Na gangorra da corrida para a Casa Branca, Hillary e Trump, com a proximidade da eleição, já davam sinais evidentes de que o páreo seria muito competitivo.Campanha acalorada, com ofensas mútuas, fanfarronice de Trump e sorrisos largos e atitudes seguras da ex-primeira dama do governo de Clinton, era de se esperar que ambos poderiam ter elevada chance de governar o país mais importante do mundo, sobretudo no poderio bélico.
Óbvio que o mundo ocidental esperasse que Hillary fosse a eleita, já que pertence ao partido democrata, que tem posições mais liberais, mais voltadas para um governo aberto às demandas sociais internas, conforme foi pautada a administração de Barack Obama, posto tenha descumprido algumas promessas de campanha, porém, no campo social, deu um passo relevante na área da saúde americana das camada menos favorecidas e numa condução de política externa não tão agressiva quanto foi na administração desastrosa de seu antecessor, o Bush filho, na questão da invasão, com traços genocidas, do Iraque e em outras tomadas de decisões de um político cada vez menos popular fora dos EUA.
Assumirá Trump e, se seu governo realmente levar a cabo algumas promessas de campanha, seguramente terá graves problemas internos e externos. Isso, quer-me parecer, ainda se configura como uma simples hipótese, uma vez que um candidato em campanha faz uma opção de promessas que serve para contentar parte considerável do eleitorado e descontentar outra parte também significativa. Uma situação política dessa natureza facilmente leva à polarização, que não é boa para ninguém. Trump bem sabe que, mesmo nas fileiras de seu partido, o republicano, poderá encontrar dissensos a diversas questões que precisam ser enfrentadas pelo país.
Seriam exemplos a questão dos imigrantes, as invasões clandestinas de indivíduos entram que, clandestinamente, transpõem a fronteira do México, a questão da violência policial contra negros não foi devidamente tratada por Obama, logo ele que, que por se um candidato negro, era a esperança de melhoria do odiento racismo americano ainda residual no país, a xenofobia, a questão do aborto, a expulsão sumária de imigrantes ilegais, o tema do uso indiscriminado de armas de fogo pela sociedade americana, que, no país, é um dado cultural, o enfrentamento da questão da interminável guerra civil na Síria.
E mais: a prisão de Guantánamo, que, infelizmente, ao que me consta, não foi ainda desativada por Obama; o complexo problema do terrorismo internacional, tipificado principalmente no Estado Islâmico; a política externa para assuntos de Cuba, os quais não poderiam ser interrompidos quanto a uma melhoria das relações com o país caribenho de tal sorte a dar continuidade ao que já se conquistou durante o governo Obama.
Ao contrário dos seus discursos de campanha antiembargo para Cuba, que tomasse medidas, isto sim, para um aceno à suspensão desse embargo econômico e injusto.
A respeito do tópico da guerra civil na Síria, se for levada adiante a idéias de uma visão comum entre os EUA e a Rússia ficará mais espinhosa a tentativa de encontrar uma solução para a paz nessa região em sangrento conflito. Se Trump se bandear - repito - realmente para alinhara-se a Putin, os EUA darão combustível perigoso à sua política externa e aos seus pressupostos de ser um país democrático
Julgo que se esse passo for dado, o governo de Trump dará um duro golpe contra os princípios inalienáveis da tradição norte-americana na linha do pensamento dos fundadores da grande Nação de Lincoln.A mesma coisa seriam passos errados do futuro presidente americano na questão de outros países que enfrentam sérios obstáculos de governaça e de instabilidade, como o Iraque, Afeganistão, regiões da África e o sempre conflituoso problema entre palestinos e israelenses.
Quanto à ideia de querer erguer um muro separando o México dos EUA, ela será uma insanidade que a ninguém interessa e só causará fortes relembranças da Segunda Guerra Mundial.
Quanto às relações com os países da America do Sul, não conviria aos EUA, segundo declaram os especialistas em relações internacionais, darem pouca relevância a países como o Brasil, Argentina por exemplo.Mesmo com outros países latinos, o governo Trump, em meu entender, deverá manter boas relações bilaterais em vários setores, tais como comércio, cultura, políticas sociais, condições de vida, de direitos humanos, de meio-ambiente, de condições climáticas.
É de se esperar que países europeus fiquem preocupados com a vitória de Trump dadas as declarações bombásticas e extremistas que, se efetivadas, não hão de agradar as nações que lutam pela segurança mundial, notadamente a União Europeia. Não foi nada entusiástica a mensagem de Merkel ao saber da vitória de Trump. Para esta, o perfil de Hillary seria muito mais palatável em todos os sentidos. A vitória de Trump está consolidada. Rezemos para que suas afirmações intempestivas não passem de marketing de campanha e que seu governo pense não só no bem-estar americano, mas na paz mundial.