Estórias do bombeiro Miranda: o torcedor fanático
Por Flávio Bittencourt Em: 13/03/2010, às 18H34
Estórias do bombeiro Miranda: o torcedor fanático
Um torcedor fanático, que praticava halterofilismo, estava quebrando tudo na casa onde morava com os pais, quando chegaram a polícia e os bombeiros.
BOMBEIROS DO AMAZONAS (BRASIL): CORPORAÇÃO EXEMPLAR EM MANAUS,
COM SEUS PROFISSIONAIS QUALIFICADOS PARA O TRABALHO (TAMBÉM) EM
RIOS, LAGOS, PARANÁS, IGARAPÉS, FUROS E IGAPÓS E DA AMAZÔNIA PROFUNDA;
SOLDADOS DO FOGO DO CBMAM (Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Amazonas)
(http://www.exercito.gov.br/revista/Materias/2009/12dez09/imagens/hgema3.jpg)
BOMBEIROS DO ESTADO PARÁ, EM SITUAÇÕES EMERGENCIAIS, COLABORAM
COM SEU COLEGAS DO ESTADO VIZINHO DO AMAZONAS E VICE-VERSA:
HERÓIS DOS CAMINHOS FLUVIAIS DOS ÍNDIOS MURA DA AMAZÔNIA
NA FORMAÇÃO DOS BOMBEIROS, AULAS DE PSICOLOGIA, PSIQUIATRIA,
HISTÓRIA DA ARTE E DA CULTURA, por exemplo, são ministradas,
paralelamente a disciplinas de administração, de comunicação social
e outras, além das práticas operacionais das quais eles
detém a technical expertise e a technical competence
OS BOMBEIROS ENFRENTAM TENTATIVAS DE SUICÍDIO, onde
devem dialogar com pessoas em situações psicológicas
extremamente delicadas, incêndios de museus com obras
de arte de valor incalculável [nesses casos, sob a mira
das câmaras de televisão do mundo inteiro], grandes
incêndios e calamidades com infelizmente muitas vítimas etc.
(SÓ A FOTO, site do CBMRJ, Estado do Rio de Janeiro, "Cartilha
do Bombeiro" [para o público em geral]:
http://arquivosdeenfermagem.blogspot.com/2009/08/cartilha-do-bombeiro-rj.html)
2008: TREINAMENTO DE BOMBEIROS NA TORRE
DE SIMULAÇÃO DE OPERAÇÕES DE COMBATE A
SINISTROS NO QUARTEL GERAL EM TERESINA,
ESTADO DO PIAUÍ; A ESTÓRIA ABAIXO RECONTADA,
ENTRETANTO, ACONTECEU BRASÍLIA, DISTRITO FEDERAL,
BRASIL, EM 1989
(Só a foto, sem a legenda acima conferida,
está, na Web, em:
Foto: Cidade Verde - PI; 26.3.2008, site do CMBMT (Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso); "Demonstração na inauguração do CTO [Centro de Treinamento Operacional do CBMPI]" - Reportagem: Assessoria / Bombeiros - MT)
EDUCAÇÃO FÍSICA DOS BOMBEIROS DE BARRA DO GARÇAS - MT:
"Exercício de aquecimento", notícia: 5.11.2009
(http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/levantamento-de-peso/levantamento-de-peso-2.php)
(http://comentamengo.wordpress.com/2009/04/)
(http://4.bp.blogspot.com/_-iYwEt-Fnbk/SsymIvFPUHI/AAAAAAAAAB8/eerjfsAh098/s320/2budas.jpg)
(http://lucianonassyn.wordpress.com/2009/08/12/28/)
(http://franci-ellen.blogspot.com/2009/07/sobre-criciuma-rio-maina-e-icara.html)
À amiga Kátia Regina, funcionária do Educafro - MG e professora de nosso idioma pátrio, a
Dílson Lages Monteiro (*), escritor piauiense e editor do portal Entre-textos, também professor
de língua portuguesa e de literatura brasileira e a
Sandro Miranda, sua esposa Mônica e suas lindas filhas, que moram em Brasília, para alegria
do responsável pela Coluna "Recontando...", já que assim ele pode, com a frequência possível,
ouvir estórias de ações bombeirísticas absolutamente fabulosas
(*) - Recente e auspiciosa notícia sobre o Prof. Dílson Lages Monteiro:
13.3.2010 - Quando, em 1989, em Brasília, um torcedor de futebol começou a quebrar tudo em casa, foram logo chamados a polícia e os bombeiros - Quem conta essa estória - que verdadeiramente aconteceu - é Sandro Miranda, oficial bombeiro militar do CMBDF (Corpo Militar de Bombeiros do DF). Ex-aluno do responsável por essa Coluna do portal Entre-textos, esse grande amigo brevemente será diplomado em Direito pela UPIS, de Brasília, onde lecionei Comunicação Empresarial, no Curso de Graduação em Administração. Ele e sua esposa, a Major Mônica, também bombeira, recentemente foram promovidos - e essas DUAS notícias são motivo de multiplicada alegria. Assim, nada como ouvir, celebrando as respectivas ascensões nas carreiras deles, uma boa estória de bombeiros! [Mando daqui beijinhos para as duas pequenas filhas do casal, que são bonitas, saudáveis, inteligentes e afáveis; para elas já estão reservados, com dedicatórias especiais, dois exemplares do pequeno grande livro infantil A verdadeira festa no céu, do tarimbado contista Adrino Aragão, precursor do miniconto no Brasil.]
O TORCEDOR FANÁTICO
Sandro Miranda
Esse foi um caso psiquiático que até hoje está vivo em minha memória. Aconteceu em 1989. Eu era Aspirante e bem me lembrava dos ensinamentos de professores e instrutores sobre pacientes dessa natureza: como lidar com eles.
O paciente, um rapaz de vinte e poucos anos, portava uma barra de ferro - daquelas de halterofilismo... - e, com ela, já havia destruído os móveis da sala e ameaçava que aquele que porventura adentrasse o local em que ele estava seria atacado com a barra. Ameaçava gritando. Isso fez com que toda a guarnição ficasse receosa de deter o rapaz, imobilizá-lo, colocá-lo na viatura e levá-lo para o hospital psiquiátrico, o famoso HPAP (Hospital Pronto Atendimento Psiquiático), localizado em Taguatinga, cidade-satélite de Brasília, que, na época, era o único hospital psiquiátrico do DF.
Lembro-me que a PM já estava no local, quando nós bombeiros lá chegamos, ou chegou logo depois a Polícia Militar [do Distrito Federal] e logo surgiu a idéia de que fosse simulada uma prisão (um policial apontou arma na direção do rapaz, da rua para a janela do aposento onde se encontrava).
E ele, mostrando o peito, com os braços abertos como os da estátua do Cristo Redentor, no Rio, passou a gritar, olhando para o policial que lhe apontava o revólver (descarregado, mas o paciente não sabia disso). Eis que berrou o paciente, destemidamente:
"- ATIRA! - ATIRA!".
Nós não entramos porque o "- Atira, atira!" dele era um "- Atira, atira!" com o jovem segurando, com a mão direita, a barra de ferro. A situação não permitia que nós entrássemos no quarto onde estava, que era o quarto dele.
Eu sei que eu tive, então, a idéia de perguntar para o seu pai sobre o perfil do filho, os gostos do rapaz etc.
Fiz-lhe várias perguntas sobre sobre filmes, mulheres, comida, religião, sobre futebol, e aí, então, veio a informação de que o filho era um torcedor fanático do Flamengo.
Eu resolvi travar um debate com ele, comparando o seu time com o meu (eu sempre fui botafoguense), dizendo que meu time era melhor do que o dele. (*risos*)
O rapaz, naturalmente, ficou até mais nervoso num primeiro momento. Um pouco mais irritado. Quando então o alertei que dentro de poucos minutos aconteceria "uma disputa entre Botafogo e Flamengo".
O fato é que, quando dei essa notícia, ele ficou bastante entusiamado.
E eu o convidei para assistir à final. O que aconteceu, na verdade, não é que o paciente atendeu ao meu convite. Eu alertara à minha guarnição que, se ele abaixasse aquela barra de ferro, era para entrar no quarto imediatamente e pegá-lo.
Então, o que aconteceu? Quando o convidei para assistirmos ao jogo Botafogo e Flamengo, ele colocou em dúvida a possibilidade de que o jogo estivesse para começar.
A situação era a seguinte: a porta estava um pouco aberta, mas nós não entravamos, para não levarmos marretada na cabeça. "- Se vocês entrarem eu vou acertar vocês!", dizia, embriagado, drogado - ou as duas coisas ao mesmo tempo (pelo menos, aparentava estar sob efeito de substâncias que alteram a personalidade).
Não o víamos, estavamos o corredor, perto da porta entreaberta.
Nesse momento de dúvida, ele saiu daquele estado de agressividade. Seu semblante mudou. Ficou alegre e baixou a haste. Logo depois que baixou a haste, a guarnição entrou de uma vez e o conteve. E ele já estava levantando a barra.
O rapaz foi contido levantando a barra de ferro, e não abaixando-a. O perigo era você entrar com ele batendo com a barra de ferro, que agora já estava sendo empunhada, ferozmente, com as duas mãos. Na menos grave das hipóteses, um antebraço seria violentamente partido.
Foi, em seguida, colocado em camisa de força e levado, em UTE (Unidade Tática de Emergência [uma espécie de ambulância, mas com equipamentos de bombeiro]), até o HPAR, onde foi entregue aos cuidados médicos, acompanhado do pai.
No meio do caminho, reclamava de haver sido enganado quanto ao jogo.
Ele queria assistir ao jogo. Para acalmá-lo, dizíamos que estávamos indo ao estádio, mas isso já de nada adiantava.
(http://comentamengo.wordpress.com/2009/04/)
