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         Miguel Carqueija 

         Este é um mundo machista,

         violento e carbonário;

         se duvida então asssta

         a qualquer noticiário.

 

         Uma luz na escuridão,

         uma brisa refrescante,

         pra cumprir sua missão

         ela chega nesse instante.

 

         Uma cruzada de capa,

         combatente da Justiça,

         do caso ela já fez mapa,

         está pronta para a liça.

 

        

 

E o pedófilo, senhores,

         acostumado a fazer

         o seu circo dos horrores

         agora tem a temer

 

         quem com quatorze de idade

         não teme o homem covarde

         e até com temeridade

         o procura sem alarde.

 

         O tarado não espera

         o que vai lhe acontecer

         (é a bela contra a fera)

         e até mesmo de nascer

 

         ele agora se arrepende,

         porque a jovem paladina

         às outras jovens defende,

         como autêntica heroína.

 

        

É Davi contra Golias,

Chapeuzinho contra o Lobo;

o que é que tu valias

se fazes papel de bobo?

 

Pelas mãos de uma menina,

não vales mais nada enfim;

esta será tua sina

e este será o teu fim.

 

E ao monstro o anjo derrota,

galharda como ela só;

e segue então sua rota,

sem do infame ter dó.

 

E o anjo veio do nada,

e para o nada voltou; 

da justiça saciada,

ao mistério retornou.

 

 

Hayley Stark, com nobreza,

restaura a dignidade;

é verdadeira princesa

irradiando majestade.

 

 

 

Rio de janeiro, 19 de dezembro de 2013.

 

 

 

 imagem do filme "Hard candy" (O doce amargo), produção canadense-americana de 2005 da Vulcan e Lionsgate

 

Hayley Stark (Ellen Page) é a heroína de 14 anos que enfrenta o pedófilo assassino Jeff Kohlver (Patrick Wilson) num dos melhores filmes de todos os tempos.

 (Este poema homenageia a personagem que se tornou um ícone na luta contra a pedofilia)