Miguel Carqueija    

Para os cristãos, que habitualmente amam os estudos, é tranquilo que, quanto mais a Ciência avança, mais desvenda as maravilhas de Deus. É uma rematada tolice, pretender que as descobertas científicas, revelando segredos da intimidade da matéria e da energia, até há pouco insondáveis, possam abalar a Fé dos crentes. Pois, se tudo isso apenas nos vai revelando mais da Criação Divina!

     E chega a ser engraçado como os ateus militantes, em grande atividade nos dias atuais, insistem teimosamente em argumentos que, pela incoerência, conseguem  ser ridículos.

     Se trocarmos em miúdos os argumentos ateístas, todo aquele jogo de palavras por vezes com sofisticados jargões, veremos que ao tentar prescindir do Criador para explicar a existência do Universo, limitam-se a três hipóteses igualmente absurdas:

     Primeira: o Universo criou a si mesmo. Ora, para isso teria este Universo de entrar numa máquina do tempo, viajar para um passado quando ainda não existia e realizar ali o seu ato de auto-criação. Já se vê, não estamos falando sério.

     Segunda: o Nada criou o Universo. Aqui a inicial maiúscula é necessária, pois esse "Nada" é um ser divino... Ora, o "nada" é um ente sem existência objetiva, não podendo criar coisa alguma.

     Terceira: o Universo sempre existiu, é eterno, prescindindo portanto de um criador. Aí, é preciso entender que o Universo é composto de partes, nenhuma das quais possui em si a razão de ser da sua existência. São seres contingentes, enquanto Deus, que não é feito de partes, é o Ser Necessário por excelência, sendo eterno em sua natureza. É isso que os ateus não querem entender: a sucessão infinita de seres contingentes não dá suporte ao Universo, pois isso não é mais que uma soma de zeros.

     A única explicação para a existência do Cosmos é a ação criadora e mantenedora de um Ser Supremo, um Espírito Onipotente e Onipresente, a quem chamamos Deus.