Um país atacado  por  bandidagem (Versão atualizada)

                                                    Cunha e Silva Filho

                      Se é certo que   vários  problemas  foram  discutidos   pelos candidatos  à Presidência da República,   também  não é menos  certo  que  o grande  problema  nacional  - mais  agudo deles, por sinal -  não foi   abordado nas suas raízes: a violência, a criminalidade,  as   balas perdidas  recorrentes, os assaltos,  as mortes  de inocentes de todas as  idades. No Rio de Janeiro,  a cidade parece estar  vivendo  uma guerra civil,  não para   derrubar  governos, mas   para   disputar  o espaço   do  tráfico  nas favelas  cariocas.

                     A situação é tão grave que os  marginais não respeitam mais nem  as Forças Armadas e o que as televisões  mostram   são  rajadas   de metralhadoras, tiroteios  diários  e por toda   os espaços  territoriais   da cidade onde existam   favelas campeia o desespero dos moradores, líderes  do tráfico determinam que o comércio   circunvizinho  seja  fechado. As UPPs já não dão conta  dos fins a que se propuseram seus  idealizadores.  A criminalidade  continua   atormentando os  moradores  das favelas, ditando  ordens,  transformando  esses  espaços, quer  nos morros, quer na  terra,   onde quem  manda  e quem  canta  de galo  são  facções  rivais que desafiam   a autoridade   constituída, ou seja,  o  governador. Já  correm  notícias  de que o PCC  já se introduz, no estado de São Paulo,   na  política,  na  educação,    em creches,  e no  transporte  em  massa.  Aonde, me  perguto  indignado  e  sobressaltado,  vamos  parar  com  esses  "governos  paralelos " ?  Issso  é praticar  atos   mortais contra a segurança  nacional e nada se  tem visto  de  palpável  em    respostas a esses gravíssimos provblemas    da parte dos governos atual  do Estado do Rio de Janeiro  e do   Planalto. Estamos,  no  pior dos mundos  possíveis,  com medo  até de  andar  nos centros   das principais cidades brasileiras,  à frente das quais  o  eixo Rio de Janeiro-São Paulo.A questão   exige  urgência  urgenteíssima da parte  do mandatário da  Nação.  

        A questão tem que ser tratada como  uma  rebelião não  originada  de   luta pelo  poder   político ou governamental, mas   deflagrada  pela ausência   de estratégias   adequadas  dos órgãos de segurança  pública.  O país está sem leme  no  item da segurança  pública, tanto na  cidade quanto no campo. O mais  gritante  é que nenhum dos candidatos  a Presidente da República apresentou  nada  consistente  concreto  como  um  Plano de Reforma  da  Segurança  Pública   Nacional para a  elaboração do qual , de forma  emergencial,    ações  impactantes    das forças  militares  devem  ser  efetuadas com inteligência, alto  sentido de brasilidade,  num combate   sem trégua   à  criminosos de toda espécie.  

       A sociedade mudou substancialmente  nas duas últimas décadas e o tratamento  a ser dispensado  à diminuição da violência não deve ser  adstrito  somente  aos poderes  armados,  mas   ao concurso    indispensável  de outras  áreas do conhecimento e de forma multidisciplinar. As áreas jurídicas, sociológicas,   antropológicas,   das ciências  políticas,  da história, da geografia, da  informática, todas,  devem se unir  na luta   incessante  para  debelarmos   o cancro endêmico   da  criminalidade.  Além disso, instituições  respeitadas como  as igrejas   devem   ter  igualmente papel  saliente, junto com   as escolas, as universidades. Cidades  brasileiras  que  outrora eram   modelos  de  vida   sossegada,  como  Florianópolis, Curitiba,  São Luís,  estão se transformando  em  lugares de  alta  criminalidade,  à semelhança  de São Paulo e do Rio de Janeiro.

     Os governos do Lula e o de Dilma, assim como  os posteriores até chegarmos ao governo  do presidente Bolsonaro (logo ele  um ex-militar e com  muitos assessores militares, inclusive   ministros da Defesa,   pouco ou nada fizeram  para   melhorarem   as aflições  do povo   brasileiro. As estatísticas de vítimas fatais  da violência  de adultos e de menores   são assombrosas. Até me dá a impressão de que nem  o governo  federal nem os estaduais   não   estão  assistindo  a  programas   de televisão onde   a extrema    crise  da  criminalidade  é  reportada  diariamente. E não  vamos chamar isso de   sensacionalismo, pois  as reportagens  gravadas estão aí  para serem   vistas pelos governantes  e pelos  órgãos de segurança   pública. Basta  fazer  uma estatística  dos registros de ocorrência    nas delegacias  brasileiras para   verificarmos  o caos em que  estamos afundados e sem  ver  nenhuma    perspectiva  de  melhoria.

Naturalmente,  se não houver  imediatas medidas   tomadas   no que  diz  respeito ao nosso  sistema   penal,  inclusive  com  propostas  como  a  prisão perpétua,  e a diminuição da  maioridade   penal, estaremos   levando  a  sociedade   brasileira   a um beco sem saída. Ou seja,  enquanto  não alijarmos   o crime da impunidade,  ou outras  brechas das leis penais,   aí existentes e  realimentadoras   da  própria  crise da  criminalidade,  assim como outras  indecências   da  legislação  como “prisão  domiciliar,” comutação da pena  por “bom comportamento,”  a delinquência,   os crimes hediondos,    os sequestros,    as “saidinhas”de bancos,  as balas perdidas,   as mortes banais,  e a presença  nas ruas   de  marginais de alta  periculosidade,   menores e adultos,  as explosões de caixas eletrônicos  praticadas  por  quadrilhas de facínoras,  o país   virará  uma terra de ninguém,  um  faroeste  de malfeitores    que não respeitarão    as leis e a convivência  harmoniosa  da sociedade brasileira,  ora  clamando  por socorro aos quatro cantos   do país.

     Todos os candidatos, em  pleitos  presidenciais anteriores,   negligenciaram, fugiram  à questão  mais grave  do país simbolizado pelo binômio: violência-impunidade, de alta urgência para os debates  de programas de governo.  Vejo, por outro lado, que, nos  debates  entre os candidatos  existem mais  formalidade  e   limites de tempo e, assim,  as questões mais    complexas  não são  discutidas   com a relevância  e o sentido de urgência que merecem. A imagem do país no exterior não é de guerra civil propriamente, se bem que, nas estatísticas   de mortes  causadas  por crimes contra inocentes,  possa a  ser   muito alta em vítima fatais. 

     Aguardo que, na  próxima  corrida  para a presidência, os  candidatos se lembrem de levantar  esse   problema  comentado   aqui, quer dizer,  o mais   aflitivo da sociedade brasileira.