Evocações de meu avô
Por Reginaldo Miranda Em: 10/12/2025, às 13H42
Reginaldo Miranda
À memória de meu avô,
Dermeval Mendes da Rocha.
“Onde quer que eu viver, com fama e glória
Viverão teus louvores em memória”
(Camões, Os Lusíadas, Canto II, 105)
O longo tempo após tua despedida
não apagou lembranças que conservo:
gestos sutis que o coração preserva,
clarões da convivência em minha vida.
Lembras? Certa vez, quando eu, menino,
me presenteaste um cavalo em carnaúba talhado,
e se punha a galopar, vivo e animado,
no brinquedo de um neto contente e ladino.
Eu me lembro do caçador, do papa-mel,
dos castelos, das histórias de Trancoso a granel.
Enfim, nunca te esqueci —
e sigo, entre memórias, tua passada,
vencendo cada dobra da jornada,
honrando o teu legado que há em mim.
Teresina, 5.10.1991.

