Rio Cururupe

 

Aleilton Fonseca 


Rio que sai do ventre das pedras, 
e viaja nas veias verdes, vegetais
do entorno dos séculos, das eras,
...
 cerne vivo de cantos imemoriais. 

Um corpo de prantos a deslizar 
no leito de mangues e de areias,
que se entrega às ondas do mar
nos encontros das marés cheias.

Águas de ferro, recantos ínvios,
suor e sangue, lamento a velar
as almas heróicas de seus índios,
filhos da terra, povo Tupinambá.

Eu mergulho no seio de tuas águas 
que a voz do mar chama e vaticina,
lavo em teu lenço minhas lágrimas,
te busco e te abraço, sigo a tua sina.