A privatização de alguns setores da economia brasileira, com o intuito de extinguir os escrachantes e em alguns casos inconcebíveis monopólios existentes, continua revoltando os políticos, intelectuais, gestores públicos, a imprensa e os empresários comprometidos com o desenvolvimento do Brasil e defensores das riquezas nacionais estratégicas sob orientação do Estado ou de empreendedores nacionais. A privatização da Cia Vale do Rio Doce, dentre outros exemplos, certamente é a que mais tem causado dúvida e chamado atenção desses segmentos da vida nacional. A empresa foi leiloada por R$ 3,5 bilhões, enquanto estimava-se que valia bilhões de dólares, salvo engano 40 bilhões, porque só as jazidas de minério de ferro da Serra de Carajás têm vida útil avaliada em 500 anos, considerando-se o atual ritmo da extração. Além dessa inesgotável fonte do produto e do acervo patrimonial da outrora estatal (que era lucrativa) esses R$ 3,5 bilhões pagos pela sua aquisição são milhares de vezes inferior ao preço de sua venda no mercado nacional e mundial. E ainda possui minas de diamante, cobre, bauxita, manganês, ouro... em vários Estados porque atua em 17 deles e vendendo os seus produtos, notadamente o minério de ferro, também para 5 continentes onde atua. E’ ainda detentora de 20 mil quilômetros de estradas de ferro, que entraram na “negociação”.
A “venda” da Cia Vale do Rio Doce terá que ser revista. A Justiça, através do Ministério Público Federal, deve ser acionada, independentemente de ser ou não quebra de contrato. Vendida no governo FHC (PSDB/RFL) representou uma sangria em nosso patrimônio. Os minérios, não todos, são matérias-primas estratégicas ao desenvolvimento de qualquer nação. Portanto, a tutela do Estado deverá ser mantida sob a forma de monopólio. A “negociação” foi um autêntico esbulho à soberania nacional. Por conseguinte, contrariando interesses pátrios. Foi incluído no contrato a transferência das minas, embora o subsolo nacional seja patrimônio da União.
Sequer os militares, com os presidentes golpistas e sob uma implacável ditadura militar ousaram vender o Vale do Rio Doce, após volumosos investimentos públicos, inclusive o inicio e a construção de 100km da ferrovia Norte/Sul, no governo José Sarney. Porém, os tucanos e pefelistas, dirigindo o país por longos 8 anos, incluída a introdução da maldita e famigerada reeleição, com o controle do Congresso Nacional, conseguiram alienar, feito banana em final de feira, também a Vale do Rio Doce e retirando dos brasileiros atuais e futuros o direito de possuir uma jazida de ferro por 500 anos, que é a maior do mundo.