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 Resenha do volume 6 do mangá "Pretty Guardian Sailor Moon" ou "Bishojo senshi Sailor Moon" (A linda guardiã Sailor Moon), de Naoko Takeushi (Kodansha, Tokyo, 1992, 2004; JBC, S. Paulo, 2014).

"Não importa o que venha, sei que vou superar. São as provações que vou ter que enfrentar... por ter nascido com o destino que carrego."
(Sailor Moon)

"Sejam quais forem os motivos, disseram claramente que não eram nossas aliadas. E se elas nos atacarem de novo... teremos de revidar."
(Sailor Vênus)


O volume 6 de "Sailor Moon" dá início à terceira fase da saga da Princesa da Lua Branca, correspondendo ao arco "S" do seriado de 1992-1997. Chegamos à parte mais polêmica na história da Guerreira do Amor e da Justiça.
"Sailor Moon", por certo, não é uma história para crianças, apesar de certa roupagem infantil própria de mangás e animês "shojo" e do aspecto mais infantil do seriado de animação em relação ao mangá. Dizem, aliás, que a nova série de animação, ora sendo produzida no Japão, "Sailor Moon Crystal", é mais próxima do mangá.
Nesta terceira fase acontecimentos muito misteriosos desconsertam Usagi e suas amigas. Estranhos monstros atacam em Tóquio. Pistas levam ao Colégio Mugen, no aterro da Baía de Tóquio, dirigido pelo controverso Professor Tomoe, que mantém um laboratório operado por bruxas. Duas guerreiras enigmáticas são vistas espreitando nos locais onde se registram ataques de monstros.
A descoberta de que existem duas sailors até então desconhecidas - Urano e Netuno (Haruka Tenou e Michiru Kaiou) - causa perplexidade entre Sailor Moon, as demais e Tuxedo Mask. Porém, Urano e Netuno não querem muita conversa com Usagi e sua equipe. Há um novo inimigo atacando a Terra - até aqui conhecidos como os "arautos da destruição", e relacionados com a distante Nebulosa Tau. Urano e Netuno sabem muita coisa do que está acontecendo, mas não querem revelar a Sailor Moon.
O caráter de Sailor Moon, que procura ver a todos com os olhos da bondade, agirá mais uma vez para conduzir a trama. Apesar da hostilidade demonstrada, Usagi recusa-se a ver inimigas nas duas novas sailors: "Tenho certeza de que não querem lutar contra a gente". E, como sempre, ela apostará em sua intuição.
Outro elemento complicador é a presença de Hotaru, a estranha filha do Professor Tomoe, que possui saúde frágil e um misterioso poder curativo, e com quem a pequena Chibiusa faz amizade.
Ainda mais um elemento importante aparece neste volume: o Santo Graal. Ele é anunciado como algo que, no futuro, pertencerá a Sailor Moon.
Das muitas lendas sobre o Cálice Sagrado - que, inclusive, faz parte da saga do Rei Arthur - a mais consistente o liga a Jesus Cristo. O Graal seria o cálice usado por Jesus na Última Ceia, e com ele, também, José de Arimatéia teria recolhido um pouco de seu sangue, na cruz.
Por aí se vê que o volume 6, com os episódios 27 a 30, traz mais incognitas que soluções. Tomoe, Hotaru, as novas sailors, o Graal, a anunciada "destruição", o Colégio Mugen, os "arautos da destruição", as seis bruxas - Sailor Moon tem um angú de caroço para destrinchar e continuar protegendo a humanidade. Já num dos primeiros choques com os novos inimigos, Sailor Moon derrota e mata, com seu "ataque espiral do coração lunar", a bruxa Eudial, uma das "cinco bruxas" comandadas por Kaolinite. Adversários mais fortes, porém, estarão no caminho da Princesa da Lua Branca.

imagem do seriado