FICÇÃO IMAGINATIVA BRASILEIRA

 

Miguel Carqueija

 

     Se você deseja se iniciar na nossa ficção de tipo imaginativo (ou seja, ficção científica, fantasia, terror, mistério, fantástico etc.) posso recomendar alguns livros. Todavia, vários são obras raras que devem ser procuradas em sebos (inclusive virtuais) ou bibliotecas.

     A LUNETA MÁGICA, por Joaquim Manuel de Macedo - publicada originalmente em 1869, esta curiosa novela fala de Simplício, homem extremamente míope que recebe de um mago um monóculo que lhe dá visão normal; entretanto, se fixado por mais de 3 minutos, proporcionará ao observador a "visão do mal" em todas as coisas e pessoas.

      A REPÚBLICA 3000, por Menotti Del Picchia - romance da década de 1930, onde uma expedição militar destroçada descobre uma civilização perdida e poderosa nos confins do Centro-Oeste.

     DIÁRIO DA NAVE PERDIDA, por André Carneiro - coletãnea de contos desse autor prestigiado e publicado internacionalmente e dono de estilo clássico, elogiado pelo próprio A.E.Van Vogt.

     O DIÁLOGO DOS MUNDOS, por Rubens Teixeira Scavone - contos irõnicos e poéticos por um dos autores que mais trabalharam na ficção científica nacional.

     O CAMARADA O'BRIEN, por Roberval Barcellos - continuação livre do grande clássico "1984", de George Orwell.

     FEROZ SIMETRIA, por Roberto de Sousa Causo - fábula científica; alienígenas despertaram a inteligência dos animais da Terra, que passaram a falar com os seres humanos.

     AS NOITES MARCIANAS, por Fausto Cunha - execelente coletânea de contos, editada pelo grande Gumercindo Rocha Dorea, que tanto fez para incentivar a ficção científica na literatura brasileira.

     AS BALEIAS DE SAGUENAY, por João Batista Melo - contos onde a fantasia e a poesia se combinam admiravelmente, pelo respeitado autor mineiro.

     O ALIENISTA - novela de Machado de Assis; para testar sua teoria, um psiquiatra acaba internando metade da população da cidade.

     OS BRUZUNDANGAS - por Lima Barreto. Distopia: descrição de uma terra imaginária com suas idiossincrasias. Metáfora da própria realidade brasileira do início do século XX.

     FUGA PARA PARTE ALGUMA, por Jeronymo Monteiro - num futuro longínquo, homens e formigas travam um conflito de vida ou morte.

     ELES HERDARÃO A TERRA, por Dinah Silveira de Queiroz - coletânea de contos da primeira mulher a entrar para a Academia Brasileira de Letras.