[Flávio Bittencourt]

2004: 50 anos depois do atentado contra Carlos Lacerda

O major da Aeronáutica Rubens Florentino Vaz teria sido morto por "fogo amigo" disparado pelo próprio Lacerda, mas essa é uma versão suspeita.

 

 

 

 

 

 

"(...) A crise política e militar já é um vulcão (...)

Começam as manifestações de rua contra Getúlio Vargas (...)

A oficialidade da FAB está a um passo da sublevação (...)

Lacerda exige a renúncia do Presidente [VARGAS]":

ATENTADO CONTRA CARLOS LACERDA,

REPORTAGEM TELEVISIVA

(com depoimentos de Pompeu de Souza e

Tancredo Neves, Afonso Arinos de Melo Franco

Samuel Wainer, áudio de Getúlio Vargas dircursando,

Lourdes Bessa [secretária de Vargas] e

Carlos Niemeyer),

YOUTUBE:

http://www.youtube.com/watch?v=L1pVYYpr2O0&feature=related

 

 

 

 

"Túnel Major Rubens Vaz

O Túnel Major Rubens Vaz liga as ruas Tonelero e Pompeu Loureiro, inaugurado em 1962.

(Rubens) Florentino Vaz, militar brasileiro, vítima mortal do atentado da Tonelero contra Carlos Lacerda, quando o jornalista, retornando de um comício, se aproximava do seu apartamento na Rua Tonelero 180. As balas feriram o pé de Carlos Lacerda e mataram o major Rubens Vaz em 5 de agosto de 1954, na Rua Tonelero cujo mandante do crime foi o chefe da segurança pessoal de Getúlio Vargas, Gregório Fortunato, presidente do Brasil, na época. Menos de 20 dias depois Getúlio se suicidou".

(http://www.copacabana.com/tu-major.shtml)

 

 

 


 

COMENTÁRIO DA LEITORA Fernanda SOBRE O ATENTADO CONTRA O

RIO: como a seguir se saberá, LASTIMAVELMENTE ROUBARAM A PLACA COMEMORATIVA

DA INAUGURAÇÃO DO TÚNEL MAJOR RUBENS VAZ:

 

"Como se perde a nossa história, cada vez q uma placa ou monumento é depredado ou destruído! Quem rouba e que compra esse material deve ser duramente punido!
Que close mórbido, mas interessante [FOTO DO MAJOR RUBENS VAZ JÁ FALECIDO, NO HOSPITAL]!!
Bj [RECEBA UM BEIJO] e bom dia! Seu trabalho [O TRABALHO DO AUTOR (Roberto Tumminelli) DA "postagem" COM FOTO DO MAJOR RUBENS VAZ MORTO, NO HOSPITAL] é excelente!
Fernanda"

 

 

"CARIOCA DA GEMA (Blog de Roberto Tumminelli)

foto de tumminelli em 09/08/05

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

09/08/05
MORTE DO MAJOR RUBENS VAZ
Rua Tonelero - Copacabana
1954


No dia 5 passado, sexta feira, foi data de aniversario da morte do major Rubens Vaz, amigo pessoal de Carlos Lacerda. 50 anos.

O atentado contra Lacerda foi idealizado no Palácio do Catete pelo chefe da segurança de Getulio Vargas, Gregório Fortunato.

Os tiros contra Lacerda foram disparados quando ele voltava ao carro após chamar o garagista do edifício Albervania e se despedir do Major. A munição usada foi calibre 45. Lacerda disparou seu revolver calibre 38 contra os agressores. Não acertou ninguém. Depois desse rápido tiroteio o major Vaz estava caído no chão com dois tiros no coração.

Após investigações foi preso em Tinguá Climério Eurides de Almeida, policial do Depto Federal de Segurança Pública, onde nunca trabalhou. Ele prestava serviço na Guarda Pessoal do Presidente da Republica. Presos também foram o motorista,que levou os autores do atentado, Nelson Raimundo, e Alcino João do Nascimento, que posteriormente confessou ser o autor da morte do Major Vaz.

O Major Rubens Vaz morreu aos 32 anos deixando 4 filhos menores.

Em sua homenagem, Lacerda, já governador do Estado da Guanabara, deu ao túnel que liga as Ruas Tonelero e Pompeu Loureiro o nome do major. Passando por lá há algumas semanas reparei que a placa comemorativa da inauguração do túnel foi roubada e já deve ter sido vendida num ferro velho qualquer ou derretida. Dessa vez o atentado foi contra o Rio e à memória do major Vaz.

Na foto o major Vaz, já morto, chegando ao hospital. Era tarde demais".
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Getúlio e Gregório Fortunato, o anjo negro que traiu a confiança do presidente arrastando-o à desgraça, ajuda-o a descer do carro.

 

(http://www.oab.org.br/hist_oab/links_internos/foto_getulio_gregorio.htm)

 

 

 

 

Gregório Fortunato, ouve de pé, cabisbaixo, e já sem a arrogância com que se mantivera durante o julgamento, a sentença de sua condenação a 25 anos de reclusão

(http://pensandosantostextos.blogspot.com/2009/02/getulio-vargas-o-julgamento-de-gregorio.html)

 

 

 

Climério é preso em ação de cinema

Numa ação descrita como cinematográfica, com 'lances do mais puro faroeste', Climério Eurides de Almeida era preso em Tinguá, cidade do estado do Rio de Janeiro. Estava refugiado num bananal da Serra do Couto. A indicação exata do local foi dada por um lavrador, Oscar Domingos de Souza. Ao todo, a ação de captura envolveu 200 policiais, dez aviões e dois helicópteros. O foragido não resistiu ao cerco e se entregou, abatido e exausto. Ao mesmo tempo, Gregório Fortunato era interrogado na Base Aérea do Galeão. O homem da mais extrema confiança de Getúlio Vargas fora detido ainda no domingo. Em meio a intenso questionamento, o 'tenente' Gregório passou por várias crises emocionais.
Carlos Lacerda, naquele mesmo dia, denunciava, em rádio do Rio de Janeiro, a existência de uma trama por parte do governo para a divulgação de uma 'versão oficial' do atentado que sofrera no início do mês. A denúncia ia mais longe: caberia a Gurgel Valente a incumbência de divulgar que o mandante do crime seria o industrial Armindo Moura, que, dias antes, teria cometido o suicídio. Lacerda, no entanto, estava convicto da inocência de Moura.

Getúlio entre o vice Café Filho e o ministro Tancredo Neves. O vice romperia com ele no dia 23

(http://contextopolitico.blogspot.com/2009_08_17_archive.html)

 
 
 
 
 
 
 
 
                       OBRIGADO, Roberto Tumminelli, PORQUE VOCÊ COMPARTILHOU COM OS DISTINTOS LEITORES DE SEU BLOG UMA
FOTO POUCO CONHECIDA DO MAJOR FLORENTINO VAZ (INFELIZMENTE JÁ FALECIDO, NO HOSPITAL),
                       OBRIGADO, Giulio Sanmartini, PELO SEU MAGNÍFICO ARTIGO SOBRE OS CINQUENTA ANOS DO COVARDE ATAQUE A CARLOS LACERDA e
                       OBRIGADO, Fernanda (leitora do blog de R. Tumminelli),
         PORQUE SUAS PALAVRAS LAVARAM A ALMA DE QUEM, AINDA PEQUENO
         (levado por seu pai) ESTEVE PRESENTE NA INAUGURAÇÃO DO TÚNEL MAJOR RUBEM VAZ,
         QUANDO UMA SENHORA DO POVO, AFRODESCENDENTE, MAGRA E DE UNS 40 ANOS DE        IDADE APROXIMADAMENTE, FOI VISTA SAUDANDO
         CARLOS LACERDA, QUE SE EXPUNHA AO CONTATO POPULAR-DIRETO,
         BATENDO A TRABALHADORA CARIOCA CARINHOSAMENTE EM SUAS COSTAS (LACERDA ESTAVA DE TERNO BEGE), COM A MÃO ABERTA,
         COM GRITOS DE "- Governador! - Governador!" (O RESPONSÁVEL POR ESTA COLUNA NASCEU EM 13.9.1957, O TÚNEL FOI INAUGURADO EM 1962),
 
 
 
                QUANDO SE HOMENAGEIA A MEMÓRIA DO MAJOR RUBENS FLORENTINO VAZ
 
 
 
 
 


 

20.2.2011 - Atentado de agosto de 1954 a Carlos Lacerda em Copacabana: Gregório, Climério, Alcino e Cia. Ltda. - Cruz credo: Os caras não eram de brincadeira! (Giulio Sanmartini menciona, no artigo "Começo do fim [DO SEGUNDO GOVERNO VARGAS E DA PRÓPRIA VIDA DO ESTADISTA NASCIDO EM SÃO BORJA-RS] - O atentado da Rua Tonelero" detalhes impressionantes de entrevista que Alcino João do Nascimento, então com 82 anos de idade, concedera ao Jornal do Brasil.)  F. A. L. Bittencourt ([email protected])

 

 

 

OBSERVATÓRIO DA IMPRENSA,

artigo escrito na cidade Belluno (Itália),

nos 50 anos do atentado a Lacerda,

cujo autor - DO ARTIGO, NÃO DO

ATENTADO! - é Giulio Sanmartini:

 

"COMEÇO DO FIM
O atentado da Rua Tonelero

Por Giulio Sanmartini, de Belluno, Itália em 10/8/2004

Ensina o dito popular que "agosto é mês de desgosto". Para os políticos é mês de astral ruim, especialmente para os presidentes da República, e o pior agosto para um presidente foi, sem dúvida, o de 1954, quando no dia 24 Getúlio Dornelles Vargas se suicidou. O suicídio foi conseqüência do que acontecera dias antes (5/8) que ficou conhecido como o "Atentado da Rua Tonelero".

O atentado foi contra o jornalista e político Carlos Lacerda, que ficou ferido no pé. Foram ainda vítimas o major-aviador Rubem Florentino Vaz, que morreu, e o guarda municipal Sávio Romero, também atingido por um tiro.

Lacerda, além de candidato a deputado federal, era diretor-proprietário do jornal Tribuna da Imprensa. Seja como jornalista, seja como político, era um opositor sistemático e virulento do governo Vargas, o que o levava muitas vezes a distorcer a verdade dos fatos e a pregar a subversão da ordem. Mas isso não justificava a tentativa de sua eliminação física – na época vivia-se a democracia e para os caluniadores existia a Justiça.

A mecânica do atentado

Fato é que Lacerda fora ameaçado algumas vezes; portanto, um grupo de oficiais da Aeronáutica servia-lhe de segurança durante seus comícios noturnos. Naquele início de madrugada do dia 5, ele voltava de um deles, no pátio do Colégio São José. Chegara à Rua Tonelero, onde morava, no carro de seu "segurança do dia", o major Rubem Vaz. Estava também acompanhado por seu filho Sérgio. Os três desceram do carro, conversaram um pouco e já se tinham despedido quando surgiu da escuridão uma pessoa, que atirou contra Lacerda. O major atracou-se com este e levou um tiro mortal no peito. Depois de colocar seu filho a salvo na garagem do prédio, Lacerda revidou, atirando contra seu agressor, que fugiu. O guarda municipal Sávio Romero, que ouvira os disparos e fora verificar o que estava acontecendo, também foi atingido pelo fugitivo, que entrou num táxi. Mesmo caído, Romero conseguiu atirar contra o carro e anotar sua placa.

Por um desses acasos da vida, poucos metros à frente do carro do major estava estacionado um velho Packard, e três jornalistas do Diário Carioca conversavam: do lado de fora, Armando Nogueira e Deodato Maia, repórter esportivo, e, no banco de trás do carro, Otávio Bonfim – o que transformou o atentado da Rua Tonelero em furo de reportagem histórico e o real ponto de partida para a magnífica carreira de Armando Nogueira. Otávio Bonfim, em declarações dadas em 16/5/1992, disse que do pequeno vidro traseiro do carro "viu tudo"; todavia, adiante disse que a iluminação da rua só era boa na parte central. Como o carro estava estacionado no meio-fio esquerdo, a visão não podia ser boa. De mais a mais, eles devem ter tomado ciência depois do fato acontecido, o que não desmerece o furo.

Nos 50 anos do atentado, o Jornal do Brasil saiu na frente na edição de domingo (1/8) com "Rumos da história – Repercussão dos tiros disparados contra o jornalista levou Getúlio Vargas ao suicídio", introdução para o artigo "Rua Toneleiros (sic), o abismo de Getúlio Vargas", do jornalista Pedro do Couto. A introdução logo no início comete um equívoco histórico comprometedor:

"O atentado da Rua Toneleros (na verdade, Tonelero, nome de uma passagem das esquadras brasileiras na Guerra do Paraguai)".

A passagem de Tonelero aconteceu durante a guerra contra o ditador argentino Juan Manoel Rosas, a 17 de dezembro de 1851, e a Guerra do Paraguai teve início somente em 1865. Mas tudo bem, o artigo de Pedro do Couto é muito bom, conta suas recordações dos fatos, por isso mesmo nos explica a mecânica do atentado.

O preço do crime

O único que sabe exatamente como e o que aconteceu naquela madrugada é o autor do atentado, mais que as vítimas sobreviventes e mais ainda do que os três jornalistas testemunhas, pois era o único a não sofrer o fator surpresa. Portanto, o documento mais importante para contar a história desde o início é o depoimento-confissão do autor dos disparos, Alcino João do Nascimento.

Inicialmente vale saber como as autoridades chegaram a Alcino. Foi pela forma mais fácil, o motorista do táxi que o conduziu e lhe deu fuga, Nelson Raimundo de Souza, sabendo que seu carro fora reconhecido, pois antes mesmo do raiar do dia a imprensa já começara a funcionar, noticiando pelo rádio o atentado e seus detalhes, resolveu no mesmo dia 5 apresentar-se ao distrito policial e contar tudo. Seu ponto de táxi era na Rua Silveira Martins, esquina da Rua do Catete – isto é, junto ao então palácio presidencial – e servia habitualmente a componentes da guarda pessoal de Getúlio. No dia do atentado havia ficado à disposição de Climério Euribes de Almeida, integrante desta guarda pessoal. Para chegar a Alcino foi fácil. Ele foi preso e seu depoimento, dado em 13 de agosto. O que chama a atenção em suas declarações é o amadorismo e a ingenuidade, resultando num monte de atrapalhadas que marcaram o atentado.

A primeira atrapalhada foi a escolha do pistoleiro. Alcino era marceneiro e fazia biscates esporádicos. Uns sete meses antes conhecera José Antônio Soares, que passou a ajudá-lo financeiramente, pois estava em dificuldades. Até que Soares um dia lhe disse que precisava matar um desafeto que tentava seduzir sua mulher. Alcino aceitou imediatamente a empreitada por um pagamento de cinco mil cruzeiros. No carnaval cumpriu seu trabalho, mas depois o pagante descobriu que o sicário havia matado a pessoa errada.

O fato não impediu que Soares o apresentasse a Climério, pois este precisava eliminar alguém. O pagamento era alto, 500 mil cruzeiros (para se ter uma idéia, Alcino pagava 550 cruzeiros mensais de aluguel) e, mais que isso, uma nomeação como investigador da polícia..

Gregório Fortunato

Inicialmente Alcino foi levado pelos dois a um comício em Nova Iguaçu para tomar conhecimento de quem deveria matar: era Carlos Lacerda. O segundo passo era marcar o atentado. Ficou estabelecido que seria em Barra Mansa, quando ele faria mais um comício. Tudo certo, partiram os três no carro de Soares para esta cidade, só que a 5 quilômetros da chegada o automóvel enguiçou. Tiveram que adiar tudo, pois sem o veículo a fuga seria impossível. Tornaram marcar o assassinato para o dia 4 de agosto, quando o jornalista faria comício no Colégio São José, na Tijuca. Encontraram-se Climério e Alcino no Jardim do Méier às 17h, tomaram um táxi até o tal colégio. Chegando, Climério foi telefonar a Nelson Raimundo de Souza para que viesse até lá e assim os servisse para a fuga, mas não o achou no ponto. Deixou recado sobre o local em que o estava esperando. De fato, Nelson chegou, mas a essa altura já eram 11 da noite, todo mundo tinha saído do colégio, e Alcino não vira Lacerda.

Voltou ao táxi e Climério mandou que fossem para Copacabana, estacionaram o carro numa transversal à Tonelero. Pouco depois chegou Lacerda com o filho e Rubem Vaz, acontecendo exatamente o já contado acima. Quando Alcino, em fuga, entrou no táxi, notou que Climério havia desaparecido. Nelson o estava levando para o centro da cidade; ao passar pela Avenida Beira-Mar, pediu para dar uma parada e jogou o revólver calibre 45 (arma então privativa das Forças Armadas, e que lhe fora dado por Climério) no mar. Foi deixado na esquina das ruas México e Santa Luzia. No Palácio Monroe (antiga sede do Senado Federal, hoje demolida) pegou um lotação (microônibus com 20 lugares sentados), foi até a Praça da Bandeira e tomou um táxi até a casa de Climério, que ficava no Cachambi. Quando chegou, ele não estava e sua mulher ouvia no rádio as notícias do atentado. Climério chegou com Nelson, deu-lhe 10 mil cruzeiros e, a partir daí, foi somente um fugir e esconder-se até que foram presos.

Chegou-se também facilmente a Gregório Fortunato, chefe da guarda pessoal de Getúlio, que inicialmente negou qualquer conhecimento no atentado. Mas aí vai outra atrapalhada das grandes. Gregório mandara 50 mil cruzeiros para a fuga de Climério, Alcino e Soares, e parte desse dinheiro foi encontrado em poder deles: o número de série das notas novas de 500 cruzeiros era igual ao de uma quantidade de dinheiro encontrada na casa de Gregório.

Perguntas que faltaram

Sem saída, confessou-se mandante do atentado, instigado pelos deputados Euvaldo Lodi e Danton Coelho – estes, obviamente, negaram tudo até na acareação. Ficou claro que Benjamin Dornelles Vargas, irmão de Getúlio, sabia de tudo o que estava para acontecer. O deputado Luthero Vargas, filho de Getúlio, nada teve com o atentado. O próprio presidente da República também era desconhecedor da conspiração, chegando a dizer, num desabafo: "Os tiros da Rua Tonelero me acertaram pelas costas".

Finalmente, foram condenados Gregório Fortunato, Climério Euríbes de Almeida e Alcino João do Nascimento.

Neste 5 de agosto, 50 anos depois do atentado, Alcino João do Nascimento, com 82 anos, o único sobrevivente, deu entrevista à jornalista Daniela Dariano, do Jornal do Brasil. Sua versão é um pouco complicada. Estando armado, atravessou a rua, na direção de Lacerda, quando o major Rubem Vaz atracou-se com ele. Lacerda atirou, atingindo Vaz nas costas, e Alcino, assustado, deu-lhe um tiro no peito, mas não teria sido esse disparo que causou a morte, e sim o de Lacerda. Ficou faltando ele contar por que atravessou a rua em direção ao grupo de Lacerda, quem atirou em Lacerda e no guarda municipal Sávio Romero e por que fugiu, se era, como disse, um detetive trabalhando há dez anos com Getúlio...

Se estas perguntas lhe tivessem sido feitas durante a entrevista esclareceriam muitas coisas. Cada um tem o direito de contar o que quiser, mas para ser acreditado deve ser pelo menos coerente.

Texto de apoio: "Relatório do Inquérito Policial Militar (IPM), setembro de 1954", in Textos de História do Brasil, vol. VI, pg. 783". (GIULIO SANMARTINI,

http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?cod=289MCH001