Rosseane Murray
Em: 13/01/2013, às 21H06
Minha vida gira em torno dos livros que estou lendo, dos que estou escrevendo, dos meus leitores. Às vezes recebo presentes lindos pelo correio. Ganhei, faz algum tempo, duas fronhas bordadas com meus haicais. Uma toalha bordada com meu nome. É muito curioso , pois os dois presentes estão em contato comigo no meu cotidiano.
Às vezes algum leitor ou leitora vem me conhecer, como a Mariana que agora está aqui em casa. Ela trouxe seu exemplar do Classificados Poéticos que era a sua paixão quando tinha oito anos.
A relação do autor com o editor não é a mesma que o autor tem com seus leitores. Esta semana uma editora recusou um original meu dizendo que este ano a editora vai publicar apenas obras com um viés de cultura popular e sua matriz. Não sei o nome disso e tenho medo. É alguma orientação ideológica? O que escrevo é humano e universal, qualquer um entende, qualquer um se emociona. Vou ter que escrever cordel, trovas populares?
Às vezes o autor dá sorte e o editor também é um leitor que gosta de verdade da sua obra, independente do fato de o governo comprar ou não. As pessoas me pedem ajuda para publicar, mas infelizmente não posso ajudar, o mundo editorial é difícil. A relação entre o autor e o editor muitas vezes é estranha.
Em 1990, fui receber um prêmio em Garibaldi. Uma mulher que estava na plateia veio falar comigo no final e me disse que sua filha de 8 anos queria me conhecer. Ela havia tido uma paralisia temporária e um poema do Classificados Poéticos havia sido a sua força. Fui até a sua casa conhecê-la , ela era tímida e me entregou uma cartinha. Ela me dizia: "você é a poetisa das crianças. Nunca deixe de escrever ".
Rosseane Murray via facebook