Um tiro na Av. Eduardo Ribeiro
Por Flávio Bittencourt Em: 26/05/2012, às 14H36
[Flávio Bittencourt]
Um tiro na Av. Eduardo Ribeiro
Rogel Samuel citou, em sua coluna quinzenal em Blocos Online, trecho de uma crônica de Ulysses Bittencourt sobre um crime acontecido em Manaus, em 1933.
(http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=498411&page=4)
"UM DOS MAIORES PATRIMÔNIOS DA HUMANIDADE, SÍMBOLO DE VIDA, DE RESISTÊNCIA, DE ESPERANÇA. A ÚLTIMA FLORESTA INTOCADA DO PLANETA [a Floresta Amazônica] ENCERRA MISTÉRIOS, DESPERTA O DESEJO DO CONHECIMENTO, APROXIMA O HOMEM DE SUA ESSÊNCIA (...)"
(TRECHO DA NARRAÇÃO DE VÍDEO DO YOUTUBE, ADIANTE INDICADO
["Manaus - AM - Sede da Copa do Mundo 2014"])
A SRTA. LARISSA RAMOS (MISS TERRA 2009, NAS FILIPINAS),
QUE ESTUDOU NA ESCOLA TÉCNICA DE MANAUS:
http://belezaamazonas.blogspot.com/2009/11/e-miss-earth-2009-e-miss-brazil-larissa.html)
"(...) Manaus, terra poderosa e amável que nos serviu de berço e
a cujo futuro promissor faço os meus mais ardentes votos".
(AGNELLO BITTENCOURT, no final do livro Fundação de Manaus:
pródromos e sequências, 2 edições, ilustrações: Moacir Andrade;
segunda edição: Editora Valer)
(http://www.portalentretextos.com.br/colunas/cronica-de-sempre,189.html)
Manaus - AM - Sede da Copa do Mundo 2014,
Youtube:
http://www.youtube.com/watch?v=VwOsffnfFu8&feature=related,
em cuja narração se pode ouvir:
"(...) COM CAPACIDADE PARA 43 MIL PESSOAS, O TRADICIONAL ESTÁDIO VIVALDO LIMA É A ESCOLHA DE MANAUS PARA SEDIAR JOGOS DA COPA DO MUNDO DE 2014. PARA QUE O ESTÁDIO VIVALDO LIMA ATENDA ÀS RECOMENDAÇÕES DA FIFA, SERÃO INVESTIDOS [estão sendo investidos] MAIS DE 110 MILHÕES DE DÓLARES EM UM AMPLO TRABALHO DE REVITALIZAÇÃO CUJO PROJETO JÁ ESTÁ PRONTO. O PROJETO DE REVITALIZAÇÃO IRÁ INTEGRAR ESTÁDIO, GINÁSIO, SAMBÓDROMO E CENTRO DE CONVENÇÕES EM UM ÚNICO COMPLEXO POLIESPORTIVO E CULTURAL. ALÉM DOS ESTÁDIO, SETE CENTROS DE TREINAMENTO TOTALMENTE EQUIPADOS SERÃO DISPONIBILIZADOS PARA AS DELEGAÇÕES QUE VIEREM DISPUTAR OS JOGOS EM MANAUS. (...)"
(http://movidala.blogspot.com.br/2009/02/em-busca-do-suco-perfeito.html)
CUPUAÇUS
DO AMAZONAS:
(http://come-se.blogspot.com.br/2008_04_01_archive.html)
BANANA FRITA EXPOSTA EM
AMBIENTE FLUVIAL, VALE DIZER, EM
MOTOR-RECREIO DA NAVEGAÇÃO
PELOS RIOS AMAZÔNICOS, COLOCADA
À VENDA COM SALVA-VIDAS
POR DETRÁS:
(http://come-se.blogspot.com.br/2008_04_01_archive.html)
UMA TACACAZEIRA-DE-LONGO-CURSO
[Dª ADALGIZA SOARES FELÍCIO, A
COZINHEIRA QUE HÁ MAIS TEMPO TRABALHA
NESSE RAMO DE PREPARO DE ALIMENTOS
REGIONAIS] NA CIDADE DE MANAUS (BRASIL):
ESTADO DO AMAZONAS, ANOS 1930:
O GOVERNADOR-ESCRITOR
ÁLVARO MAIA, AINDA JOVEM:
(http://catadordepapeis.blogspot.com.br/2011_04_01_archive.html)
Escola Estadual Agnello Bittencourt
Manaus Amazonas,
Youtube:
http://www.youtube.com/watch?v=iTrVZnl5vFY
(http://sp.quebarato.com.br/sao-paulo/piano-antigo-f-l-neumann-hamburg__105F87.html)
[NORMA ARAÚJO ENSINA
COMO FAZER UMA]
Caldeirada de tucunaré,
Youtube:
http://www.youtube.com/watch?v=iw78-NXuu08
"O PRÉDIO DA “CASA 22 PAULISTA” FOI SALVO PELO GONGO!
Piano variation on "Masterpiece"
[MÚSICA DE MADONNA / JULIE / HARRY],
Youtube:
http://www.youtube.com/watch?v=JeqNPYG-ch0,
onde se lê:
"Piano variation arranged and performed by Roberto Lorenz"
AVENIDA EDUARDO RIBEIRO:
(http://www.bauvelho.com.br/?p=193)
ASSIM FICARÁ O ESTÁDIO
DR. VIVALDO PALMA LIMA,
O (NOVO) VIVALDÃO:
(http://www.youtube.com/watch?v=VwOsffnfFu8&feature=related)
FABRICAÇÃO DE ELETROELETRÔNICOS
EM MANAUS, AMAZONAS
[NO PIM (PÓLO INDUSTRIAL DE MANAUS)]:
(http://www.fieam.org.br/site/senai/2011/10/18/senai-casa-aberta-2/)
HOMENAGEANDO, COM MUITA SAUDADE,
A MEMÓRIA DE MEU PAI, ULYSSES BITTENCOURT (1916 - 1993),
PARA AS HONRADAS SENHORAS TACACAZEIRAS DE MANAUS,
na pessoa de Dª. ADALGIZA SOARES FELÍCIO (que foi condecorada
com a Medalha do Mérito Parlamentar - AM),
TODOS OS TRABALHADORES DO PIM,
TODAS AS PESSOAS ENVOLVIDAS NAS OBRAS DO
DO (NOVO) ESTÁDIO VIVALDÃO E OUTRAS EDIFICAÇÕES E
PISTAS DE ATLETISMO DO COMPLEXO POLIESPORTIVO E CULTURAL
DO QUAL O VIVALDÃO FARÁ PARTE,
TODOS OS EDUCADORES, ADMINISTRADORES ESCOLARES,
FUNCIONÁRIOS, ALUNOS E EX-ALUNOS DA
ESCOLA ESTADUAL AGNELLO BITTENCOURT,
ABRAÇANDO FRATERNALMENTE ROGEL SAMUEL,
RENATA BATISTA (ex-professora da E. E. Agnello Bittencourt),
LARISSA RAMOS,
J. MARTINS ROCHA - responsável pelo Blog do Rocha -,
NORMA ARAÚJO (chef de cozinha),
MADONNA LOUISE VERONICA CICCONE (MADONNA, cantora e compositora,
co-autora da música Masterpiece),
FROST JULIE (compositora, cantora, guitarrista e produtora musical,
co-autora da música Masterpiece),
JIMMY HARRY (compositor, produtor musical e multiinstrumentista,
co-autor da música Masterpiece),
ROBERTO LORENZ (pianista e compositor), A TODOS ELES DESEJANDO
MUITA SAÚDE, PAZ E VIDA LONGA - E PARA
VIVALDO PALMA LIMA (1877 - 1949), em memória
26.5.2012 - Rogel Samuel transcreveu, em sua coluna em Blocos Online, trecho de uma crônica de meu saudoso pai, Ulysses Bittencourt (1916 - 1993), sobre um crime acontecido em Manaus, em 1933 - "Um tiro na avenida", por R. Samuel, artigo para o portal Entretextos (maio de 2012), com evocação de certa passagem de crônica de U. B., da primeira metade dos anos 1980. (O ARTIGO DO DR. ULYSSES BITTENCOURT CUJO TRECHO FOI MENCIONADO PELO PROF. DR. ROGEL SAMUEL FOI PUBLICADO ANTERIORMENTE NO JORNAL A CRÍTICA.) - F. A. L. Bittencourt ([email protected])
Rogel Samuel é Doutor em Letras e Professor aposentado da Pós-Graduação da UFRJ. poeta, romancista, cronista, webjornalista.
Site pessoal: http://literaturarogelsamuel.blogspot.com/
(atualização quinzenal, dias 10 e 25)
Um tiro na avenida
Lendo o delicioso ”Raiz”, de Ulysses Bittencourt, quando, na página 68 me deparo com o seguinte trecho:
“Tempos mais tarde, no ano de 1933, estávamos Aldemir Miranda e eu na Av. Eduardo Ribeiro, quando ouvimos tiro de revólver. Corremos para o local e vimos, já morto, com certeira bala na testa, o capitalista Edgar de Freitas, exatamente na esquina da Rua Quintino Bocaiuva. Circulou depois que ele tomara um empréstimo de quantia vultosa a um amigo, sem recibo e não só deixara de pagar, como ainda ria quando a importância lhe era cobrada. Furioso, o credor o liquidou".
Imediatamente achei estranha a razão do crime, porque sabia que o Dr. Edgar era homem íntegro. Imediatamente telefonei para o Ronaldo.
A minha estranheza se referia ao boato daquela longínqua época: “Circulou depois que ele tomara um empréstimo de quantia vultosa a um amigo, sem recibo e não só deixara de pagar, como ainda ria quando a importância lhe era cobrada. Furioso, o credor o liquidou”.
Que empréstimo fora aquele? Que riso de escárnio era aquele?
O Dr. Edgar de Freitas era meu tio-avô, ou melhor, foi casado em segundas núpcias com a irmã de minha avó, D. Maria José.
Ele era um homem ilustre, Barão e Visconde de Vilagião, título de nobreza portuguesa. Advogado formado na Inglaterra, falava vários idiomas, tocava violino, e tinha uma preciosa biblioteca que em parte eu herdei.
Quem o matou, segundo relato de seu filho, Ronaldo Freitas, atualmente com cerca de 80 anos rijos, morador de Fortaleza, foi seu ex-sócio, o Senhor X., pessoa conhecida em Manaus, irmão de um famoso Senador da República muito importante, grande jurista, ex-ministro, cujos nomes omito em respeito às famílias.
Ronaldo tinha um ano e meio de idade e, é claro, não se lembra de nada da morte do pai.
Mas contou-me que o Dr. Edgar foi alvejado pelas costas, na nuca. O criminoso saia do Banco Ultramarino e a causa realmente deve ter sido dinheiro. Mas a hipótese da frase: “Circulou depois que ele tomara um empréstimo...” não era verdadeira, segundo o filho Ronaldo, e podemos provar com o que se segue.
O Dr. Edgar devia estar arruinado, financeiramente.
O criminoso era seu sócio e suicidou-se na prisão, com a mesma arma do crime que não lhe fora tirada (foi preso com a arma do crime, era um homem importante).
A viúva ficou tão pobre e desamparada, que “tia” Maria José que tinha dois filhos pequenos, para sustentar os filhos, teve de ser professora primária no Careiro, longe da cidade, indo e vindo de barco, diariamente, e depois nos Educandos, subúrbio de Manaus, que na época se tinha de tomar uma “catraia”, um barco, para lá chegar.
O salário de professora primária era irrisório.
A situação da família só melhorou financeiramente quando faleceu o filho do primeiro casamento do Dr. Edgar, que era aviador militar e morreu em treinamento de vôo. A princípio sua tia do Rio de Janeiro herdara o soldo do oficial, como que era de praxe na época. Até que um comandante vindo a Manaus soube dos dois filhos do Dr. Edgar e viu que algo estava errado e denunciou a que estava recebendo indevidamente. Ela teve de devolver o dinheiro e os pertences a quem de direito, o que não era problema para ela, muito rica que morava na Glória, em casa de quem se davam recepções frequentadas até por presidentes da República.
E a família passou a viver daquela pensão do Exército.
E o empréstimo?
Só se foi daquele Banco Ultramarino, fundado em 1918, em Manaus, cuja inauguração foi filmada por Silvino Santos, filme que desapareceu, como próprio Banco, e os personagens dessa estória. Só estão vivos Ronaldo e eu. Ainda...
É o excelente livro ”Raiz”, crônicas de Ulysses Bittencourt, filho de Agnello Bittencourt." (ROGEL SAMUEL)
[http://www.blocosonline.com.br/home/index.php]
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Verbete "Ulysses Uchôa Bittencourt ",
Wikipédia:
"Ulysses Bittencourt
Ulysses Uchôa Bittencourt (Manaus, 4 de abril de 1916 — Rio de Janeiro, 19 de março de 1993), também conhecido como Ulysses Bittencourt, foi um jornalista, administrador público e historiador brasileiro. Foi prefeito de Guarapuava, município do estado do Paraná, durante o primeiro mandato do presidente Getúlio Vargas, por indicação do então interventor no estado, Manuel Ribas.
De acordo com o amazonólogo Samuel Benchimol, Ulysses Bittencourt - pesquisador que produziu uma descrição acadêmica do povoamento da bacia Amazônica (Porto Alegre, PUC-RS, 1988) - foi um dos autores que logrou delinear alguns dos tipos humanos da região, especialmente o do coronel de barranco (o assim chamado "barão da borracha", da época do boom amazônico da hévea - que não pertencia ao Exército Brasileiro -, geralmente adquiria uma patente da extinta Guarda Nacional). Outras figuras regionais (o trabalhador ribeirinho; o ex-escravo afrodescendente; e o poeta amazonense - que, muitas vezes, vivia em dificuldades financeiras - da Manaus da primeira metade do século XX) também foram abordadas por Ulysses Bittencourt, em seus trabalhos historiográficos publicados inicialmente na imprensa de Manaus [Nota - U.B. produziu uma resenha sobre o livro Fim de mundo sem fim, de Gebes Medeiros (A&M Editores, 1984) [1] [2], que, de acordo com Bittencourt, "(...) [conta] com uma precisão desafiadora, a saga de um grupo humano em determinado seringal do Rio Juruá, a vida de cada um e a coletiva (...) (p. 120); discorreu sobre descendentes de auxiliares negros do desbravador do Baixo Purus (Cap. Manoel Nicolau de Mello [3]): Carolina dos Santos e seus filhos Fileto, Cecília e Damiana (pp. 104-105); e apresentou um resumo biográfico do poeta-operário Hemetério Cabrinha [4] [5] [6], em Patiguá, p. 46].
Graduado pela Escola Nacional de Veterinária, abandonou a profissão de médico veterinário quando se tornou administrador público, tendo sido, em 1939, nomeado prefeito de Guarapuava. Modernizou, em sua gestão, a capital daquele município (Cf. "Depoimento", trecho do Desemb. Lauro Fabrício de M. Pinto: "O Interventor Manuel Ribas (...) [nomeou] prefeito de Guarapuava o jovem Ulysses Bittencourt. (...) O jovem prefeito modernizou a cidade, construíu estadas e pontes, e erigiu (pela primeira vez, naquela velha região pastoril) um posto de monta, que melhorou sensivelmente o rebanho equino do Município" (São Paulo-SP, 28/02/1984), Patiguá, p. 65; artigo publicado originalmente no jornal A Crítica, de Manaus, ed. de 13/03/1984).
Membro da Academia Amazonense de Letras [7] e do Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas [8], escreveu Raiz (Rio de Janeiro: Copy e Arte, 1985), Povoamento da Bacia Amazônica (Porto Alegre, PUC, 1988 - conferência proferida na PUC-RS) e Patiguá (Rio de Janeiro: Copy e Arte, 1993). Articulista, nos anos 1980, do jornal A Crítica, de Manaus, o historiador Mário Ypiranga Monteiro escreveu na apresentação de seu livro Patiguá: "Por muitos anos [seu primeiro livro publicado, Raiz] constituirá o testemunho valioso dos quadros históricos amazonenses não tratados anteriormente (...)" (p. 19). Raiz e Patiguá são citados na obra de Samuel Benchimol Manáos do Amazonas - Memória empresarial, vol. 1 (Manaus: ACA (Associação Comercial do Amazonas) - Fundo Editorial / Governo do Estado do Amazonas, 1994).
Ulysses Bittencourt, foi editor da revista da Grande Loja do Brasil, do Rio de Janeiro. Pesquisador da história do Amazonas, é autor do verbete Benjamin Lima, da Série Memória, da Secretaria de Cultura do Estado do Amazonas [9] [O teatrólogo Benjamin Lima, que foi diretor do Curso Prático de Teatro (Rio de Janeiro), na gestão do ministro Gustavo Capanema, era sogro do historiador Bittencourt].
De acordo com o livro Ruas de Manaus, de Luiz Carlos de Carvalho (primeira edição: Manaus, 1985), que contém um resumo da biografia de Ulysses Bittencourt, em Manaus existe uma rua com o seu nome. (Carvalho, L.C., Ruas de Manaus, verbete atinente).
Artigos
- Descrição, por U.B. e pelo Desemb. Lauro Fabrício, de fatos relativos à perturbação da Ordem Pública em Guarapuava e Pitanga-PR, em 1939 (ocasião em que se registrou o acidente do piloto de avição militar Cap. Délio Jardim de Matos, futuro ministro da Aeronáutica do Brasil)
1) O último bandoleiro, por U.B.
Nós, os "pedestres da eternidade", como dizia Ramayana de Chevalier [médico e escritor, autor de No circo sem teto da Amazônia [10], pai de Ronald de Chevalier [11], este último o célebre economista amazonense-carioca também conhecido como Roniquito], vivemos várias vidas, passando por inúmeras circunstâncias, boas e más, semelhantes a capítulos de novelas. (...) O violento episódio resultou em que o Governo Estadual mandasse construir Delegacia cercada de toda a segurança.
O cangaço, que praticamente se extinguira com a morte de Lampião em Angicos, no ano de 1938, teve efetivo fim no Paraná, exatamente em Guarapuava, um ano depois [O prefeito Ulysses Bittencourt, no exercício de seu mandato, foi ferido, de raspão, por um projétil de fuzil - que deixou pequena cicatriz num de seus braços -, disparado por um soldado da polícia local (estava ele em seu gabinete, no segundo andar da Prefeitura de Guarapuava, tendo sido o tiro disparado do primeiro andar, por um soldado que alegou ter havido um disparo acidental, quando o fuzil era armado, o que, segundo aquele administrador público e historiador, pode efetivamente ter acontecido, ou seja, pode ter havido acidente no manuseio de arma de fogo - e não atentado político ao chefe do Executivo Municipal de Guarapuava, no ano de 1939 -, de acordo com carta do Desemb. Lauro Fabrício, que, na época, era juiz servindo naquele Município; essa consideração fez com que o desastrado - ou criminoso? - soldado fosse solto dias após esse incidente levemente sangrento, todavia de potencial - por centímetros - mortífero); em suma, não havia conexão do referido soldado com os bandoleiros a que se refere o artigo acima transcrito, nem (possivelmente) com a oposição política local].
(A Crítica, Manaus, 09/02/1983, artigo transcrito em Patiguá, pp. 61-62)
2) Viagem Regressiva, por U.B.
Sob o título de "O último bandoleiro", evoquei, há poucos dias, o dramático incidente de uma fuga de presos, ocorrida em 1939, na cidade de Guarapuava, tendo presenciado alguns lances, como Prefeito daquele importante município paranaense.
Em meio aos acontecimentos sangrentos que culminaram com a morte do chefe do bando, Francisco de Assis, e de alguns de seus sequazes, há um aspecto que deve ser recordado, a fim de mostrar o valor contido às vezes num pequeno gesto.
Guarapuava, fundada há cento e sessenta e cinco anos, é hoje uma bela cidade moderna, sede do Município do mesmo nome, onde se tem realizado a Festa da Maçã; pioneira em vários tipos de produção agrícola, é estação hidromineral e necessária passagem para Foz do Iguaçu. (...) É bem verdade que, morando todos no primeiro andar do Hotel do Comércio (hoje demolido), caso o plano houvesse dado certo, ninguém teria escapado com vida.
Mas, pelo sim, pelo não, será sempre bom tratar dos leprosos e dar boa comida aos presos. Como vimos, nunca se sabe...
(A Crítica, Manaus, 23/02/1984, artigo transcrito em Patiguá, pp. 63-64)
3) Depoimento
Ainda a propósito da crônica intitulada O último bandoleiro, recebi honrosa carta do Desembardador Lauro Fabrício de Melo Pinto (...).
"(...) Tomadas as providências mais urgentes, o Juiz despertou o chefe do telégrafo local; fê-lo improvisar um avião para avisar imediatamente o povo de Pitanga, principalmente o comerciante Joanim Grande. A força veio imediatamente de Curitiba, comandada pelo Cap. B. Evangelista, tendo como auxiliar um bravo tenente, e 20 soldados rumaram celeremente para Pitanga, alcançando os fugitivos na estrada e travando combate com eles.
O avião da base militar de Curitiba voou para Pitanga, levando mensagem de aviso para a população e para Joanim Grande (não havia meios de comunicação telefônica para Pitanga). O excelente aviador alcançou rapidamente Pitanga, mas, preocupado em chamar a atenção dos habitantes para a mensagem que levava, fez diversas evoluções em baixa altura sobre a vila, e, ao lançar a mesma, bateu com a asa do avião num galho de pinheiro e caiu no solo, ferindo-se. Acompanhando os acontecimentos, o Juiz mandou uma ambulância para conduzir o aviador ao hospital de Guarapuava, donde foi removido para o Hospital Militar de Curitiba. Esse bravo aviador era o capitão Délio Jardim de Mattos, hoje nosso excelente Ministro da Aeronáutica. Referirei, mais tarde, a você, a deliciosa revelação desse último fato, e de como soube pelo próprio Brigadeiro Délio, então comandante (e que grande comandante!) da Base Aérea de Curitiba. Basta, por hora, meu querido amigo. Um abraços do, Lauro".
(A Crítica, Manaus, 13/03/1984, artigo transcrito em Patiguá, pp. 65-68)
- Apresentação, por 'U.B., de Trilhos de Prata (1992), da escritora amazonense Carmen Nóvoa. [12]
- Prefácio, por U.B, de Pintura brasileira contemporânea, de João Medeiros. São Paulo: Mundo Musical, 1976 [13]
- Apresentação, por U.B., de Aventura no lago amazônico: o campeão no Aiapuá (romance), de Amílcar Perlingeiro. Niterói: Arnaldo Carlos Castelanni Editor, 1969.[14]
- Artigo publicado na revista Baricéa, Manaus, março/abril/1940, p. 13, mantida a grafia do original
Chegou a Manaus, pelo Anselm aqui aportado no dia 26 de Março recem-findo, o jovem médico veterinário Dr. Ulysses Bittencourt, que alguns anos atrás tomara passagem para o Rio de Janeiro, onde fôra cursar com brilhantismo a Escola Nacional de Veterinária.
O jovem médico amazonense, filho do nosso presado professor Dr. Agnello Bittencourt, Delegado do Serviço Nacional de Recenseamento, trás para sua terra um documentário que é um histórico palpitante, sobretudo lisongeiro para o seu portador. Regressa à sua terra, ofertando-lhe o título que soube merecer sua perseverança e inteligência.
Aos vinte e poucos anos, uma idade que florece entre as avalanches da maior das crises, a adversidade, êsse moço que daqui saiu, levando sómente os abraços dos amigos e uma mentalidade apta para uma cultura ainda maior, é um profícuo homem de governo, o elaborador, o idealisador de fantasias realisáveis. Quando, a convite do interventor Manoel Ribas, aceitou o cargo de Prefeito de Guarapuava, Pérola do Oeste, como cognominou a imprensa sadia do Paraná, já tinha em mente a ação notável que faria no Município de Guarapuava, a cidade princesa. Foi o restaurador ousado, de grande senso patriótico, o homem-ação que, em dez meses adminsitrativos, fez a própria imprensa observar que Guarapuava merecia o título de Pérola do Oeste. Com a força do seu entusiasmo moço, construiu pontes, praticou o urbanismo, fez jardins [A praça onde se situa o Museu de Guarapuava, com a galeria de fotos de ex-prefeitos, foi mandada construir por U.B. Nesse museu, o ex-prefeito foi homenageado quando da colocação de sua fotografia na citada galeria de fotos (reprodução de foto de U.B jovem); no Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Amazonas consta uma fotografia de Bittencourt já septuagenário], remodelou e calçou ruas, criou um posto de monta e outras ações de marcante progresso.
Êsse amazonense de cultura e patriotismo tomou uma licença de três meses para rever o seu grande Amazonas e abraçar sua digna família. Será um curto estágio e o Dr. Ulysses voltará ao seu posto.
Entretanto, se o Amazonas, farto e bondoso, preparar um futuro brilhante que merece o jovem intelectual, então veremos ficar entre nós, pervagar o nosso horizonte e compartilhar de nossas mesmas desditas e vitórias.
Que sejas feliz e bem-vindo, irmão-amazonas! (Texto reproduzido em Patiguá, p. 13.)
- Apresentação de "Patiguá", por Mário Ypiranga Monteiro.
- Sínteses biográfica de U.B. (autor do livro) e de Appe (autor da ilustração da capa de Patiguá [15])
- Discurso de Áureo Mello [16] na tribuna do Senado Federal, março de 1993 (contido na obra Missão Cumprida, coletânea de discursos do escritor e político amazonense). --- EM EDIÇÃO --- (Discurso "Falecimento do Professor Ulysses Uchôa BIttencourt". In Missão Cumprida - Discursos Projetos Pareceres e Apartes 1993-1995, pelo Senador Áureo Mello, Brasília, Editora do Senado Federal (pp. 55-57).
- Sinopse do livro Ruas de Manaus - A história do Amazonas nas ruas de Manaus. 2ª ed. ampliada, de autoria de Luiz Carlos de Carvalho, onde estão contidas as sínteses biográficas dos nomes de ruas de Manaus, entre as quais a Rua U. Bittencourt. Constam, nesse livro, pequenas biografias de pessoas importantes para a História do Amazonas "que são homenageadas nomeando as ruas de Manaus e na sua maioria são totalmente desconhecidas, principalmente pelos jovens amazonenses (...)" [17].
Ver também
- Caboclo
- Amazônia
- Ciclo da borracha
- Castanha-do-Brasil (Bertoletia excelsa)
- Nunes Pereira (Contém artigo de U.B.)
- Thiago de Mello
- Agnello Bittencourt
- Antônio Bittencourt
- Benjamin Lima
- Rogel Samuel
Ligações externas
Bibliografia sobre "Ciclo Econômico da Borracha"
Monografias
- ARAUJO LIMA, José Francisco de [27]. Amazônia, a terra e o homem - Com uma "Introdução à Antropogeografia". Prefácio de Tristão de Ataíde. Vol. 104 da Coleção Brasiliana (Biblioteca Pedagógica Brasileira). São Paulo, Companhia Editora Nacional, 3ª ed., 1945 [28].
- BENCHIMOL, Samuel. Manáos do Amazonas - Memória empresarial, vol. 1 (Manaus: ACA (Associação Comercial do Amazonas) - Fundo Editorial / Governo do Estado do Amazonas, 1994).
- BOTINELLY, Theodoro. Amazônia: uma utopia possível. Manaus: Editora da Universidade do Amazonas, 1990 [De acordo com T. Botinelly (economista, professor aposentado da Universidade do Amazonas, ex-presidente do PDT do AM [29]), em vários seringais do Amazonas não houve as violências que se verificaram, por exemplo, no Rio Putumayo, Peru, sendo que algumas regiões, ao contrário, representaram exemplos - excepcionais? (a essa questão Theodoro Botinelly procura responder em seu clássico livro Amazônia, uma utopia possível [30]) - de respeito às populações ribeirinhas do Amazonas (BOTINELLY, 1990, pp. 111-120)].
- BITTENCOURT, Agnello. Reminiscências do Ayapuá. Rio de Janeiro: A. Bittencourt, 1966.
- BITTENCOURT, Agnello. Verbete "Evaristo Pucu". In Dicionário Amazonense de Biografias: vultos do Passado. Rio de Janeiro: Ed. Conquista, 1973 [O Igarapé do Evaristo [31], tributário do Lago do Ayapuá (Muncípio de Beruri-AM), recebeu esse nome em virtude de lá ter residido o comerciante E. Pucu (Cf. BITTENCOURT, 1966).
- COLLIER, Richard [32]. The river that God forgot: the story of the Amazon rubber boom. Londres: Collins, 1968 [33].
- DEAN, Warren. A luta pela borracha no Brasil: um estudo de história ecológica. São Paulo: Nobel, 1989 [34].
- MELLO, Thiago de. Manaus, Amor e Memória. 2ª ed. Manaus: Suframa, 1984 (4ª. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1989).
- PEREIRA, Nunes. O sahiré e o marabaixo: tradições da Amazônia. Rio de Janeiro: Congresso Brasileiro do Folclore, 1951. (2ª ed. Recife: Fundação Joaquim Nabuco, Ed. Massangana, 1989; Série Estudos e Pesquisa, nº 64)[35] [36] [O Autor incluiu, em apêndice, as primeiras páginas de BITTENCOURT (1966), como incentivo à sua publicação integral, que efetivamente veio a acontecer em 1966, organizada por U.B, como também aconteceu na edição de BITTENCOURT (1973). Artigo de U.B. sobre o Autor pode ser lido no verbete "Nunes Pereira": representando a Academia Amazonense de Letras e o Governo do Estado do Amazonas, o historiador Bittencourt discursou no sepultamento de Nunes Pereira).
- SCHEINA, Robert L. Latin America's Wars: The Age of the Caudillo, 1791-1889, Volume I. Nova Iorque (EUA): Brassey's, 2003.
- SOUZA, Márcio [37]. Breve História da Amazônia. São Paulo: Ed. Marco Zero, 1994.
- SOUZA, Márcio [38]. Silvino Santos: o pioneiro do ciclo da borracha. Rio de Janeiro: Funarte, 1999.
- VILLAR, Valter Luciano Gonçalves. Configurações de brasilidade: uma leitura de Cacau, de - Jorge Amado e Safra, de Abguar Bastos (tese de Doutorado em Letras). Orientadora: Wilma Martins de Mendonça. João Pessoa: UFPB (Universidade Federal da Paraíba), 2009.
- WEINSTEIN, Barbara. The Amazon Rubber Boom, 1850-1920 [39]. Palo Alto, Califórnia (EUA): Universidade de Stanford, 1983.
Romances
- ARAUJO LIMA, Cláudio de [40] [41]. Coronel de barranco (romance), Rio de Janeiro: Ed. Civilização Brasileira, 1970 (2ª ed. - Manaus: Ed. Valer, Gov. do Est. do AM, 2003); Sinopse do romance: "Mathias Albuquerque, o protagonista do romance Coronel de Barranco é cúmplice inocente da operação de biopirataria das sementes das seringueiras do Amazonas, e testemunha ocular do plantio no Kew Garden de Londres e posterior cultivo em Cingapura. Após 30 anos na Europa, entre Londres e Paris, volta para o Amazonas, para trabalhar na fazenda “Fé em Deus”, na fronteira do Amazonas com a Bolívia, propriedade do ex-seringueiro cearense, coronel Cipriniano. Ali, no silêncio da floresta, ele tem notícias da queda da borracha, da gripe espanhola, do fim da Primeira Guerra Mundial e de outros fatos que acabaram por acelerar o desmoronamento da Manaus da belle èpoque e da economia da borracha. Política, mulheres, vazantes, cheias, casas aviadoras, seringueiros e exportadores são personagens [desse romance]. (...) “Coronel de Barranco” foi publicado em 1970 pela editora Civilização Brasileira. Cláudio de Araujo Lima [médico psiquiatra [42], tradutor [43] e romancista [44]] herdou do pai a vocação literária. Antes dele, em 1932, José Francisco de Araujo Lima [médico e sociólogo, ex-prefeito de Manaus [45]] publicou Amazônia – A Terra e o Homem, prefaciado por Tristão de Athayde".
- BAUM, Vicki [48]. A árvore que chora. Rio de Janeiro/Porto Alegre/São Paulo: Livraria do Globo, 1946 [1943, Kautschuk / Cahuchu, Strom der Tränen [49]; The Weeping Wood [50]; Le bois qui pleure [51]; El bosque que llora [52]; Det gråtande trädet [53] etc.]
- CASTRO, Ferreira de. A selva [54].
- MAIA, Álvaro [55]. Beiradão.
- MONTEIRO, Mário Ypiranga [56]. O espião do rei (novela).
- RIVERA, José Eustasio [57] [58] ("La historia de la Casa Arana, cuya criminal explotación de los indígenas de las caucheras, plasmó José Eustasio Rivera en su conocida novela, será siempre uno de los episodios más sórdidos e inhumanos de nuestra historia"). La voragine.
- SAMUEL, Rogel. O amante das amazonas [59].
- SAMUEL, Rogel. Teatro Amazonas [60].
- SOUZA, Márcio [61]. Galvez, o imperador do Acre.
- SOUZA, Márcio. Mad Maria [62] [63] [64].
- Jornalistas do Amazonas
- Cronistas do Brasil
- Prefeitos de Guarapuava
- Naturais de Manaus
- Historiadores do Amazonas
- Mortos em 1993"
(http://pt.wikipedia.org/wiki/Ulysses_Bittencourt)
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EM SEU ROMANCE TEATRO AMAZONAS
http://www.portalentretextos.com.br/colunas/cronica-de-sempre,189.html),
ROGEL SAMUEL CITA, COM DESTAQUE,
ADELELMO DO NASCIMENTO; ADIANTE
ESTÁ UMA SÍNTESE BIOGRÁFICA DO
MAESTRO ADELELMO DO NASCIMENTO,
ESCRITA POR MÁRCIO PÁSCOA:
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Série Memória: 140 total
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"Adelelmo do Nascimento ( Márcio Páscoa )
O local e a data de seu nascimento são incertos. As homenagens feitas pela Congregação do Gymnasio Amazonense, que servem de prefácio à publicação póstuma de seu método de ensino, dizem ter ele nascido na freguesia de Santana, Bahia, em 1852. Mas o historiador Guilherme Melo, no início do século, afirma que o músico baiano nasceu à rua dos Ossos, freguesia da Sé, no ano de 1848. Sua mãe chamava-se Felippa Gouveia de Portugal e o pai era o muito conhecido clarinetista José Francisco do Nascimento, de quem Adelelmo tomou as primeiras lições de música ainda em tenra idade.
Aos rudimentos de violino que lhe deu o pai, seguiram-se estudos com um professor de nome Isidoro e posteriormente com o insígne violinista italiano Giuseppe Baccigaluppi, genovês de origem, que havia atuado no Brasil em diversas ocasiões nas fileiras das orquestras de temporadas líricas e na regência de espetáculos do mesmo gênero. Baccigaluppi morou no Brasil por 20 anos, tempo em que, dentre as muitas atividades, implantou um novo método de ensino do seu instrumento, na função de professor da Sociedade de Belas Artes da Bahia.
Adelelmo do Nascimento, após concluir o curso primário, frequentou também o Liceu Provincial e mais adiante o colégio «Oito de Dezembro», onde fez os cursos preparatórios com vista ao curso superior de Farmácia, o que não chegou a realizar.
Seguiu os passos do pai, sucedendo-o na mestrança da capelania da Sé (cargo que coordena a atividade musical na igreja), mas foi dispensado pouco tempo depois. Começaram-lhe então dias difíceis, não só pela perda do emprego mas pela resistência movida contra si, pelos rivais e desafetos. Graças a seus amigos, passou a atuar na orquestra do Teatro São João, nas temporadas artísticas, onde chegou à condição de 1º violino e eventualmente à posição de regente. Numa dessas ocasiões, foi prestigiado pela companhia artística de Eva Carlani, que manteve-o na condição de maestro; era comum que as companhias trouxessem o seu próprio regente. O acontecido fortaleceu seu nome e sobreveio-lhe o convite de Carlos Gomes para dividir consigo a regência de «O Guarany», durante a temporada lírica de 1880 na capital baiana. A esta altura, Adelelmo do Nascimento já havia dividido o palco com o violinista virtuose cubano José White, que não poupara elogios ao baiano.
Seguiu-se outro convite, este decisivo em sua vida, para excursionar com a companhia lírica de Tomás Passini, nas funções de 1º Violino e 2º Regente, que o levou até Belém. Na capital paraense, em 1882, recebeu a proposta do diretor da Instrução Pública do Amazonas, Pedro Ayres Marinho, para transferir-se para Manaus e preencher a cadeira pública de ensino de música, matéria que tornava-se obrigatória no Amazonas, desde o ensino primário.
Terminadas as obrigações com a companhia lírica, veio então para o Amazonas dedicar-se ao projeto de ensino de música que movia o poder provincial. Adelelmo do Nascimento foi nomeado como professor da Escola Normal do Amazonas em 14 de julho de 1883 e ao mesmo tempo, ou mesmo um pouco antes, assumiu semelhante função no Instituto dos Educandos Artífices e no Gymnasio Amazonense, que nesta época dividia o seu prédio com a atividade da Escola Normal.
No Instituto dos Educandos Artífices, Adelelmo do Nascimento fez chegar uma seção inteira de instrumentos de cordas e de metal, deu continuidade à banda marcial que lá existia e organizou uma orquestra, sendo o maestro de ambas, mandando comprar também todos os acessórios e partituras necessários ao desenvolvimento do trabalho.
Estando o ensino de música no Amazonas amparado em legislação, provido em cadeiras específicas no ensino primário, médio e normal, e tendo à frente alguém capacitado e experiente como o baiano Adelelmo do Nascimento, não tardaram a aparecer os resultados. Os números da educação no Amazonas já o punham como um dos primeiros no país (e em alguns casos na primeira posição) e o ensino de música já formava novos valores para a carreira, como Lourival Muniz e Gentil Bittencourt, que chegaram a ir para a França aperfeiçoar-se em violino (o último foi bolsista do Estado do Amazonas). Estes e outros discípulos do baiano desempenhavam função nas fileiras das orquestras de companhias líricas que vieram ao Amazonas. O próprio Adelelmo do Nascimento voltou a ser spalla (1º violino) e regente substituto em algumas temporadas líricas, agora no Amazonas.
Ao se aposentar, em 1897, foi viver na França, onde morreu no ano seguinte. O número de discípulos que deixou no Amazonas só perdia para o de admiradores. Em Manacapuru havia mais de uma dezena de ex-alunos seus que mandaram rezar missa em sufrágio de sua alma. E em Manaus o número de alunos que se formaram pelas mãos de Adelelmo do Nascimento é até difícil de precisar; só no Gymnasio Amazonense (hoje Escola Pedro II) foram quase 400.
Um último reconhecimento ao seu trabalho foi em 1904, ano em que o Governo do Estado do Amazonas mandou imprimir o método que Adelelmo do Nascimento escreveu especialmente para as suas atividades no Gymnasio Amazonense e Escola Normal. Os originais, guardados na biblioteca do instituto ginasiano, ainda eram muito manuseados pelos alunos. A própria congregação da escola tomara a iniciativa da publicação, visto que dentre os docentes também havia alunos de Adelelmo do Nascimento.
Fontes:
1. Melo, Gulherme – A música no Brasil , Salvador, s.n. 1905
2. Páscoa, Márcio – A vida musical em Manaus na época da borracha (1850-1910), Manaus, Governo do Estado do Amazonas/Funarte, 1997.
3. Nascimento, Adelelmo do – Compêndio de Música elementar – Manaus, Governo do Estado do Amazonas, 1904.
4. Polyanthea, número único que o Gymnasio Amazonense fez publicar em homenagem a seu lente Adelelmo do Nascimento - 1898"
(http://www.bv.am.gov.br/portal/conteudo/serie_memoria/19_adelemo.php)
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