Um poema de Stéphane Mallarmé ((1842-1898)
Por Cunha e Silva Filho Em: 01/12/2011, às 09H36
Cantique de Saint Jean
Le soleil que sa halte
Surnaturelle exalte
Aussitôt redescend
Incandescent
Je sens comme aux vertèbres
S’éployer des ténèbres
Toutes dans un frisson
A l’unisson
Et ma tête surgie
Solitaire vigie
Par les vols triomphaux
De cette faux
Comme rupture franche
Plutôt refoule ou tranche
Les anciens désacords
Avec le corps
Qu’elle de jeûnes ivre
S’opiniâtrre à suivre
Em quelque bond hagard
Son pur regard
Là-haut ou la froidure
Solitaire n’endure
Que vous la surpassiez
Tous ô glaciers
Mais selon um baptême
Illuminée au même
Principe que m’élut
Penche um salut.
Cântico de São João
O sol que a altura
Sobrenatural exalta
Logo desce e volta
Incandescente
Sinto-me como se as vértebras
Se abrissem em trevas
Num calafrio
Único
Desponta a minha cabeça
Vigia solitária
Desta foice
Como ruptura transpõe
Antes reprime ou corta
Os antigos desacertos
Com o corpo
Que ela ébria de jejuns
Não ceda seguindo
Com algum salto insensato
Seu puro olhar
Lá nas alturas onde a friagem
Solitária não suporta
Que vós a ultrapasseis
Ó geleiras inteiras
Segundo, porém, um batismo
Iluminada pelo mesmo
Princípio que me escolheu
Se inclina numa saudação
Poésies)
(Trad. de Cunha e Silva Filho)