(http://doisporum.com/vendas-porta-a-porta-ganham-espaco-no-mercado-de-livros-no-pais/)
Uma análise da trajetória das línguas na Amazônia Brasileira
Por Flávio Bittencourt Em: 12/04/2012, às 07H19
[Flávio Bittencourt]
Uma análise da trajetória das línguas na Amazônia Brasileira
Rio Babel, a tese de José Ribamar Bessa Freire, em livro e na Internet.
Larissa Ramos [DE MANAUS,
ESTADO DO AMAZONAS, BRASIL]
Miss Earth 2009,
Youtube:
http://www.youtube.com/watch?v=b3iqUkv16Bo
"(...) OS ÍNDIOS GIGANTES [KREEN-AKARORE] ESTÃO DE VOLTA (...)"
(fotógrafo Pedro Martinelli):
(http://www.pedromartinelli.com.br/1/?page_id=71)
XINGU - TRAILER OFICIAL HD,
Youtube:
http://www.youtube.com/watch?v=OQwTWLwKLIM
ÍNDIOS BORORO (ESTADO DE MATO GROSSO, BRASIL):
(http://dusinfernus.wordpress.com/category/tristes-tropicos/)
COZIDÃO DE CARNE COM TUDO DENTRO (RECEITA)
Ingredientes:
- 1 kg de carne de primeira
- 2 tomates grandes
- 1 pimentão
- 2 cebolas
- 2 batatas inglesas grandes
- 1 pedaço de abóbora cabotiá
- 1 maço de maxixes limpos
- Mandioca [AIPIM, MACAXEIRA] a gosto cortadas em pedaços
- 1 maço de coentro
- 1 maço de cebolinha verde
- 1 cabeça de alho amassado
- 1 tablete de caldo de carne
- Sal a gosto
- Cominho e pimenta do reino a gosto
- Molho inglês a gosto
- Vinho para temperar Modo de preparo:
- Corte a carne em pedaços
- Em uma panela coloque o molho inglês, a carne, o alho, o cominho, a pimenta-do-reino e o vinho
- Deixe pegar esse tempero por uns 15 minutos
- Leve os ingredientes da panela para ferver, juntando também 1 tomate, 1 cebola, a metade do pimentão e a cebolinha com o coentro
- Coloque 2 copos (americano) de água
- Deixe ferver na pressão por mais 10 minutos
- Por fim, coloque o tablete de carne, as batatas em pedaços, a abóbora em pedaços, os maxixes inteiros, os pedaços de mandioca, o tomate, a cebola e a outra metade do pimentão, tudo picadinho e ferva na pressão por 5 minutos
(http://tudogostoso.uol.com.br/receita/45072-cozidao-de-carne-com-tudo-dentro.html)
CRIANÇAS DA ETNIA MURA (AMAZÔNIA BRASILEIRA):
CRIANÇAS MURA, em fotografia que ilustra estudo ("Mura") da antropóloga Marta Amoroso (http://pib.socioambiental.org/pt/povo/mura/print,
sendo que a legenda da foto é transcrita de:
"NOVEMBRO DE 2009: LARISSA RAMOS, UMA CABOCLA VERDADEIRA DO AMAZONAS, VENCE O CONCURSO MISS TERRA, NAS FILIPINAS, DEIXANDO PARA TRÁS OUTRAS 79 CANDIDATAS DO MUNDO INTEIRO: Srta. Larissa Ramos, de Manaus, capital do Estado do Amazonas
(Só a foto, sem a legenda acima conferida: http://belezasergipana.blogspot.com/2009/11/brasileira-larissa-ramos-e-coroada-miss.html)"
"(...) Recordamos algumas histórias vividas no exílio. Do Uruguai, pátria do cantor Viglietti, passamos correndinho pela Argentina, onde os militares sufocavam o tango. No Chile, testemunhamos a vitória de Allende, embriagados pela música de Violeta Parra. No Peru, os huainitos, la flor de la canela e um cavalheiro de fina estampa. Quando entrei na Bolívia, levava carta de Thiago [THIAGO DE MELLO, poeta brasileiro] para seu amigo Augusto Céspedes, autor de ‘Metal del Diablo’.
Estão vivos sons, cheiros e cores dessas pátrias por onde andamos e que solidariamente nos abrigaram. Música, poesia, literatura, política, y por supuesto, culinária. Nesse tempo de exílio com Thiago – um maravilhoso narrador – ouvi suas histórias do convívio com escritores, intelectuais e músicos de cada país. Vivenciei outras. Contamos algumas delas ao público.
Quando chegamos ao Chile, no final de 1969, Thiago me levou à Peña de los Parra, onde Angel e Isabel Parra se apresentavam todas as noites. (...)
(JOSÉ DE RIBAMAR BESSA FREIRE, Notícias da Bahia ponto com ponto br, 12.3.2012,
crônica "Soy latinoamericano", http://www.noticiasdabahia.com.br/colunas.php?cod=1470)
CONSTA NO SITE
DO MPF (MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL):
"TURMINHA DO MPF -
Vejam só a satisfação do [INDIOZINHO] Munani. Ele está aprendendo a ler e escrever. Na escola da cidade, está sendo alfabetizado em português, mas sempre que vai para a aldeia estuda também o nheengatu com a professora da escola indígena.
O nheengatu significa língua boa, e é conhecido como a "língua geral amazônica". Ele teve origem na língua tupinambá, que pertence ao tronco linguístico tupi e era falada em grande parte da costa brasileira. (...)"
MUNANI, QUE APRENDE A LER EM PORTUGUÊS E
NHEENGATU (LÍNGUA GERAL):
[http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Nheengatu.PNG;
sendo o brasão e o mapa do município amazonense de
São Gabriel da Cachoeira (extremo noroeste do AM,
na região geográfica conhecida como "Cabeça do Cachorro"),
lá onde, em 10.11.2006, foram reconhecidos os idiomas
Tukano, Baniwa e Nheengatu como línguas oficiais do município,
ao lado do português (Fonte: notícia que pode ser lida, na web, em
http://www.brasiloeste.com.br/2006/11/linguas-indigenas-oficiais/)
JOSÉ RIBAMAR BESSA FREIRE,
JORNALISTA, EX-MILITANTE REVOLUCIONÁRIO
(exilou-se e, na volta, foi preso e torturado por
agentes de pendor criminoso a serviço da
violência totalitária do Regime de 64 [Brasil]),
PROFESSOR UNIVERSITÁRIO, CRONISTA E
CIENTISTA SOCIAL AMAZONENSE
(etno-historiador):
onde se pode ler [DEPOIMENTO À REVISTA CARTA CAPITAL, trecho:
"Para José Ribamar Bessa Freire, a lei que torna obrigatório o ensino da história e cultura indígena é um avanço, mas falta muito para vencer o preconceito"; ENTREVISTA CONCEDIDA A
RICARDO CARVALHO;
foto: JONHAS CUNHA])
La corona de Miss Tierra [A COROA DE MISS TERRA] es para la brasileña Larissa Ramos,
Youtube:
"O autor [PROF. DR. JOSÉ RIBAMAR BESSA FREIRE, EM RIO BABEL] aborda a amplitude e a abrangência da presença das populações indígenas, apresentando um livro que possibilita a compreensão da Amazônia, metade do território da América portuguesa e onde a maior parte da população falava a língua geral (...)"
(http://books.google.com.br/books/about/Rio_babel.html?id=3H4oAQAAIAAJ&redir_esc=y)
VENDEDORAS E FREGUESAS DE ATLAS,
ENCICLOPÉDIAS E OUTROS PRODUTOS
EDITORIAIS, DE PORTA EM PORTA:
"(...) De cada cinco livros vendidos no país, um é por venda porta a porta. Avon, Hermes e Jequiti ampliam catálogos e chegam onde não há livrarias. (...)"
"Certa vez, em nossa casa [APARTAMENTO DE ULYSSES E FERNANDA BITTENCOURT - e seus 3 filhos -, NO RIO DE JANEIRO-RJ], o Dr. Nunes Pereira e a prima Sra. Ricardina Netto resolveram trocar ideias em língua geral, na frente de todos (que nada entendiam do diálogo inusitado), em memorável almoço de domingo no qual estavam presentes o Prof. Agnello Bittencourt [PAI DE U. BITTENCOURT], o Dr. Ramayana de Chevalier (médico e escritor, pai do famoso Dr. Ronald de Chevalier, economista da TV Globo, conhecido [O FILHO] no circuito boêmio carioca da Zona Sul como "Roniquito de Ipanema"), o Dr. Carlos de Araujo Lima (cunhado de U. Bittencourt) e sua esposa D. Ruth de Araujo Lima, o pintor amazonense Garibaldi Cruz [*], a prima Palmira Ferreira Uchôa e uma vendedora de enciclopédias que chegou naquela hora e ficou para o cozidão, uma vez que para tanto foi devidamente convidada pelos donos da casa (o que a surpreendeu positivamente, é claro). NUNES PEREIRA E A VOVÓ RICA (D. Ricardina) ESTAVAM FALANDO EM NHEENGATU, então, no momento mesmo em que o Dr. Ramayana parecia ter ficado siderado com a moça. Quando os dois - o velho Nunes e a D. Rica - riram de algo que pelo sábio Nunes Pereira foi pronunciado, os outros não puderam compartilhar da graça da boutade do antropólogo e poeta maranhense-amazonense, mas não é difícil concluir que ele estava falando - muito bem, porque ele sempre expressava admiração por mulheres bonitas! - da misteriosa e, por educação, silenciosa moça [MAS ELA NÃO APENAS SE ALIMENTAVA, NO ALMOÇO, COMO OUVIA COM GRANDE ATENÇÃO, de testa um pouco franzida, PARA O QUE AQUELES MUITO FALANTES SENHORES, SENHORAS E MOÇAS (as duas irmãs minhas e uma amiga de uma delas, também jovem) ANIMADAMENTE DIZIAM]. Sem dúvida, ela era uma pessoa bela, pelo menos 'por fora', já que 'por dentro' não se sabia: antes, ninguém ali a tinha visto. Logo se percebe que não é possível esquecer de uma ocasião quase 'lisérgica' - no bom e desintoxicado sentido do termo - como essa."
(O RESPONSÁVEL POR ESTA COLUNA "Recontando...")
[*] - Nos anos 1980, Ulysses Bittencourt escreveu uma crônica sobre G. Cruz, que foi publicada em A Crítica, de Manaus, e será transcrita brevemente nesta mesma Coluna.
UM COZIDO BEM PREPARADO:
Miss Earth 2009 Final Evening Gown Competition,
Youtube:
http://www.youtube.com/watch?v=gzkaObtTn20&feature=relmfu
AMAZONENSE DE 20 ANOS CONQUISTA - conquistou, em 2009 - O TÍTULO MUNDIAL:
Miss Earth Brazil 2009, Larissa Ramos (Final Long Gown Competition),
Youtube:
http://www.youtube.com/watch?NR=1&feature=endscreen&v=rtUL7Iq5O3U
HOMENAGEANDO OS ÍNDIOS MURA DA AMAZÔNIA, OS
BORORO DO ESTADO DE MATO GROSSO E DE OUTRAS
UNIDADES DA FEDERAÇÃO (BRASIL) E TODAS AS NAÇÕES QUE VIVEM
NO PARQUE INDÍGENA DO XINGU, O AMIGO
CACIQUE XAVANTE CIRILO TSERESÉ, O
POVO DA REPÚBLICA DAS FILIPINAS,
O POVO DO MUNICÍPIO DE SÃO GABRIEL DA CACHOEIRA-AM,
O POVO DA CIDADE DE MANAUS-AM, OS
VENDEDORES DE LIVROS E CONSULTORES DE VENDAS -
de produtos Avon, Hermes e Jequiti - DO BRASIL, O FOTÓGRAFO
PEDRO MARTINELLI, O REPÓRTER
RICARDO CARVALHO E O FOTÓGRAFO
JONHAS CUNHA, AMBOS DA REVISTA SEMANAL BRASILEIRA
CARTA CAPITAL, O EDITOR
MINO CARTA, TAMBÉM DE CARTA CAPITAL, O FOTÓGRAFO
DARLAN ALVARENGA, DO PORTAL G1 / GLOBO;
AS FAMÍLIAS DA ZONA SUL DE SÃO PAULO, CAPITAL,
MARTA ROSA AMOROSO [**], PROFESSORA DA USP,
JOSÉ RIBAMAR BESSA FREIRE, PROFESSOR DA
UERJ E DA UNI-RIO,
JOHNNY MANAHAN (diretor de programas de televisão que
coordenou o televisionamento ao vivo, para o mundo,
do concurso MISS TERRA 2009, nas Filipinas),
OS JORNALISTAS, ESPECIALISTAS EM MODA E BELEZA E
TÉCNICOS DE TELEVISÃO E VÍDEO QUE
NAQUELE DIA ESTAVAM TRABALHANDO SOB A
DIREÇÃO DE J. MANAHAN [***] E
LARISSA RIBEIRO RAMOS, ESTUDANTE UNIVERSITÁRIA, MISS TERRA 2009 E
MODELO FOTOGRÁFICO,
A TODAS AS PERSONALIDADES CITADAS DESEJANDO-SE
MUITA SAÚDE E VIDA LONGA
[**] - Extraído de seu currículo Lattes: "(...) Faz atualmente trabalho de campo entre os Mura do rio Madeira (AM), pesquisa que teve início por ocasião do processo de demarcação das terras mura no final da década de 1990. É membro fundador do Centro de Estudos Ameríndios/USP. (texto informado pelo autor [PELA AUTORA])".
[***] - Com a narração original (em inglês), a coração de Miss Terra 2009 [O CLIP (no Youtube) CUJO LINK É INDICADO LOGO NO INÍCIO, ACIMA, É EDIÇÃO SEM NARRAÇÃO TELEVISIVA, APENAS COM MÚSICA]:
http://www.youtube.com/watch?v=oUPPlqMEooE&feature=related
12.4.2012 - Rio Babel, estudo em profundidade cujo autor é José Ribamar Bessa Freire - Trata-se de uma análise da trajetória das línguas na Amazônia brasileira. F. A. L. Bittencourt ([email protected])
Como e quando a Amazônia começou a falar português? O que aconteceu com as línguas indígenas? Esse livro, originalmente tese de doutorado em literatura comparada defendida em 2003, contém uma análise da trajetória das línguas na Amazônia brasileira e da situação de contato entre elas, com uma proposta de periodização das diferentes políticas de línguas, destacando a expansão da LGA – Língua Geral Amazônica no período colonial, e seu declínio no século XIX, em detrimento da língua portuguesa, que se torna, então, hegemônica. O texto aqui disponibilizado para download é o da tese de doutorado.
http://www.taquiprati.com.br/publicacao.php?ident=1,
sendo que, para ler a obra imediatamente,
nessa página da web há: 'Clique para download' "
Também disponível em BOOKS GOOGLE:
http://books.google.com.br/books/about/Rio_babel.html?id=3H4oAQAAIAAJ&redir_esc=y
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PUBLICOU A REVISTA
CARTA CAPITAL
(editor: Mino Carta)
[ENTREVISTA A RICARDO CARVALHO],
OUT. / 2010:
"Carta Fundamental
Ricardo Carvalho
Entrevista
O índio fora do foco da história
Para José Ribamar Bessa Freire, a lei que torna obrigatório o ensino da história e cultura indígena é um avanço, mas falta muito para vencer o preconceito
Em 2008, foi sancionada a Lei 11.645, que estabeleceu o ensino obrigatório de história e cultura indígena em todas as séries do Ensino Básico. A lei vem no sentido de complementar outra regulamentação, de 2003, que contemplava as temáticas referentes à cultura africana. O coordenador do Programa de Estudos dos Povos Indígenas da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), José Ribamar Bessa Freire, explica que, de modo geral, os temas indígenas sempre foram abordados nas escolas como uma “nota de pé de página carregada de preconceitos”. Nesta entrevista, concedida ao repórter Ricardo Carvalho, Bessa Freire defende a lei como uma conquista de setores da sociedade brasileira que lutam por esse reconhecimento há pelo menos duas décadas, mas faz questão de ressaltar: a lei é um passo importante, mas pode tornar-se ineficiente caso não venha acompanhada de material didático, atualização das licenciaturas e subsídios aos docentes.
Carta Fundamental: Qual a importância da aprovação da Lei 11.645 para o reconhecimento, pela escola, das temáticas indígenas e africanas?
Bessa Freire: Em primeiro lugar, a lei é uma conquista. Nós, que sempre lutamos para que a escola refletisse sobre essas questões, nos sentimos contemplados. No entanto, não basta só ter uma lei, porque, se existe a obrigação do ensino da temática indígena e africana nas escolas sem capacitação dos professores, sem pesquisa e sem produção de material para auxílio aos professores, o tiro pode sair pela culatra. A escola vai, obrigatoriamente, tocar numa temática que, sem preparo, pode até reforçar aqueles preconceitos e aquelas visões estereotipadas que se davam.
CF: Como a escola brasileira tratou os conteúdos indígenas até antes de eles se tornarem obrigatórios?
BF: Sucintamente, o índio na escola era uma nota de pé de página carregada de preconceitos. Se fosse uma nota de pé de página, mas correta, já teria ocorrido uma contribuição. Mas não, o índio estava fora do foco da história e, quando aparecia, era de forma preconceituosa. Eu me pergunto até que ponto essa escola não devorou a identidade dos brasileiros, na medida em que ignorou duas grandes matrizes formadoras da sociedade brasileira: a indígena e a africana.
CF: Desde quando existe esse esforço pela inclusão da história e da cultura indígena na sala de aula?
BF: É relativamente recente e está muito ligado ao próprio movimento indígena organizado. A partir da Constituição de 1988, abriram-se portas para essa questão. Naquele momento, existiam no País mais de 150 organizações indígenas. No meu entender, foi a conjunção e a atuação dessas organizações que surgiram. Até o fim dos anos 70, éramos nós – antropólogos – que falávamos por eles, inclusive porque não havia uma liderança que dominasse a língua portuguesa de forma articulada. Hoje, os índios não precisam mais de porta-vozes e o nosso papel agora é falar como aliados. Então, nos anos 80, fervilhou no País esse avanço do movimento indígena, que conseguiu, por exemplo, eleger no Rio de Janeiro um deputado federal, o Mário Juruna. Independentemente dos altos e baixos de seu mandato parlamentar, ele jogou o foco do País e da mídia sobre os índios. Isso contribuiu para que, finalmente, chegássemos em 2008 e incorporássemos a questão indígena numa lei que já existia para afrodescendentes, que estavam um pouco mais organizados politicamente. Chamo atenção para os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), nos anos 90, que tocaram no tema também, independentemente das críticas que possamos fazer.
CF: O senhor disse que é preciso dar subsídios para os professores aplicarem a lei. Quais deveriam ser esses subsídios?
BF: Primeiro ponto: interferir nos currículos de licenciatura em todas as universidades públicas e privadas. Segundo: jogar pesado em oficinas e cursos de atualização de professores, pois eles estão ansiosos, estão querendo novos conhecimentos. O terceiro é investir na pesquisa relacionada à temática indígena e o quarto, fazer com que essa pesquisa reflita na produção de material didático e paradidático.
CF: Em relação aos conteúdos, o que deveria ser abordado pelo professor com os alunos?
BF: É preciso, antes de tudo, desconstruir os equívocos que estão arraigados e internalizados e incorporar os avanços das disciplinas acadêmicas que tratam dessas questões, como antropologia, etno-história e linguística. Várias disciplinas produzem dissertações de mestrado e teses de doutorado, mas esses trabalhos não chegam aos professores, ficam retidos na universidade. Em relação aos conteúdos, o professor teria de trabalhar com arte indígena, literatura, poesia, história e línguas indígenas, os etnosaberes.
CF: Ainda na parte de conteúdos, para exemplificar, como o professor deveria abordar aculturação e identidade indígena na sala de aula?
BF: A antropologia trabalhava com essa noção de aculturação, entendendo por aculturação aquele processo de perda da sua própria cultura e migração para a cultura do outro. Mas o que se começou a criticar a partir dos anos 60 e 70? Lévi-Strauss diz que nenhuma cultura morre, apenas se transforma e se ressignifica. Nosso cotidiano está impregnado de empréstimos de outras culturas, mas isso não faz com que o brasileiro deixe de ser brasileiro. Ao contrário, ser brasileiro significa se apropriar daquilo que queremos ou nos é imposto e ressignificar isso dentro da nossa cultura. Isso ocorre para qualquer cultura, seja a brasileira, a norte-americana ou a francesa. Mas, quando chega na cultura indígena, não se permite que o índio aceite o menor elemento de uma contribuição de fora e continue sendo considerado índio. Porque existe um imaginário construído de ideal de índio, aquele da Carta do Descobrimento, de Pero Vaz de Caminha. Hoje, quando uma pessoa encontra um índio de carne e osso, diz que não é índio autêntico, porque tem como autêntica a imagem de 1500. Com esse critério, os portugueses não seriam mais portugueses porque ninguém se veste mais como Cabral, ou escreve e fala como Caminha. Por isso, a ideia do contato das culturas indígenas com a cultura nacional deve ser trabalhada nas escolas com uma perspectiva antropológica. Ou seja, toda cultura é dinâmica, está em permanente transformação e atualização.
CF: Os currículos de licenciatura estão preparados para lidar com a nova demanda gerada pela lei?
BF: As faculdades de educação não estão preparadas, e esta é a notícia ruim. A notícia boa é que estão começando a se preparar, porque existe uma pressão dos próprios professores dos ensinos Médio e Fundamental, dos alunos, da mídia e de nós, de dentro da universidade. Por exemplo, na UERJ, eu já ensinei uma disciplina chamada História Indígena, que não existe nos cursos de História das universidades brasileiras nem sequer como eletiva. Como compreender este país sem história indígena? Eram 10 milhões de índios no Brasil e 1.300 línguas. O que aconteceu com elas? A disciplina História Indígena dirige o foco sobre essa temática e capacita os alunos para entender um pouco esse processo. Outro exemplo: nós desconhecemos a resistência indígena ao processo de escravização. Tem uma tese de doutorado defendida na Universidade de Stanford, nunca traduzida para o português, com um apêndice de mais de cem nomes de líderes indígenas que, num espaço de 80 anos, lideraram rebeliões contra os portugueses só no Baixo Amazonas, e nós não conhecemos nenhum deles.
CF: A lei estabelece que os conteúdos referentes à cultura indígena sejam trabalhados em todo o currículo escolar, com ênfase nas áreas de Artes, História e Literatura. Como professores de outras matérias podem trabalhar a temática?
BF: Na UERJ, temos uma disciplina que discute a implementação da Lei 11.645, então eu tenho alunos de Física, Química, Artes, História, Filosofia e Matemática. Abrimos essa possibilidade, que é uma coisa muito rica. Os alunos dessas licenciaturas trazem problemáticas que, às vezes, não são as nossas, de quem está na área de Educação. Vem um aluno de Matemática e pergunta: “Professor, como os índios somam, multiplicam, enfim, como é a Matemática indígena?” Vem um aluno de Biologia e me faz perguntas sobre os mitos de criação do mundo dos índios, um aluno de Artes pergunta por que a arte indígena é considerada artesanato e não produção artística. Isso vai dando margem para discutirmos essa temática de forma muito mais rica.
CF: O senhor viveu por muito tempo no Peru. Existe uma diferença entre o reconhecimento dos conteúdos indígenas pela escola em relação ao Brasil?
BF: Os países andinos, em geral, estão mais avançados. O Peru, nos anos 70, oficializou a língua quéchua, que se tornou a língua oficial juntamente com o espanhol. O Peru criou um sistema de educação bilíngue que, com todos os altos e baixos, representou um avanço enorme para o país. Mas o Peru está avançado nessa questão até pelo peso demográfico dos índios em sua sociedade e pela visibilidade da cultura indígena em todos os campos. Houve um movimento muito forte de valorização do passado andino e isso é refletido em instituições como o Museo de la Nación e o Museu de Antropologia."
(http://www.cartacapital.com.br/carta-fundamental/o-indio-fora-do-foco-da-historia/)
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ÍNDIOS DA AMAZÔNIA NO GLORIOSO E. B.:
"Segunda-feira, 19 de abril de 2010
Os índios da região devem ter a melhor perspectiva de vida possível. Até porque são brasileiros índios; 80% do efetivo do Exército na Amazônia tem origem indígena. Temos batalhões inteiros formados por índios. O V Batalhão de Infantaria da Selva tem 23 etnias e ali, fora oficiais e sargentos, todos são índios. [TRECHO EXTRAÍDO DE UM DEPOIMENTO DO GENERAL AUGUSTO HELENO PEREIRA (****)]
LARISSA RAMOS DURANTE O MISS TERRA 2009:
SRTA. LARISSA R. RAMOS NAS FILIPINAS,
REPRESENTANDO O BRASIL:
A MAIS BELA ENTRE AS MAIS BELAS
DO MUNDO
[Sem a legenda acima apresentada, a foto de Larissa Ramos,
de Manaus, pode ser localizada, na web, em:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Larissa_Ramos)
Larissa Ramos Miss Earth 2009,
Youtube:
http://www.youtube.com/watch?v=lVyc4MmgJ5o,
onde se pode ler:
"After his long motorcade [DESFILE MOTORIZADO, "CARREATA (triunfal)"] in the city of Manaus, the Miss Earth Larissa Ramos was to stop the Provincial Palace of the Amazons, accompanied by the Coordinator José Alonso, she received honors in front of the Press Manauara,,, "
O PORTAL (de nome sugestivo)
DIVIRTA-SE PONTO UAI (o site é mineiro) PONTO COM PONTO BR
INFORMA QUE
LARISSA RAMOS ESTÁ NA DEFESA DO PLANETA TERRA:
"(...) Larissa Ramos nasceu em Manaus é estudante de Ciências Biológicas. Com belos traços indígenas, a moça tem 1,80 m de altura, 92 cm de busto, 63 de cintura e 95 cm cm de quadril. Ela agora será embaixadora da Fundação Miss Terra e vai atuar em campanhas e proteção ambiental em todo o mundo. (...)"
Miss Earth 2009 Larissa Ramos - Chegada e Homenagem no Palacete (Arrival and tribute the Palace),
Youtube:
http://www.youtube.com/watch?v=I9cIC3ssKwU&feature=relmfu