A EDUCAÇÃO BRASILEIRA À DERIVA

                    CUNHA E SILVA FILHO
         

       Um dos mais grosseiros erros  do presidente  Jair Bolsonaro  foi misturar  religião  com  governança e militarizar  cargos  civis. Dessa  decisão  inicial   vieram os  grandes  percalços de seu governo  marcado por  sucessivos  erros e determinações  estrambóticas que iriam  configurar  uma administração  caótica,   improvisada e. ainda  por cima,  de viés autoritário,   parecendo  querer   por força  mimetizar os desmandos do seu  colega,   o desastroso  e antidemocrático  Donald Trump, um declarado  mentiroso  e  Ph.D. em fake news,  o pior   governante   dos EUA de todos os tempos desde a formação    do  país.   
    Ora, tal conduta de uma mandatário de uma  superpotência só  envergonharia    o  povo americano  diante  da imagem   enxovalhada    de uma  ação  discricionária por parte dessa figura  execranda,  que  é Trump.      indigna   da tradição   político-histórica da terra do  Tio Sam. 
   Esse mentecapto   milionário que não possui  o mínimo  do que se espera de um estadista só traria  desassossego  ao povo  americano,  com seus sucessivos     reacionários projetos de nacionalismo  barato  e fascista, numa sucessão de  desgovernança que culminou  com  a sua   deliberada tentativa de dar um golpe  e permanecer  num  cargo  que,  por eleições limpas,   dera  a vitória ao  presidente  Joe Biden.  Insuflando os  seus  fanáticos correligiáriosm  mandou  invadir  o  Capitólio,  provocando  mortes de  policiais  e ferindo  outras pessoas  numa invasão  super-fascista de uma  nação   visceralmente   democrática.   Por essa reação fascista  de Trump, ele deveria ser  exemplarmente  punido e impedido  de exercer  de um vez por todas   qualquer  pretensão de cargo  eletivo.     
        Para começo de conversa, o seu correspondente admirador confesso, o Sr. Jair Bolsonaro, procurou, mutatis mutandi,  seguir as pegadas do patológico  e sinistro Trump.  O  início    do seu mandato  mal alinhavado    já tinha sido   prejudicado  pelas  escolhas de ministros   que fariam  parte  do  seu Gabinete Ministerial.  Para  a  educação, escolheu  mal  o  primeiro ministro, um  indivíduo  desmiolado e  com  personalidade  incompatível  para a função  de  gerir o MEC.  
      Assim também o fez com  o segundo,  o  terceiro - um reverendo evangélico,    um pastor -,    agora preso  pela Polícia  Federal  sob suspeita  de  corrupção passiva  e desvio  de  dinheiro  do MEC  a fim de  beneficiar   pastores  oportunistas e vendilhões   do Evangelho. Sei  muito bem  que o “deus” dessa gente  não é o Deus dos  cristãos verdadeiros.  
      O Sr. Jair  Bolsonaro   escolheu mal  também  o ministro da economia, um  capitalista praticante  do laissez-faire, praticante  de aumentos dos  preços, um     profiteer, um shylock   refinado e  ávido  por  ser o que  é,  um  banqueiro  ganancioso,   amigo da dolarização   num país  de miseráveis como  o Brasil.     
      Este   intocável ministro  é a menina  de  olhos do  bolsonarismo    improdutivo  e   desastrosos  em todos os sentidos. Sobre esse tal  Mister  Guedes,  dizem que prefere falar em  inglês a falar  em vernáculo. Segundo  se fala na imprensa, mora em  palácio no Planalto e  com todas as despesas pagas. Outro ainda ministro, o    primeiro   das relações exteriores, de cujo nome, por ser tão   medíocre,  nem me lembro mais,  foi  dos mais  incompetentes  e malvados   para  a diplomacia brasileira. Uma vergonha  para o Instituto  Rio Branco.  O lugar  a ele reservado  na diplomacia será  uma espécie de  “estranho  no  ninho”, um patinho feio, sem fluência no vernáculo,  imagine  no  inglês macarrônico que aprendeu sabe Deus como. Um  péssimo  exemplo  para a respeitada  diplomacia brasileira. 
    Voltando ao setor da educação,  até agora  não vi  nenhuma melhoria  em nossas escolas  públicas. Só  propaganda  enganosa  através do slogan  “Pátria amada, Brasil.” Os professores brasileiros,  em geral,    continuam sofrendo   como sempre o foram  em sucessivos  governos,  até  no  logo  período do  petismo. Passei anos  escrevendo sobre a deterioração  da escola  pública brasileira. 
     Nada se fez  de relevante  para aprimorar  a qualidade do ensino  público  fundamental e médio, visto que,  ao longo dos últimos anos   o sofrimento  dos docentes  nesses  níveis  continua  o mesmo.  O governo  petista  só  deu mais   verbas  para a educação  pública  universitária criando   muitos campi  em  muitas  regiões do  país.  Professores mal remunerados   jamais farão  um pais    democrático,   adiantado e feliz.  
     Os professores, na década de 1970,   eram  mais unidos,   fizeram greve homéricas,   ganharam  algumas migalhas,  mas não passaram  disso.  Eu mesmo   penso que a “era das greves”  praticamente se acabou.  Os sindicatos, hoje em dia, pouco, ou melhor, quase nada fazem  de bom  para os  professores. 
      Burocratizou-se, tornando-se, destarte, um inofensivo  elefante branco com abrangência mundial,  porém funcionado,  por assim dizer, mais   como  um simples  pálido figurante  tal  qual a  ONU para discutir questões mundiais, no seu Conselho de Segurança, ou  assuntos menos  polêmicos   ou, se for  polêmico  e para  finalidades bélicas, o organismo  mundial, sediado em Nova York,  age sem mais  forças  políticas quando se discutem pautas de temas  de elevada  importância   à  segurança ambiental do planeta Terra através  dos chamados “summits”   que,  de tempos em tempos,  se realizam em diversos  lugares do  mundo, quando a ausência  dos países mais poluidores já se tornou  um regra de ouro, só que  em sentido negativo. 
Enquanto isso países ricos   potências mundiais hegemônicas  poluidoras vão  empurrando com  a   barriga (até quando?) problemas  tão  cruciais  como  melhoria dos recursos naturais  de que dispõem O  silêncio, entre  as grades  potências,  é   quase sepulcral  e seus   representantes  nem aparecem  nos encontros de Cúpulas a fim de que não  se sintam constrangidos a tomarem  parte nas mesas de debates  de interesse mundial e, notadamente,  da remente  segurança  de nosso planeta ameaçado  no seu ecossistema.  O mesmo organismo se apequenou e virou um outro elefante branco. 
Voltado à questão dos Sindicatos  do Professores do Rio de Janeiro, constamos que a sua  função, decerto  a principal  agora, se resume a arrecadar, mensalmente,   dinheiro  dos pobres docentes estaduais e municipais. Só  serve, a meu ver, o Sindicato para recolhimento dos aviltantes o vencimentos dos sindicalizados  descontados régia e  mensalmente em folha nos contracheques.
  Todos se acovardaram e essa classe, hoje,  anda  à deriva.  Jamais  nosso país sairá  desse buraco negro da educação  esfarelada, a dos pobres, enquanto  não  se fizer um   verdadeira Reforma  do Ensino   e no  papel   magnânimo  que  o  professor brasileiro  tem a desempenhar no desenvolvimento desta  nação. Pobre   país!