Calma
 
 
En  médio de la plaza y sobre tosca piedra,
el agua brota y brota. En el cercano huerto
eleva,  tras el muro  ceñido por la hiedra,
Alto ciprès la mancha de su ramaje yerto.
 
La tarde está cayendo frente a los caserones
De la ancha plaza, en sueños. Relucen las vidrieras
Com  ecos mortecinos de sol.  Em los balcones
Hay formas que parecen confusas calaveras,
 
La calma es infinita en la desierta plaza,
Donde pasea el alma su traza de alma em pena.
El agua brota y brota en la marmórea taza.
En todo el aire en sombra no más que el agua suena.
 
 
                   Silêncio
 
Sobre a áspera pedra no meio da praça
A água jorra  sem parar. No horto, perto,
Por trás do muro cercado pela erva
se avista altaneiro cipreste com sua sombra de ramagem  hirta.
 
Em sonhos   morre a tarde em frente dos casarões
da  larga praça. Rebrilham as vidraças
com  ecos de sol  esmaecidos. Nas varandas
formas há lembrando  indistintas  caveiras.
 
Na solitária praça, em abissal silêncio,
vagueia  a alma com seu vulto de alma aniquilada.
No tanque marmóreo, sem parar, a água  jorra
Lá fora, na penumbra, apenas a água o silêncio quebra.
 
                                                                                              (Trad. de Cunha e Silva Filho)