[Flávio Bittencourt]

Poema de Dom Marcos Barbosa

Flor de pedra e de prece na colina, / lugar alto de paz e de silêncio, / onde a cidade pára de repente / e se ajoelha no chão de antigos túmulos.

 

 

  

 

 

 

 

 

 

"DOM MARCOS TRADUZIU PARA A LÍNGUA PORTUGUESA O IMORTAL BEST SELLER O PEQUENO PRÍNCIPE, DO ESCRITOR, EX-PILOTO-DA-AVIAÇÃO-COMERCIAL-REGULAR, PILOTO MILITAR E POETA COMANDANTE ANTOINE DE SAINT-EXUPÉRY '

(COLUNA "Recontando estórias do domínio público")

 

  

 

 

 

 

Minha Coleção do Pequeno Príncipe

 

 

 

 

 

 

 

 

  

 

 

REPRODUÇÃO DE IMAGENS DE CAPAS DE TRADUÇÕES

DE O PEQUENO PRÍNCIPE, DA BIBLIOTECA DO 

SERVIDOR PÚBLICO E BLOGUEIRO

JOSÉ MARCOS RAMOS

(http://pequenopricipe.blogspot.com/2009_05_01_archive.html)

 

 

 

 

 

Ê o Pequeno Príncipe que nos faz um sinal ao subir ao céu! 'E quando eu levantar voo em meu novo aparelho, a multidão exclamará: Viva Antoine de Saint-Exupéry'

 

(LUC ESTANG, Saint-Exupéry par luimême [SAINT-EXUPÉRY POR ELE MESMO, Éditions du Seuil, Paris, 1956, p. 188])

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

DOM MARCOS

(http://pequenopricipe.blogspot.com/2009_05_01_archive.html)

 

 

 

 

 

 

"Quarta-feira, 30 de junho de 2010

110 ANOS DO SENHOR DAS AREIAS

 
O SENHOR DAS AREIAS


Assim o chamavam os mouros de Cap Juby, no Rio de Oro: O “senhor, das areias”, príncipe do deserto, corajoso, cavalheiresco e cortês. Mas de muitas outras, maneiras poderia ser chamado, inclusive de poeta do céu, esse homem nascido em 29 de junho de 1900 em Lido, na França, com o nome de Antoine Marie Roger de Saint-Exupéry terceiro filho do Conde Jean de Saint-Exupéry e de Marie de Fonscolombe e que aos 12 anos já escrevia versos como este em louvor das máquinas de voar: “Les ailes ƒrémissaient sous le souƒƒle du soir" (Asas ƒremiam à brisa do crepúsculo). Apaixonado desde a infância pela mecânica, Saint-Exupéry estudou a principio no colégio jesuíta de Notre-Dame de Saint-Croix, em Mans, de 1909 a 1914. Neste ano da Primeira Guerra Mundial, juntamente com seu irmão François, transfere-se para o colégio dos Maristas, em Friburgo, na Suiça, onde permanece até 1917. Quatro anos mais tarde, em abril de 1921, Saint-Exupéry inicia o serviço militar no 2º Regimento de Aviação de Estrasburgo, depois de reprovado nos exames para admissão na Escola Naval. A 17 de junho, obtém em Rabat, para onde fora mandado, o breve de piloto civil. No ano seguinte, 1922, já é piloto militar brevetado, com o posto de subtenente da reserva. Em 1926, recomendado por um amigo, o Abade Sudour, é admitido na Sociedade Latécoère de Aviação, onde começa então sua carreira de piloto de linha, voando entre Toulouse, Casa blanca e Dacar, na mesma equipe dos pioneiros Vacher, Mermoz, Guillaumet e outros. Foi por essa época, quando chefiou o posto de Cap Juby, que os mouros lhe deram o cognome de senhor das areias. Mas a aviação não era tudo para Saint-Exupéry. Havia nele, ainda, a poderosa vocação de um grande escritor, que então se fez presente com o primeiro livro publicado “Courrier Sud”, de 1928, escrito aliás sob o sol dos desertos africanos. Mas a vida de um piloto de linha não admitia lugares estáveis e, já em 1929, vamos encontrar Saint-Exupéry em Buenos Aires, novamente ao lado de Mermoz e Guillaumet, sobrevoando os Andes e olhando do céu a terra dos homens.

 
No ano seguinte, 1930, Saint-Exupéry escreve Vol de nuít, publicado em 1931 com prefácio de André Gide e laureado com oi Prêmio Femina. De 1930 a 1939, Saint-Exupéry prossegue em suas atividades de piloto e escritor, inclusive como repórter na guerra civil espanhola. E em 1939, às portas da Segunda Guerra Mundial, surge enfim seu famoso livro Terra dos Homens, que conquista o Grande Prêmio de Romance da Academia Francesa e, traduzido para o inglês, torna-se de imediato um best-seller. Mas a guerra chamava o poeta-soldado, e o Capitão Saint-Eaupéry foi mobilizado e designado para o ensino técnico. Não lhe agradava entretanto esse posto quase burocrático e, por isso mesmo, Saint-Exupéry, depois de muito pedir, e contra o parecer médico, conseguiu ser destacado para um grupo de reconhecimento aéreo. Era a guerra! Mas o veterano “príncipe do deserto" nem por isso deixa de escrever. Seu Piloto de Guerra, de 1942, escrito em Nova Iorque após a derrocada fulminante da França, torna-se outro best-seller, e, embora proibido de circular em território ocupado pelos alemães, sua difusão ali em língua inglesa é maior talvez do que o seria na língua original.

 
Em 1943, graças ao pedido de um filho de Roosevelt, Saint-Exupéry volta à luta. Os regulamentos militares são revogados e o piloto de 44 anos incorpora-se a um grupo americano de reconhecimento, embora obrigado a duro treinamento para que possa comandar os aviões então em uso. Transferido para a Sardenha, Saint-Exupéry realiza várias missões de reconhecimento sobre território francês e, numa delas, por aterrissagem imperfeita, vê-se novamente afastado do serviço de voo. Em Argel, para onde se retira, Saint-Exupéry divide o tempo entre a matemática e os manuscritos da Citadelle, até que o Coronel Chassin consiga mais uma vez o seu retorno à atividade aérea. Novos voos de treinamento e muita insistência junto ao comando americano dão a Saint-Exupéry outra chance. Promovido a comandante, Saint-Exupéry está limitado a cinco missões. Seu fim, entretanto, está próximo.

 
Transferido para a Córsega, em julho de 1944, o poeta do céu excede o limite de missões que lhe ƒora confiado, e insiste com seus superiores para que o deixem continuar na luta. “Que sou eu, se não participo?" E a 31 de julho, arrancando da pista às 8,30 da manhã, na sua nova missão, Saint-Exupéry não regressa à base. Sua guerra estava terminada e o “príncipe do deserto” mergulha para sempre no oceano.

 
Mas, se desaparecia o audacioso piloto, o escritor não interrompe sua jornada de glória, e ai estão seus livros para torna-lo dia a dia redivivo. Merecem transcrição estas palavras de Luc Estang, em Saint-Exupéry par luimême (Éditions du Seuil, Paris, 1956, pág. 188): “Ê o Pequeno Príncipe que nos faz um sinal ao subir ao céu! 'E quando eu levantar voo em meu novo aparelho, a multidão exclamará: Viva Antoine de Saint-Exupéry' E se for para não mais voltar? Viva assim mesmo Antoine de Saint-Exupéry! Nem o céu nem o mar tragaram o 'essencial'; legado em penhor de amizade humana, um sorriso perdura sobre a terra dos homens.”

 
 

 

 

 

 

 

 

23.4.2011 - O grande escritor católico Alceu Amoroso Lima recebeu, em 23.5.1980, Dom Marcos Barbosa [O TRADUTOR BRASILEIRO DE O PEQUENO PRÍNCIPE] na Academia Brasileira de Letras - O monge beneditino Dom Marcos Barbosa, do Mosteiro de São Bento do Rio de Janeiro, nasceu na cidade de Cristina-MG, em 12.9.1915 e faleceu no Rio de Janeiro-RJ, em 5.3.1997.  F. A. L. Bittencourt ([email protected])

 

 

 

 

A IGREJA DO MOSTEIRO

                       DOM MARCOS BARBOSA

Flor de pedra e de prece na colina,
lugar alto de paz e de silêncio,
onde a cidade pára de repente
e se ajoelha no chão de antigos túmulos.

Floresta de ouro a nave, onde as cigarras,
até juntar-se um dia ao pó do claustro,
misturam sete vezes suas vozes
à orquestração dos sinos e do órgão.

Caverna de Aladino que oferece
aos mais pobres que entrem seus tesouros,
mel correndo dos favos esculpidos.

Palpitam na penumbra asas de arcanjo,
bispos e reis na talha abrem seus braços,
e a Virgem, do seu trono, entrega o Filho...

 

(http://www.jornaldepoesia.jor.br/mbarbosa.html#mosteiro)

 

 

 

 

 

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"Dom Marcos Barbosa

Dom Marcos Barbosa (nome civil: Lauro de Araújo Barbosa), sacerdote e monge beneditino, poeta e tradutor, nasceu em Cristina, MG, em 12 de setembro de 1915, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 5 de março de 1997. Eleito em 20 de março de 1980 para a Cadeira n. 15, na sucessão de Odylo Costa, filho, foi recebido em 23 de maio de 1980, pelo acadêmico Alceu Amoroso Lima.

Após o ginásio em Itajubá, matriculou-se, em 1934, na Faculdade Nacional de Direito do Rio de Janeiro, tendo participado então da Ação Universitária Católica e do Centro Dom Vital, quando travou conhecimento com Alceu Amoroso Lima, de quem se tornou secretário particular. Na mesma época, entrou em contato com o Mosteiro de São Bento, onde ingressou com vários universitários em 1940, interrompendo o Curso de Letras Clássicas, que começara ao terminar o de Direito. No Mosteiro, onde foi ordenado sacerdote em 1946, foi retomando aos poucos a vocação de escritor, pois já publicara antes crônicas e poemas não só em A Ordem e Vida, revistas de que foi redator, como ainda em O Jornal e na Revista do Brasil. Após uma breve passagem pelas rádios Cruzeiro e Mayrink Veiga, manteve de 1959 a 1993, na Rádio Jornal do Brasil, o programa Encontro Marcado, que ia ao ar diariamente às 18 horas. Em seguida, esse programa passou a ser transmitido pelas rádios Carioca-AM e Catedral-FM, também diariamente. Colaborou todas as quintas-feiras no Jornal do Brasil.

Dom Marcos, ingressando no mosteiro após ter publicado alguns poemas e artigos, julgava ter renunciado à vocação literária, que veio no entanto a desabrochar de novo em autos e poemas escritos para determinadas ocasiões e depois reunidos em livro. Um desses poemas, “O Varredor” (“Varredor que varres a rua, / tu varres o Reino de Deus.”), foi muito divulgado pela Ação Católica, à qual pertencia ainda como estudante. Outro poema seu, “Cântico de Núpcias”, teria igual repercussão, lido hoje em celebrações de casamento, inclusive por alguns juízes de paz, e até mesmo em novelas de televisão. Inovou a oratória sacra, pelo estilo manso e poético dos seus sermões.

Obteve os dois primeiros lugares no concurso para a letra do Hino do XXXVI Congresso Eucarístico Internacional realizado no Rio de Janeiro em 1955, como também fez parte da equipe de tradutores de textos litúrgicos da Conferência Nacional dos Bispos. Traduziu também, além de obras de Paul Claudel e François Mauriac, três livros que se tornaram famosos, na verdade mais para adultos do que para crianças: O pequeno príncipe, O menino do dedo verde e Marcelino pão e vinho. Integrou por vários anos o Conselho Federal de Cultura. Foi escolhido para saudar em nome dos intelectuais o Papa João Paulo II em sua primeira viagem ao Brasil. Sucedeu a Otávio de Faria no Pen Clube, em 15 de outubro de 1981, tendo sido saudado por Antonio Carlos Villaça. Ocupou na Academia Brasileira de Artes a vaga de Alceu Amoroso Lima, tendo sido recebido por Marcos Almir Madeira em 12 de setembro de 1985. Recebeu o Prêmio de Poesia do Pen Clube do Brasil (1986); agraciado, em 7 de junho de 1990, com a condecoração de Chévalier des Arts et des Lettres, concedida pela República Francesa e recebeu, em 1995, o Prêmio São Sebastião de Cultura da Arquidiocese do Rio de Janeiro, como Personalidade do Ano.

Obras: Teatro (1947); Livro do peregrino, XXXVI Congresso Eucarístico Internacional (1955); A noite será como o dia: autos de Natal (1959); O livro da família cristã (1960); Poemas do Reino de Deus (1961); Mãe nossa, que estais no céu (s.d.); Para a noite de Natal: poemas, autos e diálogos (1963); Para preparar e celebrar a Páscoa: autos, diálogos e fogo cênico (1964); Eis que vem o Senhor (1967); O livro de Tobias (1968); Oratório e vitral de São Cristóvão (1969); Manifestações de autonomia literária: A Escola Mineira e outros movimentos. In: História da Cultura Brasileira (2 vols., 1973-76); Um menino nos foi dado, org. de Lúcia Benedetti. In: Teatro infantil (1974); A arte sacra (1976); Nossos amigos, os Santos (1985); Congonhas, Bíblia de cedro e de pedra, e co-autoria com Hugo Leal (1987); Um encontro com Deus: Teologia para leigos (1991); As vinte e seis andorinhas (1991); Poemas para crianças e alguns adultos (1994).

Fonte: http://www.academia.org.br/".

(http://www.jornaldepoesia.jor.br/mbarbosa.html#biografia