0

 PSYCHO PASS 11: O PIOR DIA NA VIDA DA INSPETORA AKANE
Miguel Carqueija


A tremenda batalha no interior do túnel abandonado do metrô termina de forma trágica, num dos mais realistas e exemplares episódios de um seriado televisivo de animação. O psicopata assassino Seneuji Toyohisa acaba sendo morto pelo coator Kogami Shinya, que, tendo recebido vários balaços de espingarda, fica entre a vida e a morte. Prosseguindo sozinha a caçada, tendo deixado o outro justiceiro, Masaoka, aplicando com a ajuda de um drone os primeiros socorros a Kogami, a heroica Inspetora Tsunemori Akane alcança o monstro assassino Makishima Shougo, que ainda mantem prisioneira a jovem Funahara Yuki, amiga de infância da detetive. E é então que Akane sofre a mais desagradável surpresa de sua vida, pois as repetidas tentativas de abater o debochado Makishima com a dominator fracassam. Incrivelmente, Makishima tem a sua mente imune à leitura do Sistema Sybila, que não consegue ler o seu coeficiente criminal. A arma dominator, que funciona conectada ao sistema, recusa atirar. Makishima, do ponto mais alto onde se encontrava com Yuki algemada, desafia Akane a esquecer o sistema e matá-lo com uma arma de balas normais, e lhe atira a espingarda deixada pelo falecido empresário assassino e ciborgue Seneuji. Akane até tenta – mas não sendo treinada em armas primitivas, erra os tiros.

Resenha do episódio 11 – Ceia do Santo - do animê “Psycho Pass”, produzido por Koji Yamamoto e outros, e dirigido por Katsuyuki Motohiro – Production I.G., Japão, 2012-2013.


“Não fique se achando. Você é só um criminoso!”
(Tsunemori Akane para Makishima Shougo)

“Vocês não podem julgar meus pecados. Se há alguém capaz de me julgar, seria alguém capaz de matar por vontade própria.”
(Makishima Shougo para Tsunemori Akane)

O décimo primeiro episódio de Psycho Pass é um a obra-prima “noir” passada no ambiente claustrofóbico de uma linha abandonada de metrô, onde finalmente ocorre o primeiro contato direto entre a Inspetora Tsunemori Akane e o monstruoso vilão albino Makishima Shougo, um “serial killer” que descobre e manipula outros assassinos em potencial e lhes fornece as condições para matarem vítimas inocentes. O embate no túnel do metrô é dramático, com a equipe policial se dividindo, Ginoza seguindo por um caminho com Kagari e Kunizuka, Akane com Masaoka, na tentativa de salvar Kogami, que se encontra mais além, encurralado pelo ciborgue assassino Seneuji Toiohisa. A cenografia do desenho é perfeita, dando ao episódio um clima de terror pelas sombras, pela penumbra do local imenso mas fechado, a correria de Akane, que, íntegra, reta e destemida, pensa apenas em fazer triunfar a justiça e resgatar pessoas a quem ela ama; a expressão fisionômica da nobre policial, inteiramente concentrada em cumprir o seu dever, pouco se importando com sua própria segurança; a sua frustração em não ter podido salvar Yuki de ser morta a golpe de navalha; em suma, o fato capital de que a heroína e o vilão já se conhecem, já tiveram seu primeiro confronto, e a terrível revelação de que Makishima é imune à detecção de coeficiente criminal, como existem pessoas imunes ao detector de mentiras.
Desse modo, a eliminação de Seneuji não foi vitória suficiente, pois este era um vilão secundário. O criminoso maior continua livre e agindo.
A guerra se intensifica. Kogami, por sua vez, já sabe quem é Makishima, já sabe que está lidando com o matador de seu colega Sasayama, três anos atrás.
Abre-se uma grande questão na trama. Quem irá chegar primeiro a Makishima: a irrepreensível Inspetora Tsunemori Akane, que com toda a sua revolta pessoal faz questão de agir de acordo com a lei, ou o justiceiro Kogami Shinya, que está se lixando para a lei e pretende lidar a seu modo com o assassino?


imagem da série: Akane e Kogami