[Flávio Bittencourt] Unesco: Em Brasília, Bandarin fala sobre Brasília

A entrevista foi concedida pelo diretor Francesco Bandarin ao Correio Braziliense.

 

 

 

  

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

AS RUÍNAS DE PETRA, NA JORDÂNIA

(http://www.apolo11.com/maravilhas_da_terra.php?posic=dat_20070928-094246.inc)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

FRANCESCO BANDARIN

(http://dirt.asla.org/2010/03/10/interview-with-franceso-bandarin-unesco-world-heritage-on-cultural-landscapes/, onde consta:

"Francesco Bandarin is the Director of the UNESCO World Heritage Centre")

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

BANDEIRA DE KIRIBATI

(http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/8/88/Animated-Flag-Kiribati.gif,

sendo que Kiribati, Ilhas Marshall e Tajiquistão, pela primeira vez,

tiveram sítios incluídos da lista do Patrimônio Mundial (*)

[de acordo com informação da Unesco, em inglês, divulgada em:

http://whc.unesco.org/en/news/647])

(*) Leia, adiante, em seguida à entrevista, informações concernentes.

 

 

 

 

 

 

                       Homenageando Francesco Bandarin, um amigo verdadeiro do Brasil,

                       em memória de Assis Chateaubriand, protetor das artes nacionais, e

                       agradecendo a Helena Mader pelo conjunto reportagem / entrevista que

                       merece prêmio de Jornalismo

                     

 

 

 

4.8.2010 - Personalidade muito estimada em todos os continentes, o diretor da Unesco Francesco Bandarin dignou-se a conceder, há pouco mais de uma semana, entrevista ao Correio Braziliense - Ele conhece profundamente as questões mundiais de preservação do patrimônio histórico, artístico, arqueológico, paleontológico [fossilífero] e natural. Amigo do Brasil, contribuiu para que a reunião de 2010 viesse para o país de Cláudio Manuel da Costa, Alexandre Rodrigues Ferreira, Joaquim Nabuco, Qorpo Santo (José Joaquim de Campos Leão), Castro Alves, João Barbosa Rodrigues, Barão do Rio Branco (José Maria da Silva Paranhos Júnior), Carlos Chagas, Lima Barreto, J. Carlos (José Carlos de Brito e Cunha), Heitor Villa-Lobos, Cândido Torquato Portinari, Alberto Cavalcanti, Carmen Miranda, Pixinguinha (Alfredo da Rocha Viana Filho), Luís Carlos Prestes, Oscar Niemeyer, Lucio Costa, Claudio Santoro, Nelson Rodrigues, Clementina de Jesus, Vinicius de Moraes, Maria Jacintha, Anísio Teixeira, João Cabral de Melo Neto, César Lattes (Cesare Mansueto Giulio Lattes), Jorge Amado, Paulo Freire, Ariano Suassuna, Antônio Carlos Jobim, Nelson Pereira dos Santos, Elis Regina, João Gilberto, Augusto de Campos, Fernanda Montenegro (Arlette Pinheiro Esteves da Silva), Ziraldo Alves Pinto, Clara Nunes, Erasmo Carlos (Erasmo Esteves), Washington Olivetto, Seu Jorge (Jorge Mário da Silva), Paulo Lins e Maria Gadu, entre muitas outras e muitos outros brasileiros.  F. A. L. Bittencourt ([email protected]) 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

BANDEIRA DA JORDÂNIA

(http://en.wikipedia.org/wiki/File:Animated-Flag-Jordan.gif)

 

 

 

 

CORREIO BRAZILIENSE - 27.7.2010

Helena Mader

Publicação: 27/07/2010 08:00 Atualização: 27/07/2010 08:10

"Especialista italiano destaca o desafio de garantir a preservação de Brasília

Durante evento para discutir a situação dos bens protegidos pela Unesco, foi assinado um convênio que cria centro de formação para gestão do patrimônio no Brasil
 

Fachadas de prédios públicos descaracterizadas, edifícios com arquitetura destoante do projeto original e conservação das áreas verdes de Brasília chamaram a atenção de Francesco Bandarin. O italiano, que é diretor o Centro do Patrimônio Mundial, chegou à capital para a reunião anual que discute a situação das cidades inscritas na lista de bens protegidos pela Unesco. Em entrevista exclusiva ao Correio, ele falou de suas impressões sobre Brasília. Francesco, que é dos maiores especialistas em planejamento urbano do mundo, diz que a capital é um ícone da arquitetura moderna, mas destaca pontos negativos, como a grande quantidade de aparelhos de ar condicionado nas fachadas dos ministérios. “A cidade tem muitos problemas de conservação, de deterioração de materiais, que são típicos de monumentos modernos”, conta.

A instalação de aparelhos de ar condicionado altera o projeto original da cidade: falta de planejamento - (Paulo de Araujo/CB/D.A Press - 14/9/09
            )  
A instalação de aparelhos de ar condicionado altera o projeto original da cidade: falta de planejamento
Francesco Bandarin dirige o Centro do Patrimônio Mundial há dez anos e, há três meses, acumula também o cargo de diretor-geral assistente de Cultura da Unesco. Ele visitou Brasília há quase 30 anos, no início da década de 1980, e voltou à capital neste fim de semana. Gostou do que viu nas superquadras residenciais, mas criticou o desenho destoante de alguns prédios. “Essa arquitetura comercial contrasta um pouco com a pureza da parte dos edifícios públicos. Ela tem influência da arquitetura americana dos anos 80”, diz. “Mas as cidades são organismos vivos, têm sua dinâmica própria. Não estamos no socialismo soviético para controlar tudo”, acrescenta o especialista.

Ontem de manhã, Francesco Bandarin participou da assinatura de um convênio entre a Unesco e o governo brasileiro para a criação do Centro Regional de Formação para Gestão do Patrimônio, que vai funcionar no Palácio Capanema, no Rio de Janeiro, a partir do ano que vem. Participaram do evento o ministro da Cultura, Juca Ferreira, a diretora-geral da Unesco, Irina Bokova, o presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Luiz Fernando de Almeida, e o presidente do Instituto Chico Mendes, Rômulo Mello.

Esse será o sexto centro de formação da Unesco no mundo. Já existem locais de capacitação em gestão de patrimônio no México, na Noruega, na China, na África do Sul e no Bahrein. A criação dessa escola no Rio de Janeiro representa uma aproximação do Brasil e dos países da América Latina com o tema da preservação do patrimônio dessas regiões. “Foram três anos de discussão para a implantação desse centro, que vai beneficiar gestores de 17 países”, explica o presidente do Iphan, Luiz Fernando de Almeida. Países africanos de língua portuguesa também poderão treinar seus técnicos no centro de formação brasileiro.

Centro de formação
Para Francesco Bandarin, apesar de o alcance dos cursos ser regional, a inauguração trará benefícios em âmbito mundial. “Temos quase 900 sítios inscritos na lista do patrimônio mundial, a criação dessa rede de formação é uma resposta ao desafio de fortalecer os mecanismos de preservação”, justifica o diretor do Centro do Patrimônio Mundial.

A cada semestre, poderão participar dos cursos de formação dois representantes de cada um dos 17 países integrantes da rede regional. A capacitação é gratuita e será oferecida preferencialmente a gestores públicos e representantes da sociedade civil organizada que atuam na preservação do patrimônio cultural ou natural da humanidade. As aulas começam no primeiro semestre do ano que vem, mas a elaboração dos cursos e o processo de seleção serão iniciadas ainda em 2010.

A diretora-geral da Unesco, Irina Bokova, destacou que o centro de formação do Rio de Janeiro será de grande importância para os países da África lusófona. “A implementação da convenção (do Patrimônio Mundial) está entrando em uma fase importante, em que teremos que discutir formas de conciliar a preservação com a modernidade. O centro de formação terá papel importante para vencer esse desafio”, justificou Irina.

Durante a assinatura do convênio, os especialistas discutiram ainda a importância da proteção de áreas entorno das cidades inscritas como patrimônio mundial. O ministro da Cultura, Juca Ferreira, também destacou a necessidade de conciliar preservação e desenvolvimento. “O crescimento gera demanda por recursos naturais, por espaço urbano. Precisamos nos desenvolver com um projeto civilizatório. Proteção do patrimônio e desenvolvimento devem andar juntos”, defendeu o ministro.

Até o fim da reunião, no sábado, os especialistas vão avaliar as propostas de inclusão de 39 novas cidades, monumentos ou parques nacionais na lista do patrimônio mundial. O Brasil só tem um candidato: a Praça de São Francisco, em São Cristóvão (Sergipe). Há ainda 31 sítios em perigo, que correm o risco de perderem o posto. Nenhum deles está no Brasil.

A capital na pauta
“Brasília e o patrimônio mundial moderno” será o tema de um debate promovido pelo Correio Braziliense amanhã. Mediada pela jornalista Conceição Freitas, a discussão terá a presença de Francesco Bandarin, diretor do Centro do Patrimônio Mundial da Unesco; Luiz Fernando Almeida, presidente do Iphan; e Sylvia Fischer, mestra em preservação histórica. O debate será no auditório do Correio e quem quiser participar pode inscrever-se gratuitamente pelos telefones 3214-1388 e 3214-1290, ou pelo site www.correiobraziliense.com.br/doispontos.

"Precisamos nos desenvolver com um projeto civilizatório. Proteção do patrimônio e desenvolvimento devem andar juntos"
Juca Ferreira, ministro da Cultura
 

Três perguntas para Francesco Bandarin
Esta é a primeira vez que o senhor visita Brasília? Quais foram as impressões sobre a cidade e a preservação do patrimônio?
Estive aqui no início dos anos 80 e voltei agora, para a reunião. Fiquei com uma forte impressão das diferenças que observei, das transições pelas quais a cidade passou. A cidade se desenvolveu, principalmente a oeste do Eixo Monumental. Brasília é um dos ícones do patrimônio mundial. No setor do patrimônio moderno e contemporâneo, é o sítio que mais influenciou mundialmente. Há pouco tempo, era o único sítio moderno, agora temos Telavive (em Israel) e Le Havre (na Índia) e temos ainda Chandigarh, na Índia, que pleiteia a sua inscrição. Brasília pode ser um modelo importante sobre como se preserva o patrimônio moderno. Mas a cidade tem muitos problemas de conservação e deterioração de materiais, por exemplo, um problema típico de monumentos modernos.

Brasília tem apenas 50 anos, não é pouco tempo para já enfrentar problemas graves de conservação?
Eles têm relação com o uso de materiais modernos, como metal e alumínio, que nunca foram experimentados em longo prazo, como a pedra e a madeira, por exemplo. O Docomomo (ONG que trata da documentação e conservação do movimento modernista) fez um trabalho sobre a conservação desses materiais, que deve servir de experiência para as cidades modernas. Quando Brasília foi concebida, não se pensava na conservação. Agora, vemos o Palácio (do Planalto) em restauração e a preocupação com outros monumentos, menos com os ministérios, que estão bem deteriorados. Não só pelos materiais, mas há também interferências na fachada, com aparelhos de ar condicionado à mostra. A transformação da infraestrutura não foi feita de uma maneira planejada. É preciso estabelecer diretrizes para a preservação e para a restauração do patrimônio moderno.

O que o senhor observou sobre a preservação do projeto urbanístico de Lucio Costa, que foi a justificativa da inscrição de Brasília na lista do patrimônio?
Visitei as superquadras e isso me pareceu o problema menor. Lá, os edifícios são mais recentes, mais preservados. A estrutura urbanística e o plano original estão bastante conservados, há um equilíbrio da área verde. Mas achei que alguns prédios comerciais destoam um pouco, essa arquitetura comercial contrasta com a pureza dos edifícios públicos. Ela tem influência da arquitetura americana dos anos 80. Mas as cidades são organismos vivos, têm sua dinâmica própria. Não estamos no socialismo soviético para controlar tudo".

(http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia182/2010/07/27/cidades,i=204585/ESPECIALISTA+ITALIANO+DESTACA+O+DESAFIO+DE+GARANTIR+A+PRESERVACAO+DE+BRASILIA.shtml)

 

 

 

 

BANDEIRA DO TAJIQUISTÃO
 
 
 
 
 
 

"World Heritage Committee inscribes a total of 21 new sites on UNESCO World Heritage List

 
Nogorongoro Conservation Area
Monday, August 2, 2010

 

The 34th session of the World Heritage Committee meeting in Brasilia since 25 July today finished its consideration of nominations for the World Heritage List and the List of World Heritage in Danger.

Meeting under the Chairmanship of the Minister of Culture of Brazil, João Luiz da Silva Ferreira, the Committee inscribed 21 new sites, including 15 cultural, 5 natural and 1 mixed properties. Three countries, Kiribati, Marshall Islands and Tajikistan, had sites added for the first time. One existing natural site was also recognized for its cultural values and thus becomes a mixed site.

The World Heritage Committee also added four sites to the List of World Heritage in Danger and removed the Galapagos Islands (Ecuador) from this List.

The new sites on the World Heritage List of Sites in Danger are (in alphabetical order):

The new mixed site is:

The new cultural sites are:

The new natural sites are:

World Heritage sites that have been extended are:

The Committee also recognised the cultural values of the Ngorongoro Conservation Area (Tanzania), which was inscribed in 1979 as a natural site. This property now becomes a mixed site

The 34th session of the World Heritage Committee opened on 25 July and will close on 3 August. The next session will be held in June 2011 in Bahrain.

 

(http://3.bp.blogspot.com/_JFHiLaSRslc/Se2mZuyB4TI/AAAAAAAADm8/dEbNQjnQPDo/s400/O%2BColiseu-Roma%2B(It%25C3%25A1lia).jpg)