Veja como foi

 

Entretextos realizou na sexta-feira, 29.03, bate-papo com o poeta parnaibano Diego Mendes Sousa. Ele transcorreu sobre a gênese de sua criação, influência, estilo. O diálogo já está disponível para leitura.

 

Saiba mais sobre o poeta:

Diego Mendes Sousa nasceu na Parnaíba, no litoral do Piauí, em 15 de julho de 1989. Poeta em tempo integral e Indigenista Especializado com atuação no Vale do Juruá (Acre), fronteira com o Peru. Funcionário Público Federal e Jornalista. Mestrando em Ciências Ambientais pela Universidade Federal do Acre (UFAC) e Pós-graduado em Direito Público pela Pontífica Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MINAS).

Publicou os livros de poemas: Divagações (2006); Metafísica do Encanto (2008); 50 Poemas Escolhidos pelo Autor (2010); Fogo de Alabastro (2011); Candelabro de Álamo (2012); O Viajor de Altaíba (2013); Alma Litorânea (2014); Coração Costeiro (2016); Fanais dos Verdes Luzeiros (2017); Rosa Numinosa (2018); Gravidade das Xananas (2019); Tinteiros da Casa e do Coração Desertos (2019).

Diego Mendes Sousa foi convidado de honra da I Bienal Internacional de Poesia (2008), ocorrida em Brasília-DF, onde está inscrito no livro Poemário,  ao lado de Thiago de Mello, Affonso Romano de Sant’Anna, Antonio Carlos Secchin, Reynaldo Jardim, dentre outros.

Vencedor de prêmios valiosos como:

Prêmio Olegário Mariano (UBE-RJ, 2009), por melhor livro do ano;

Prêmio Castro Alves (UBE-RJ, 2013), pelo conjunto da obra;

Prêmio João do Rio da Academia Carioca de Letras (ACL, 2016).

Membro titular correspondente da Academia Carioca de Letras (ACL), bem como da União Brasileira de Escritores do Rio de Janeiro (UBE-RJ).

Membro efetivo da Associação Nacional de Escritores (ANE) e do PEN Clube do Brasil (Rio de Janeiro). Membro titular da Academia Piauiense de Poesia.

Como Advogado e Jurisconsulto, pertence à Academia Brasileira de Direito e é sócio correspondente da Academia Cearense de Direito.

Seus poemas foram traduzidos para o francês, o inglês, o espanhol e o grego.

Sua fortuna crítica contém o aplauso dos mais importantes escritores brasileiros como Nélida Piñon, Lêdo Ivo, Carlos Nejar, Astrid Cabral, Álvaro Alves de Faria, Maria Carpi, Luiz de Miranda, O.G. Rego de Carvalho, Ivan Junqueira, Mirian de Carvalho, Luiz Otávio Oliani, Francisco Marcelo Cabral, Anderson Braga Horta, Stella Leonardos, Antônio Miranda, Cláudio Murilo Leal, Maria de Lourdes Hortas, Ives Gandra da Silva Martins, Fabio de Sousa Coutinho, Márcio Catunda, Darcy França Denófrio, Olga Savary, Alexandra Vieira de Almeida, Carolina Ramos, Raquel Naveira, Alcenor Candeira Filho, Ricardo Cravo Albin, Benjamim Santos, Everaldo Moreira Véras, Lourdes Sarmento, José Santiago Naud, dentre outros notáveis.

Diego Mendes Sousa é casado há 10 anos, com a sua Musa eterna, Altair Marinho, igualmente Advogada e Professora do Curso de Bacharelado em Direito da Universidade Federal do Acre, no Campus Floresta, na cidade de Cruzeiro do Sul.

Em seu torrão natal, Diego Mendes Sousa fundou o Jornal O Bembém, com Benjamim Santos e Tarciso Prado.

Ao lado de Dora Rodrigues e Chico Rasta, idealizou também o portal de notícias Proparnaiba.com, onde mantém o seu Blog de Artes.

Escreve ainda, Contos, Crônicas, Memórias e Ensaios. É Crítico Literário, além de Artista Plástico.

 

Breve fortuna crítica

Diego Mendes Sousa, da nova geração de poetas, merece todo o destaque. É isto aí, o século praticamente no começo e Diego Mendes Sousa com a sua poesia avançada que honra todas as épocas, especialmente a nossa tão fraca de valores novos.

 

Francisco Miguel de Moura

 

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Diego Mendes Sousa é autor de FOGO DE ALABASTRO, livro maduro, que representa parte substancial da evolução do poeta, em cujas publicações anteriores já se revelava grande e respeitável.

Jorge Tufic

 

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Tenho comigo a METAFÍSICA DO ENCANTO (2008). Achei belíssima. Diego Mendes Sousa consegue expressar poeticamente a delicadeza e a força do amor, que é tema e sentimento tão difícil de ser abordado. Seu livro é excelente. É encanto e encantamento para o leitor que se lança à metafísica e a sensibilidade dos seus versos.

Em um belo contraponto com a METAFÍSICA DO ENCANTO, FOGO DE ALABASTRO se reúne à metafísica, por revelar a conjugação de duas visões, e de muitas outras, numa tessitura da poética do amor.

Mirian de Carvalho

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Diego Mendes Sousa é mesmo um paladino da poesia. Ele chega em seu carro de sol. Ave, ave, ave!!!

Astrid Cabral

 

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A obra de Diego Mendes Sousa –  sempre bem cuidada –  consagra-se na Literatura Brasileira.

Stella Leonardos

 

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A poesia de Diego Mendes Sousa se levanta como um jorro matinal, um arrebatamento lírico nutrido pelos instantes estilhaçados de um dia explosivo.

Lêdo Ivo

 

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Diego Mendes Sousa, tão jovem, escreve com muita propriedade sobre o Amor. Gostei da dedicatória de METAFÍSICA DO ENCANTO ao poeta Gerardo Mello Mourão. Daqui a 30 anos, com a madureza da sua poesia, ele será (já é) considerado um dos grandes poetas deste Brasil.

José Santiago Naud

 

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Quem escreveu o poema BALADA DO FIM não precisa de mais nada.

 

                                               

Everaldo Moreira Véras

 

 

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Agradeço o seu excelente livro METAFÍSICA DO ENCANTO, que revela uma fina sensibilidade e sólida erudição.

Cláudio Murilo Leal

 

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Agradeço o teu belo FOGO DE ALABASTRO, de poesia em evolução, mas depurada.

Olga Savary

 

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Diego Mendes Sousa,

Acompanho comovido o teu amoroso trabalho a serviço da POESIA, de alta e delicada qualidade.

Thiago de Mello

 

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Diego Mendes Sousa,

Mando-te parabéns pela criação, pelo estro, pela inspiração.

Renata Pallottini

 

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Diego Mendes Sousa é um poeta à galope e sabe ler poemas.

Francisco Marcelo Cabral

 

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Seguro, lúcido, pleno. Guardo Diego Mendes Sousa como um dos poetas mais vivos, isento de literatices, não se apagou da memória.

José Santiago Naud

 

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Diego Mendes Sousa é autor de uma Poesia sábia, posta em um lugar especial de nossa Literatura.

Luiz de Miranda

 

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Li 50 POEMAS ESCOLHIDOS PELO AUTOR e muito apreciei.

Você é um excelente poeta. 

Muito agradeço METAFÍSICA DO ENCANTO, premiado com o galardão que foi mais do que justo.

A.  B. Mendes Cadaxa

 

 

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Poeta Diego Mendes Sousa
Caríssimo!
Sem palavra para exprimir a emoção ante a força do teu talento, generosidade de teu espírito voltado para o Outro, que desde sempre, buscou a Beleza na Poesia.
Gratíssima, sempre


Margarida Finkel

 

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Diego Mendes Sousa é um grande POETA, traduz como ninguém emoções inefáveis.

Balina Bello Lima

 

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Como Lêdo Ivo, Diego Mendes Sousa também é um poeta necessário.

                                     Lenilde Freitas

 

Pequena bateria de poemas de Diego Mendes Sousa

 

 

 

 

 

 

ALGUNS POEMAS DE

DIEGO MENDES SOUSA

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

TESTAMENTO –

WISE, WIZARD, WITNESS

(WWW)

 

 

Não emerge

esta criatura

do século vinte e um

(surgi no estrondo

do muro de Berlim,

enquanto os homens

derrubavam as suas

espinhas de guerras

gélidas),

mas este poeta advém

do presente

dos olhos tecnológicos,

das transformações velozes

na comunicação

entre humanos

e entre abismos.

  

E como ser da natureza

de interior intacto

no selvagem,

posso ainda declarar

que todo poeta

é um avanço

é um endereço WWW:

sábio mago

testemunha,

que domina

luas mares

marés

sereias

siris caranguejos

areias

além de um coração

costeiro

de alma

e lama

amplamente

litorâneas.

 

Todo poeta é WWW,

ou seja,

Ave Ave Ave

que parte da costa

para o oceânico.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

PROMONTÓRIO NATALÍCIO

 

 

 

 

Eis o poeta marino

 

em seu caderno de seda

 

remendada, a fiar a costura

 

dos seus sonhos

 

agulhados de esporões

 

tristonhos

 

além da sua dor pelágica

 

de sinfonia curandeira

 

no embornal

 

de pássaros sangrados

 

 

 

Ei-lo!

 

Tirante do abismo

 

estelante e mareado

 

- este Poeta que fugiu

 

no glosado horizonte

 

da noite ressumada

 

na alma das marinas,

 

outras vagas divinas!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

ESCRITO NO TEMPORAL DAS NOITES
 
  
 

Quero ter escrito a obra poética consagradora
na altipotência do mundo.
 
Na vida, tudo é clemência doentia:
    a linguagem
dominada pelo desespero nato.
A voz chorosa
a coligir sonhos e medos, costurando o lobo
escondido na pele do cordeiro, a transbordar
a vertigem que catalisa a dor, redoendo, redoendo
na infinitude dos ferimentos.
 
A morte - algo iluminado pela canção - que invade o ser,
desventuroso, no paladar feroz dos dias incontínuos, a loucura
a devorar a lucidez pálida do poeta em dias utópicos.
 
Não, melhor é a dor.
A dor é maior que a ilha das fabulações. Ela cerca a sombra
da alma, voando, voando
no horizonte das horas tristonhas.
 
É a mesma dor do Amor,
que de longe avista lágrimas!
 
A saudade – um eco repleto no coração –
a evocar espaços e nostalgias
os nomes que conheço
a partida na voracidade,
no tempo...
 
O Tempo já se disse eternizável.
 
O Tempo é temerário do seu próprio destino.
 
Os sentimentos são estritez da contenção,
no escuro.
 
Tenho o porto tímido das palavras, a flanar
emotivas e intraduzíveis, abarcando, abarcando
a infância, ilusão das ilusões iludidas.
A criança
girando, girando na neve febril.
O arco nas mãos a mando da escrita,
à luz da precariedade.
O colosso visionário dos elos,
o terço das vagas chagadas
pelo sangue apodrecido,
a melindrar o corpo esvaído.
 
Só, sou meu astro
nu,
despido do alarido
transgredido,
na poeira,
vagando, vagando
na errância
da profecia.
 
Queria ter escrito a obra poética consagradora
no caminho do meu pranto.
 
  À vida,
a despedida branca
das ventanias...
 
Escritos, estamos, no temporal das noites
impedidos e absolutos
em sacrifício de Deus.
 

Esta noite,
sei, sim, que choro.
 
Tenho as visões do presságio
e uma fortaleza no precipício
abismando, abismando...

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A MARCHA DOS SIRIS

 

                              Para Ricardo Cravo Albin

 

Todos os siris resolveram

acompanhar os meus pés

 

Os siris

    - dezenas

        de patas

              azuis 

estão se

afogando no mar

a revelar

a carapaça

do amor sublimado

predestinado

à cabala dos sonhos

(além do distante)

nos arrecifes da palavra

a deslizar sem rumo

na marcha dos limites

 

 

Ó mar bonito!

Ó mar infinito!

Ó mar de calma!

 

 

Todos os siris e eu

     no horizonte fascinante…

 

Sombras da noite incompleta

onde o meu coração

morreu vivo

 

Siris, alma da minha alma,

direção indiscreta

do meu dedilhar

derrotado

 

Só, vagando no silêncio,

os meus siris e eu,

em suprema tristeza…

 

Oh, mar cor da prata

a ferir os meus olhos

ignorados!

 

Os siris… Os siris…

ensinaram-me a nadar

na solidão dos dias

emirados sob as águas