Jules Jouy, nascido em 1855 e falecido em 1897 em Paris, foi um dos mais famosos cançonetistas franceses, além de poeta e articulista de pensamento anarco-revolucionário, colocando sua pena sempre ao lado dos mais fracos e desvalidos. Dono de uma linguagem pessoal, virulenta, satírica, escrevia febrilmente e, apesar de morrer precocemente, deixou uma produção literária numerosa. Ao leitor preparei a seguinte tradução, na sua forma bilíngüe


LES PETITS JARDINIERS


Au fond de l' allée 
Douce et bien sablée,
Joyeuse assemblée;
Des petits blondins;
La mine sévère
Tout à leur affaire,
S’amusent à faire,
Dês petits jardins.

Route minuscule
Um chemin circule
Pres d’um monticule
Portant au sommet
Une Marguerite,
Fleur toute petite
Que la brise agite
Ainsi qu’un plumet.

Afin que ça pousse,
Chacun sur la mousse
Renverse l’eau douce
D’un bel arrosoir.
La besogne faite,
Mine satisfaite
On crie à tue-tête!
“Maman, vien s donc voir!”


OS PEQUENOS JARDINEIROS

Aos fundos da alameda,
Doce e bem arenosa,
Alegria geral;
Menininhos louros,
Com semblantes sérios
Concentrados na tarefa,
Se divertem na construção de
Pequeninos jardins.

Rota minúscula
Perto de um montículo
Circula um caminho
Carregando ao topo
Uma margarida,
Pequenita flor
Que a brisa balança
Que nem um penacho.

Para que a flor ao topo chegue
Cada uma dos menininhos, sobre o musgo,
Com um lindo regador,
Inverte d’água doce o curso.

Missão cumprida,
Olhares contentes,
Estridentes vozes:
“Mamãe, venha ver só o que fizemos!”