Um poema de Sully Prudhomme (1839-1907)
Por Cunha e Silva Filho Em: 02/08/2011, às 09H43
Um poema de Sully Prudhomme (1839-1907)
Un songe
Le laboureur m’a dit en songe: “Fais ton pain”;
Je ne te nourris plus: gratte la terra, et sème”.
Le tisserand m’a dit: Fais tes habits toi-même”
Et le maçon m’a dit: “Prends la truelle en main.”
Et seul, abandoné de tout le genre humain,
Don’t je traînais partout l’impacable anathème
Quand j’implorais du ciel une pitié suprême,
Je trouvais dês lions debout dans monchemi.
J’ouvris les yeux , doutant si l’aube était réele:
De hardis companagnons sifflaient sur leur échelle,
Les métiers bourdonnaient, les champs étaient semés.
Je connus mon bonheur, e qu’au monde où nous sommes
Nul ne peut se vaner de se passer des hommes;
Et depuis ce jour-là, je les ai tous aimés.
Um sonho
Em sonho me disse o lavrador; “Faze teu pão.
Não contes mais comigo.: cava a terra e semeia”.
Disse-me o tecelão: “Tua roupa, faze tu mesmo”.
E me disse o pedreiro: “Pega a colher de mão”.
Sozinho, abandonado por todo o gênero humano,
Cujo implacável anátema por toda a parte arrastava,
Ao suplicar aos céus pela piedade humana,
Diante do meu caminho leões, atentos, encontrei.
Os olhos abri, não crendo que fosse real a aurora.
Valentes operários de construção, em suas escadas, assobiavam.
A felicidade conheci, e mais, no mundo onde vivemos
Ninguém se gabar pode de ser melhor do que outrem.
Daquele dia em diante, a todos passei a amar.
(Trad. de Cunha e Silva Filho)