SOBRE A SUPERFÍCIE
Mas eu festejei este ano solitariamente os 49 anos de minha vida literária. O primeiro poema publiquei no 8 de fevereiro de l959, em O jornal de Manaus. Fiz versos como: “o vento/ o córrego entre as montanhas / a lua líquida / sobre a superfície”. Os lugares-comuns de sempre, ou seja, eu poetizei a "poesia" com os chavões conhecidos de que não me libertei até hoje.
 Sim, festejo silenciosamente os 49 anos de minha profissão de escritor. Não escrevo com tristeza, mas com certa vitória. Afinal, há quem não tenha tido isso de vida. Pois, como escreveu Nietzsche que vi citado num blog outro dia: “Temos a arte para não morrer da verdade”.
Continuo escrevendo. Tive até certas alegrias, como a de ontem, quando recebi um email da escritora Cyana Leahy, autora de ensaios, ficção, poesia, artigos, com livros publicados no Brasil e no exterior. Cyana Leahy é pianista, formada em Letras, Mestrado em Educação, Doutorado em Educação Literária pela Universidade de Londres, professora da Universidade Federal Fluminense, orientou dissertações de mestrado e teses de doutorado. Elogiada por críticos como Rose Marie Muraro, Olga Savary, Maria Helena Martins, Regina Zilberman, Marco Lucchesi (meu ex-aluno) e Luiz Fernando Py. Publicou livros, traduziu outros nove, ganhou prêmios no Brasil e na Inglaterra, recebeu por três anos o prêmio de pesquisa Overseas Research Award, outorgado pelos reitores das universidades inglesas a trabalhos acadêmicos relevantes. E foi Prêmio de Destaque Nacional e Internacional em Cultura, pela Câmara Municipal de Niterói. Seu trabalho está em:
http://www.cyanaleahy.com/
Pois bem, Cyana Leahy escreveu: “Rogel, você é apenas... o máximo! A visita ao cemitério é preciosa, deveria ser lida em escolas, faculdades de Letras, de História, de Produção Cultural, para desconstruir verdades impostas, sentimentos emprestados etc. e tal. Meus parabéns. É um presente receber sua coluna.
Grande abraço, Cyana.”
Vale!