Celi Luz e Diego Mendes Sousa
Celi Luz e Diego Mendes Sousa

Um olhar sobre as rosas de Diego Mendes Sousa

 

 

Por Celi Luz

 

 

Diego Mendes Sousa nos oferece a obra Rosa numinosa (2022) que através de gestas, albas, nênias e outras formas de composições abrem suas pétalas líricas, para cantarem alguns acontecimentos marcantes. Por exemplo: um vento cortante com a invasão das areias que enterram casas, a migração, ou a figura paterna destituída de elogios, entre outros. Imagens belíssimas cantam a sua terra. A docilidade sempre presente nos seus versos livres não deixa escapar a tristeza do poeta, quando a sua terra não é bem cuidada. Há versos de reverência ao seu povo, de rememorações, versos feitos com espiritualidade e sonoridade. A beleza da rosa se estende à água: rosa de sal; se incorpora à mulher amada: uma rosa divina, e à sua Parnaíba. O sujeito poético também se integra com o seu

 

 “Mar grande / é também o meu amar bravo...”

do poema Prelúdio para mar grande.

 

No poema Rio:

“o rio / da minha geografia / de poeta antecipado / é barrento”.

 

No poema Malúrico, ele escreve

“meus restos meus excessos / os sopros os gestos / o aguar desesperado do mar!”.

 

Com elementos de conexão e uma linguagem clara que nos traz um vocabulário rico e instigante, Diego Mendes Sousa compõe belíssimas imagens e o ritmo dos poemas com os quais os leitores poderão se identificar por meio dos elementos universais e da emoção. Há muito para ser estudado sobre esta obra rica de símbolos e memórias.

Assim, talvez haja um canto de aboio, um grito, uma prece, um misto de alegria e dor que atravessam a alma do poeta cantador.

 

                                                         Rio de Janeiro (RJ), 31 de maio de 2022.

 

              Celi Luz

              Escritora

              Diretora Cultural da União Brasileira de Escritores do Rio de Janeiro (UBE RJ) - Sete livros publicados.