Um poema de Edmond Haraucourt ( 1856-1941)
Por Cunha e Silva Filho Em: 10/07/2012, às 07H48
Um poema de Edmond Haraucourt(1856-1941)*
RONDEL DE L’ADIEU**
Partir, c’est mourir um peu,
C’est mourir à ce qu’on aime:
On laisse um peu de soi-même
Dans toute heure et dans tout lieu.
C’est toujours de deuil d’un voeu,
Le dernier vers d’un poème:
Partir, c’est mourir un peu:
Et l’on part, et c’est un jeu,
Don’t, jusqu’à l’adieu suprème
C’est son âme que l’on sème,
Que l’on sème à chaque adieu:
Partir, c’est mourir um peu...
RONDEL DO ADEUS
Partir, morrer um pouco,
Morrer para o que amamos
De nós mesmos um pouco vai-se
A toda hora, em qualquer parte,
Dum voto, sempre um luto,
Do poema o verso derradeiro:
Partir, morrer um pouco:
Partimos, sim, parte de um jogo,
Do qual , até ao adeus supremo
Sua alma semeamos
E a cada adeus a semeamos:
Partir, morrer um pouco...
(Trad. de Cunha e Silva Filho)
* Dedico esta tradução ao meu falecido irmão, Emílio Carlos, ele mesmo cultor da poesia e da pintura.
** Poema musicado, em 1902, por Francesco Paolo Tosti.