A PEC 241: FICÇÃO OU MISTIFICAÇÃO?
Por Cunha e Silva Filho Em: 27/10/2016, às 12H42
A PEC 241: FICÇÃO OU MISTIFICAÇÃO?
Cunha e Silva Filho
É preciso urgentemente ler ou reler Os bruzundungas (1923) de Lima Barreto (1881-1922). Não tenho a menor dúvida de que o leitor vai ter um banho de tragicomédia. Não vou dizer ao leitor por quê. Que ele descubra por sua conta, risco e sobretudo leitura proveitosa para entender o que é característico, imutável e intrínseco no país tupiniquim.
De repente, o Brasil se deu conta de que tudo estava errado, tanto o passado remoto quanto o passado mais próximo de nós, digamos, antes dos governos Lula, durante o período de mandatos desse presidente até o limite presidencial do governo Dilma, quer dizer, até ao seu impeachment. A motivação dessa urgência é a PEC 241, transformada em verdadeira tábua de salvação de um país que se viu no fundo do poço após o lulopetismo e memso com sérios problemas antes do Lula. Nunca fui petista nem pertenço a partido algum e nem mesmo me esforço por pertencer a esse saco de gatos, pois estou escaldado para entrar numa outra fria.
O abre-te, Sésamo, a varinha de condão formados por gente que gosta de muito dinheiro para si mas não para a sociedade em geral são os novos Nobéis brasílicos. alguns doutorados no exterior, de preferência em universidade americana, já que lá é o centro nervoso do capitalismo selvagem e da iniciativas privada, imitada aqui pelo conjunto de privatizações dos governos Collor e FHC nos vagalhões tsunâmicos provocados pelo neoliberalismo que se implantou no país e, ao que tudo indica, sem retorno nem retrocesso..
O Meireles é um deles, mas não me consta que seja Ph.D em economia. É apenas um engenheiro formado pela UFRJ que virou, por vocação para o dinheiro e habilidades de cálculos monetários, um economista e um conhecedor das contas públicas e privadas, inclusive aposentado há algum tempo da presidência de um banco americano, onde trabalhou por muito tempo., naturalmente com um polpudo salário.segundo li há tempos em algum jornal.
O mesmo Meireles já fez parte também do governo Lula, cumpre recordar.. Destarte, a economia brasileira se encontra sob o seu comando na Pasta da Fazenda. Ele é o homem forte do governo-tampão do presidente Temer. Seu objetivo maior é fazer o ajuste fiscal à custa da pindaíba em que está afundada parte considerável do povo brasileiro com todas as mazelas de hoje: desemprego, violência colossal, congelamento de salário e absurdamente - liberdade para subir os preços do que de essencial se tem que comprar: alimento, remédio, roupa, lazer, livros, sem falar de outros itens relevantes: saúde privada (sempre aumentando seus planos por determinação do governo federal)), transporte, educação. A tudo isso acrescentaria mais: a falência de alguns Estados da Federação, a segurança sucateada, a saúde pública falida.
Quer por força estagnar o salário do funcionalismo público durante muito tempo, falam em vinte anos como se, em vinte anos, parte da população, agora idosa ainda, pudesse usufruir de um país melhor. Por que só agora é que deram uma guinada de desejo de consertar a quebradeira em que estava o país com a roubalheira infernal, os maiores escândalos de que já se teve notícia na história da administração pública e da política no Brasil?
Como o povo vai resistir a tudo isso? Não se pejam do fato de que grande parte dos políticos que se bandearam para o governo Temer, como o próprio Temer, não foram base aliada do luloptismo? Por ventura, pensam que os brasileiro são idiotas e analfabetos como grande parte do povão? Já aprovaram na Câmara legislativa a famigerada PEC 241 que vai mexer com a vida do brasileiro, em todas as instâncias da administração baixa e média, mas não necessariamente alta ou altíssima.
Já vão querer votar, sob o instituto dessa PEC, a aprovação de regulamentos que vão modificar estruturalmente com a Previdência Social, aposentadoria dos setores privados e públicos cogita-se que até em mudanças de pensões dos militares das Forças Armadas. Fala-se também em igualar aposentadorias da Previdência Social com a dos funcionários públicos federais. Qeur mais arrocho do esses?
Esqueceram os autoritários “comandantes” da finanças federais atuais de que estão brincando com o eleitorado que, mais adiante,em 2018, elegerão um novo presidente da República e o vencedor seguramente não virá do PSDB, do PMDB e de outros partidos aliados agora ao governo Temer. A indignação dos descontentes que virem seus direitos autoritariamente diminuídos ou subtraídos, sobretudo os direitos adquiridos, dará a resposta cabal ao governo Temer. Disso não há sombra de dúvida. Quem viver, verá.
Ora, se o atual governo quer reinventar só agora a roda, por que não o fez antes com calma e consulta popular o que estão aprovando hoje ou o que vão aprovar depois? Por que, ao contrário, não vão recuperar os bilhões e bilhões de dinheiro surrupiado dos Tesouro Nacional de governos anteriores até ao período do lulopetismo? O país, se tivesse sido poupado dessas falcatruas recalcitrantes entre governo e empresariado não estaria com a sua dívida pública tão gigantesca e no vermelho?