Pe. Nonato Pinheiro

Pe. Nonato Pinheiro

Rogel Samuel

Li no excelente Blog do Coronel, de Roberto Mendonça, que o Pe. Nonato morreu num cubículo, “morreu em 7 de dezembro de 1994, em um cubículo no subsolo de um hotel, situado na avenida Joaquim Nabuco, em Manaus, abandonado, solitário, cercado apenas de livros aos quais tratou com estima e apreço”.

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Ele era um homem ilustre, quando o conheci, sempre elegante na sua batina, e frequentava a mais culta sociedade de Manaus. Respeitadíssimo.

Foi professor de latim de minha mãe. Ele gostava muito de minha mãe, porque ela se chamava Stella, e ele logo a mandava declinar o substantivo.

Amigo de Álvaro Maia e outras personalidades, certa vez o encontrei no gabinete de Genesino Braga, na Biblioteca Pública. Genesino me apresentou e apertamos as mãos. Naquele momento pude ver como ele ela uma pessoa frágil. Suas mãos tremiam. Ainda que jovem, uns 40 anos talvez, o rosto marcado pelo sofrimento, aquela arrogância era uma capa protetora, tinha toda uma sociedade contra si, difamado que era.

O melhor prosador de sua época, seus escritos estão perdidos nos jornais de Manaus. Inteligentíssimo, muito culto, memória fotográfica, dia virá em que seus artigos serão editados em livro.

O melhor de sua prosa está espalhado em jornais e revistas e nas colunas que assinou.

Fui aluno de sua mãe, Diana Pinheiro, naquele casarão da vinte e quatro de maio.

E fui seu leitor assíduo.