Um poema de Anatole France ( 1844-1924)
Por Cunha e Silva Filho Em: 18/10/2010, às 21H56
La mort d’une libellule
Um jour que voyais ces sveltes demoiselles,
Comme nous les nommons, orgueil des calmes eaux,
Réjouissant l’air pur de l’éclat de leurs ailes,
Se fuir e se chercer par-dessous les roseaux,
Um enfant, l’oeil en feu, vint jusque dans la vase,
Pousser son filet vert, à travers les iris,
Sur une libellule; et le réseau de gaze
Emprisonna le vol de l’insecte surprise.
Le fin corsage vert fut percé d’une épingle;
Mais la frêle blessée, en un farouche effort
Se fit jour, et, prenant ce vol strident qui cingle,
Emporta vers les joncs son épingle e sa mort.
Il n’eût pas convenu que, sur une liève infame,
As beauté s’étalât aux yeux des écoliers:
Elle ouvrit pour mourir ses quatre ailes de flamme
Et son corps se sécha dans les joncs familiers.
A morte de uma libélula
Certa vez, vi essas esbeltas mocinhas,
Como as chamamos, orgulho das águas calmas,
Deliciando-se no ar puro do brilho de suas asas
Evadirem-se e se procurarem por sobre os caniços.
Uma criança, o olho afogueado, veio até ao vaso,
E, através dos íris uma rede verde, estender
Sobre uma libélula e a rede de gaze
Impedir do inseto surpreendido o vôo.
Foi, por um alfinete espetado, o fino corpinho verde;
Porém, a frágil criatura ferida,com um enorme esforço,
Alento recobrou e, alçando voo, estridente singrou,
Em direção aos juncos, levando o alfinete e a morte.
Sobre uma cortiça infame, não lhe convinha,
Aos olhos dos escolares, a beleza exibir:
Abriu, então, pra morrer, as quatro asas de chama
E, nos juncos familiares, o corpo secou.
(Tradução de Cunha e Silva Filho)