(Miguel Carqueija)

Enquanto houverem seres humanos na Terra, o nome de Walt Disney será lembrado


“THE ABSENT-MINDED PROFESSOR”, OBRA-PRIMA DE WALT DISNEY, COMPLETA 50 ANOS


    Mestre do cinema fantástico, o genial Walt Disney produziu, em 1961, uma verdadeira maravilha da comédia de ficção científica: “The absent-minded professor” é uma produção hilariante e primorosa, o grande momento do comediante Fred Mac Murray, marcou época e merece ser sempre lembrada.
    A comédia de situação é uma fórmula que, hoje, parece esgotada, desvirtuada pela decadência estética e artística de Hollywood, que no passado contou com tantos grandes cômicos. Entre os cineastas, Disney era um mestre do humor e tido mesmo como único e insuperável.
    “O professor distraído” — que passou nos cinemas brasileiros com o título absurdo de “O fantástico super-homem” — é um filme divertido e simpático do princípio ao fim, bem apropriado para toda a família assistir junta. Tudo gira em torno do excêntrico Professor Ned Brainard (Fred Mac Murray), que mora com seu cachorrinho esperto e peludo e mantém em casa um laboratório para as suas invenções. Um belo dia ele explode o laboratório, além de esquecer, pela terceira vez, do seu casamento. Isto lhe vale perder a noiva, Betsy (Nancy Olson) e fazer uma sensacional descoberta, a “flubber”, espécie de borracha voadora. Brainard começa a voar com o seu velho carro, um “modelo T”, e lida com uma complexa situação: impedir que o magnata Alonzo Hawks (Keenan Wynn), pai do aluno Biff Hawks (Tommy Kirk) execute as dívidas do Madfield College; obter o reconhecimento da invenção e reconquistar o coração de Betsy, tendo de enfrentar a rivalidade de outro professor, Shelby Ashton (Elliot Reid).
    Fred Mac Murray, que trabalhou em faroestes e em dramas como o notável “As chuvas de Ranchipur”, de Frank Ross (1955), era porém principalmente um excelente comediante. Alto, com cerca de 1,97 m, seu aspecto era bonachão e amável. Consta que o Capitão Marvel das velhas histórias em quadrinhos da minha infância tinha os traços baseados nele. Creio que “O professor distraído” e sua sequência “Son of flubber”, de 1963 (que se poderia traduzir como “O derivado da flubber” e no Brasil virou — outra deturpação escandalosa — “O fabuloso criador de encrencas”), foram os seus grandes momentos no cinema. Algumas cenas são totalmente impagáveis, como aquela em que, flutuando sobre o Capitólio e prestes a se tornar alvo dos mísseis de defesa anti-aérea, Brainard tenta convencer os militares que seu carro voador não é um UFO, e grita: “Eu sou um cidadão americano! Vejam! Meus cartões de crédito!”
    A comédia se baseia no conto “A situation of gravity”, de Samuel W. Taylor, também roteirista juntamente com Bill Walsh, que por sua vez assina como co-produtor. O diretor é Robert Stevenson. Após a morte de Walt Disney, o produtor Walsh e o diretor Stevenson assinarão, em 1969, outra comédia fantástica hilariante: “The love bug”, que lançou o fusca “Herbie”.