Sábado, 30.04: Carlos Castelo no Círculo Literário Entretextos

A 25a. edição do Círculo Literário Virtual Entretextos, em 30.04.2022, traz como tema Palavrório, nova obra do cronista de humor, publicitário, compositor e ficcionista Carlos Castelo. A obra, que consiste em conjunto de poemas-piadas, terá panorama realizado pelo editor de Entretextos, Dílson Lages, e leituras dos escritores Carlos Evandro, Caio Negreiros, Halan Silva e Zemaria Pinto. O evento acontece às 17h, pelo Zoom.

Para participar de Leituras Compartilhadas de Palavrório de Carlos Castelo, acesse o endereço a partir das 16:50

Entrar na reunião Zoom

https://us02web.zoom.us/j/89697152223?pwd=Z0pwbmtjRnhvTjVhSlFJL0I1ZWhEQT09

ID da reunião: 896 9715 2223

Senha de acesso: 944973

SAIBA QUE É O ESCRITOR  CARLOS CASTELO

• Carlos Castelo nasceu em Teresina, no Piauí, em 18 de abril de 1958, mora em São Paulo desde 1961.

• Formou-se em Jornalismo pela Faculdade de Comunicação Social Cásper Líbero, Facasper/SP e ingressou no mercado publicitário.

• Atualmente é criativo na agência Publicis Brasil, sendo vencedor de cinco leões no Festival de Cannes de Propaganda e de quase todos os prêmios do Mercado brasileiro de publicidade.

• Assina a coluna Crônica por quilo no jornal O Estado de São Paulo e Palavrório, na revista Cult.

• É cronista no site Brasil 247.

• Colaborou com Playboy, Jornal da Tarde, Exame VIP, O Pasquim 21, O Planeta Diário e Caros Amigos.

• É cofundador do grupo de humor musical Língua de Trapo, que fez parte do movimento artístico ‘Vanguarda Paulista’ nos anos 1980.

• Nos anos 1990 participou como intérprete e compositor nos grupos musicais Os Bandalheiros, A Outra Banda do Língua e Avenida Brasil, que tinham como integrantes os cartunistas Paulo e Chico Caruso, o escritor Luís Fernando Verissimo e os cassetas Cláudio Paiva e Reinaldo Figueiredo. Ao lado deles fez apresentações no Salão de Humor de Piracicaba.

 

Livros lançados:

 

1. Aqui Jaz - O Livro dos Epitáfios - Editora Ática - 1996

2. Vizinho - O Pentelho Mora ao Lado - Nova Alexandria - 1998. 

3. O Caseiro do Presidente - Nova Alexandria - 2001

4. Guia de Sobrevivência no Brasil - Matrix - 2003

5. Casamento - A Favor ou Contra - Claridade - 2004

6. Faça Sexo Agora - Pergunte-me Como - Matrix - 2006.

7. Orações Insubordinadas - Ateliê Editorial - 2007

8. Damas Turcas - Global Editora - 2013

9. Caranguejo Bom de Bola - Terceiro Nome - 2014.

10. Clássicos de Mim Mesmo - Matrix - 2016.

11. Poesihahaha - Patuá – 2018

12. Crônica por quilo – Noir – 2019

13. Frases Desfeitas – Noir – 2019

14. Cacos – Microlux - 2021

15. Palavrório – Urutau - 2022

 

Apresentação do livro Poesihahaha (poemas), por Glauco Mattoso

 

"O auctor não perdeu a verve satyrica dos

tempos do saudoso jornalzinho humoristico

O MATRACA e do historico gruppo musi-comico Lingua de Trappo. Tempos em que a irreverencia desafiava a censura dictatorial e que admeaçam voltar.

Nos versos de POESIHAHAHA, Carlos Castelo mixtura lances autobiographicos a relances politicos, escatologicos, eroticos e bestialogicos. A espirituosidade do poema-piada, tão cara aos modernistas quanto aos marginaes septentistas, continua viva e esperneante ante a caretice

cyclica que nos assola volta e meia vamos

dar. Contra a ciranda funesta dos zumbis,

vampiros, bruxas e phantasmas, nada como o

lyrismo descompromissado com quaesquer

canones, ethicos ou estheticos. Lembrando

que brincando, brincando, ou sem querer querendo, se dizem as verdades, sejam pessoaes ou sociaes.”

Apresentação do livro O Caseiro do Presidente (crônicas), por Luis Fernando Verissimo

"Amigo meu brincava, dizendo que escrever era fácil. As letras estavam todas ali, no teclado da máquina de escrever (ainda era no tempo da máquina de escrever), bastava escolher as certas. Qual era o mistério?
De certa maneira, pode-se dizer o mesmo de crônicas brasileiras. O que não falta no Brasil é assunto para crônica. As crônicas estão prontas, só esperando para serem colhidas e postas no papel. Este é um país extremamente rico em absurdos, ridículos, contradições, misérias, falcatruas, horrores e dissabores - além de, claro, lirismo, beleza e humanidade - ou em tudo que
dá crônicas. Basta prospectar e escolher as boas. Qual é o mistério? E, no entanto, é sempre uma surpresa quando aparece alguém novo, com o dom raro - e misterioso - de acertar na sua escolha do tópico, do enfoque e
do tom, e transformar a nossa realidade em ótimas crônicas. Porque não é fácil. O cara precisa ser ao mesmo tempo garimpeiro e lapidador. Precisa detectar a joia e aproveitá-la com arte. Precisa saber que o Brasil já
fornece o exagero e o trabalho do cronista é só levar o exagero à sua conclusão lógica, ou ilógica.
Carlos Castelo é uma destas raridades.
E, ainda por cima, sabe como ninguém escolher as letras certas no teclado."

 

Apresentação do livro Cacos (microcontos), por Gregório Duvivier

 

“Cortázar dizia que o conto tinha que vencer por nocaute. O microconto, nessa metáfora, tem que vencer no tiro. Já não é boxe mas um duelo de faroeste. Castelo, exímio franco-atirador, se especializou nessa modalidade específica de literatura: se um romance é uma maratona, o microconto são cinquenta metros rasos. Carlos convoca todos os músculos da palavra pra chegar o mais rápido possível na linha de chegada. Tende-se a considerar este gênero mais fácil, por ser mais rápido. Mas é preciso muito tempo pra conseguir ser veloz. O atleta pode levar muitos anos pra chegar um segundo mais cedo. A crítica costuma preferir os romances longos, que conferem inteligência a quem lê. A narrativa curta, seja ela a crônica, o esquete ou o microconto, costuma ser tratada como frívolo divertimento. Mas se escrever é cortar palavras, como dizia Drummond, o microcontista é um vencedor – chegou no apogeu da sua arte. Pra trazer pra um esporte mais caro a nós, brasileiros – prometo que é a última metáfora esportiva – este livro que você tem em mãos só tem chute a gol. Carlos estuda há muitos anos a arte da bola parada e se tornou uma espécie de Juninho Pernambucano literário. Em meio-segundo a bola que estava no chão, de repente, estufa o filó da rede – e fica difícil entender como se operou o milagre do teletransporte. Nada pode sobrar, nem faltar. Muita força pode jogar a bola na arquibancada, força de menos pode jogá-la na barreira. Mas já estou me alongando: vamos agora aos gols do fantástico.”

 

Apresentação do livro Orações Insubordinadas (aforismos) pelo crítico Manuel da Costa Pinto

Desaforismos

“Máxima, sentença, adágio, apotegma. Esses termos meio vetustos servem para descrever um dos mais ilustres gêneros literários: o aforismo – ou seja, a frase curta, a tirada de espí- rito, cheia de agudeza e ironia. Dos epigramas de Marcial, na Antiguidade latina, às reflexões do Oráculo Manual do bar- roco Baltazar Gracián ou dos moralistas franceses (Pascal, La Bruyère, Chamfort), as formas breves criaram uma tradição que, durante o romantismo, com Novalis e Schlegel, virou “estética do fragmento”.

No Brasil, modernistas como Murilo Mendes (em O Discípulo de Emaús) e Aníbal Machado (em Cadernos de João) se revelaram aforistas de primeira linha, à altura dos maiores cultores do gênero, como o espanhol Ramón Gómez de la Serna, o austríaco Karl Kraus e o romeno Emil Cioran.

Aforismos mostram o avesso do avesso das coisas, são clichês em negativo, antídotos contra o senso comum e o pedantismo. Machado de Assis também enxergou o poder desconcertante das formas breves. Vários diálogos e comen- tários dos narradores de Dom Casmurro e Memórias Póstumas de Brás Cubas encerram frases cheias de bossa e paradoxo, que poderiam ser isoladas e lidas como sentenças escritas “com a pena da galhofa e a tinta da melancolia”.

E se hoje muitas das frases de Sêneca, Maquiavel e La Rochefoucauld servem de pretexto para ostentar erudição e desenvoltura social, nossos melhores aforistas são aqueles que rejeitam a machadiana “teoria do medalhão” (um saber postiço e vazio) e preferem a tirada sarcástica feita no calor da hora, a observação sobre situações concretas, revolvendo nosso ridículo e nossas pretensões.

É nesse time que joga o compositor, publicitário e escritor Carlos Castelo, autor deste Frases Desfeitas. Quem conhece o seu trabalho como letrista do conjunto Língua de Trapo (no qual assina as músicas como Carlos Melo) sabe que a esculhambação e o humor dessas letras estão cheias de menções que exigem ouvintes com um mínimo de repertório. Em Frases Desfeitas, a toada é a mesma, agora não mais tendo como pano de fundo o regime militar da época em que surgiu o Língua de Trapo.

Queria terminar essa apresentação com um aforismo clássico, o lema “castigat ridendo mores”, para dizer que o humor desse livro corrige nossos piores hábitos, fazendo rir deles – mas, aí, fiquei imaginando Castelo, incrédulo, franzindo a sobrancelha diante do latinório pomposo.

Afinal, o que o coloca no distinto rol de Millôr e Verissimo é justamente a linguagem desinflada, a piada desen- tranhada da fala da rua e da retórica oficialesca, em suma, o faro para o cômico e para as contradições do presente – satirizados na linguagem do presente. Se bem que, do jeito que a coisa vai, os temas de Frases Desfeitas tendem a se perpetuar – o que mostra que esses “desaforismos” tão atentos ao que é imediato têm tudo para continuar valendo por mais algumas décadas... “

Apresentação do livro Frases Desfeitas (aforismos), por José Roberto Torero.

“Geralmente estes textos sobre o autor são uma tremenda puxação de saco. Este não. Porque eu odeio Carlos Castelo.

E nem odeio por um motivo nobre, mas pelo mais torpe, baixo e vil: a inveja.

Eu não entendo como o cara consegue ser tão enxuto, tão resumido, tão sintético. Ele fala muito com muito pouco. É um paradoxo. Um Castelo minimalista.

Quer um resumo do consumismo, dos problemas gerados pela cobiça na sociedade moderna? Você pode ler uns 20 livros ou a frase “Quem tudo quer, nada zen”.

Quer debater sobre as diferenças entre prosa e poesia, assunto que já rendeu uma floresta em livros? Não precisa. Basta “Poesia é a prosa toda prosa”.

 

Conheci o trabalho do Castelo antes de saber que ele existia, porque gostava muito do Língua de Trapo. E algumas letras eram dele. Até hoje lembro quando escutei pela primeira vez o “Samba-enredo da TFP”. Quanta piada em tão pouco espaço! E piadas boas, não dessas que só podem ser escutadas uma vez.  Ah, inveja, inveja...

 

Nunca vi Carlos Castelo pessoalmente. E nem quero!

Imagine como deve ser péssimo discutir com ele numa mesa de bar. Por exemplo, vai que a discussão seja sobre o sentido da vida. Você põe a mão no queixo, cita Kierkegaard, Schopenhauer e Sócrates (o jogador), usa proparoxítonas e frases em latim, mas o sujeito esmigalha tudo com “Quem ri por último é o agente funerário”.

Ah, que raiva! Minha esperança é que este livro seja um fracasso. Se você está segurando um exemplar na livraria, deixe-o de lado agora!

Por favor...”

 

Links das colunas onde colabora:

 

O Estado de São Paulo - Crônica Por Quilo:

 

http://www.emais.estadao.com.br/blogs/cronica-por-quilo/

 

Cult – Palavrório

 

https://revistacult.uol.com.br/home/colunistas/carlos-castelo/

 

Brasil 247:

 

 https://www.brasil247.com/authors/carlos-castelo

 

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