A cidade de Boston na manhã desta terça-feira (16) estava mergulhada em dor e raiva pelos três mortos e mais de 170 feridos deixados pelos ataques da véspera durante uma famosa Maratona anual. No incidente da segunda-feira (15) os médicos que socorreram as vítimas disseram que muitas delas perderam membros na explosão e que alguns precisaram ser amputados no local.
As autoridades da cidade anunciaram que será fornecido suporte psicológico nas escolas e para os corredores que precisarem de assistência após os ataques.
Enquanto isso, a linha de chegada da maratona continua isolada e a polícia montou um forte esquema de segurança na rua principal e em toda a cidade. A ação incluiu o fechamento de estações de metrô e revistas policiais nos trens e ônibus.
Brasileira está entre feridos em explosões na Maratona de Boston
Polícia inicia caçada aos responsáveis por explosões na Maratona de Boston
A polícia indicou que a segurança reforçada será mantida por vários dias. Vários locais turísticos importantes foram fechados e eventos esportivos foram cancelados. A partida de basquete disputada entre Boston Celtics e Indiana Pacers, que seria diputada na terça-feira, foi cancelada devido à tragédia.
As autoridades buscam pistas em Boylston Street, uma rua que continua fechada cheia de cacos de vidro da explosão de duas bombas, e varrida pelo vento frio de primavera nesta cidade.
Nesta terça-feira, cerca de 27 mil corredores se aproximaram o máximo que puderam da linha de chegada para prestar homenagem às vítimas e suas famílias. "Vou deixar a cidade hoje, mas tive que voltar aqui", disse Lea Elliasson, de 55 anos, que veio da Suécia para participar da 117º edição da maratona.
"Terminei o percurso 15 minutos antes dos atentados, eu sei que tenho sorte", declarou esta mulher, que correu para arrecadar fundos para pessoas com deficiência em sua cidade.
Boston lamentou particularmente pela família de Richard Martin, de oito anos, que morreu nas explosões, enquanto esperava para ver seu pai cruzar a linha de chegada. A irmã do menino, de seis anos, perdeu uma das pernas no ataque, e sua mãe também ficou gravemente ferida, segundo a imprensa local. Uma vela foi deixada nos degraus da casa da família, no bairro de Dorchester, e a palavra "paz" foi escrita em giz na rua.
Outras histórias trágicas vieram à tona enquanto os médicos relatavam a destruição causada por metais e pregos que as bombas continham.
Liz Norden, mãe de cinco filhos, contou ao Boston Globe que dois deles perderam uma perna. Ambos tinham ido para a Boylston Street para ver um amigo terminar a prova. Norden recebeu um telefonema de um de seus filhos da ambulância que o levava junto com seu irmão para um hospital. Ele disse que estava 'gravemente ferido'."
(http://noticias.r7.com/internacional/medicos-de-boston-tiveram-que-amputar-membros-de-feridos-no-meio-da-rua-16042013)
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"Número de feridos em atentado em Boston sobe para 176; 17 estão em estado crítico
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16.abr.2013 - Policial guarda as ruas Boylston e Arlington, em Boston, onde ocorreu a maratona de Boston. A segurança na cidade foi reforçada após as explosões que causaram três mortes e deixaram 176 feridos Darren McCollester
As autoridades dos Estados Unidos elevaram, nesta terça-feira (16), para 176 o número de feridos nas duas explosões ocorridas ontem na Maratona de Boston. Do total, 17 estão em estado grave. Pelo menos três pessoas morreram.
"Neste momento, 176 pessoas foram atendidas nos hospitais da região (...) 17 dessas pessoas estão em estado crítico, além dos três mortos", afirmou Ed Davis, comissário da polícia de Boston.
O governador de Massachusetts, Deval Patrick, confirmou que foram utilizadas duas bombas no ataque. Informações desencontradas diziam que outros dois artefatos que não explodiram haviam sido encontrados na região do atentado.
"É importante esclarecer que dois e somente dois artefatos explosivos foram encontrados na região. O resto de pacotes que foram analisados não eram artefatos que não explodiram", afirmou Patrick.
VÍDEO MOSTRA MOMENTO DA EXPLOSÃO NA MARATONA DE BOSTON
O FBI (a polícia federal norte-americana) informou que está recolhendo provas no local do atentado. As autoridades pediram para que as pessoas enviem fotos e vídeos feitos no local que possam ajudar nas investigações.
"Deve haver centenas, senão milhares, de fotografias e vídeos que foram feitos na linha de chagada ontem", disse Timothy Alben, superintendente da polícia de Massachusetts.
"Podem pensar que [as fotos e vídeo] não têm importância, mas podem ter valor nesta investigação", disse.
Obama fala em ato de terror
O presidente norte-americano Barack Obama declarou que os ataques foram um "ato de terror" e que as autoridades ainda não sabem os autores nem a motivação do crime.
"O FBI está investigando isso como um ato de terror. Não sabemos quem realizou esse ataque, não sabemos se foi um grupo estrangeiro ou doméstico ou se foi ação de um indivíduo", disse o mandatário, em pronunciamento transmitido pela televisão.
"Cada vez que são usadas bombas contra civis inocentes, trata-se de um ato de terrorismo", afirmou o presidente. "Este foi um ato atroz e covarde."
FBI faz buscas
Entre a noite e madrugada de ontem, o FBI passou cerca de nove horas em um apartamento atrás de provas que poderiam esclarecer a origem dos ataques.
Os policiais chegaram por volta das 17h (18h no horário de Brasília) de segunda-feira (15) e deixaram o lugar na madrugada desta terça-feira (16), por volta das 2h15 (3h15 em Brasília).
Os investigadores saíram do prédio com três grandes sacos plásticos com o material que foi apreendido. Não se sabe o que havia dentro das sacolas.
Dois homens que se identificaram como sauditas e circulavam pelo prédio foram abordados pelos policiais, mas ninguém chegou a ser preso.
DUAS BOMBAS EXPLODEM DURANTE MARATONA DE BOSTON, NOS EUA