantes podendo, pois, dispor de um transporte de massa mais humano, de um quotidiano seguro sem o pavor dos assaltos e de outras misérias que ainda precisam ser solucionadas com urgência, sobretudo a violência.
Viva, apesar das contradições a Cidade Maravilhosa e Viva seu Padroeiro São Sebastião, seu protetor. Só para finalizar, o Dia de São Sebastião não deve ser comemorado só hoje, mas durante o ano inteiro. Salve São Sebastião! Salve o Rio de Janeiro!