[Flávio Bittencourt]

Obrigado, Rey

Uma crônica de Camila Piacesi, que compareceu ao sepultamento de Reynaldo Jardim, em Brasília, em 2.2.2011.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Acho que o Reynaldo nunca teve limitação para a criatividade. Ele não tinha limites, não aceitava ideias pré-concebidas, pré-estabelecidas. Ele falava que as pessoas que reformavam os jornais utilizavam modelos já existentes. Para ele, a reforma começava por uma página em branco.
Elaina Daher, jornalista, viúva de Reynaldo
 

(http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/cidades/2011/02/03/interna_cidadesdf,235729/emocao-no-adeus-a-reynaldo-jardim.shtml)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Ferreira Gullar, Lygia Pape, Theon Spanúdis, Lygia Clark e Reynaldo Jardim

(http://projetandohorizontes.blogspot.com/2010/11/disse-que-me-disse-helio-oiticica-os.html)

 

 

 

Ele era um fazedor de grupos. Eu brigava com ele às vezes, muitas vezes discordávamos de algumas coisas, mas tinha um carinho muito grande por ele. Ele é da geração de apaixonados por Brasília. E nós, apaixonados por ele.
Alexandre Ribondi, dramaturgo e ator"

 

(http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/cidades/2011/02/03/interna_cidadesdf,235729/emocao-no-adeus-a-reynaldo-jardim.shtml)

  

 

 

 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

 

 

 

 

 

"(...) Essa influência de Brasília, nas artes, é muito grande, não é?  Você vê... a quantidade de bons artistas plásticos que tem - não é? - é fantástica! De poetas, de músicos...  de músicos, aí! Todas as bandas daqui... de poetas, de músicos... tudo nasceu sob a influência climática, sob o céu, sob a arquitetura, sob a vida em Brasília, também!"

REYNALDO JARDIM,

depoimento gravado em vídeo,

Youtube:

http://www.youtube.com/watch?v=g1s1wgEwf8M ,

onde se pode ler (resp. OLHO Filmes):

"Entre várias atividades profissionais, sempre exerceu grande destaque na imprensa brasileira. Precursor da imprensa com textos criativos e projeto gráfico inovador, trabalhou em diversas capitais brasileiras até chegar a Brasí­lia, em 1988. Em Brasí­lia, foi editor do caderno Aparte, do Correio Braziliense e diretor executivo da Fundação Cultural do Distrito Federal. Tem dez livros de poesia publicados, entre eles Joana em Flor e Maria Bethânia, Guerreira, Guerrilha"

[postagem: 26.5.2010],

VEJA TAMBÉM, POR FAVOR:

http://www.youtube.com/user/OLHOfilmes

 

 

 

 

DEPOIMENTO DE UM DOS INTEGRANTES DO CONJUNTO MUSICAL COLINA,

DE BRASÍLIA:

"(...) TODO MUNDO [OS INTEGRANTES DA BANDA BRASILIENSE COLINA] DE BRASÍLIA, TODO MUNDO CRESCEU OUVINDO TODAS ESSAS INFLUÊNCIAS: LEGIÃO URBANA, CAPITAL INICIAL, PLEBE RUDE... (...) ACHO QUE O ROCK DE BRASÍLIA SEMPRE VAI SER UMA REFERÊNCIA PRA NÓS, ATÉ PORQUE A GENTE FAZ PARTE DELE, TAMBÉM. (...)"

CAPUCCI, baterista,

http://www.youtube.com/watch?v=YL2N9DWTnoA

 

 

 

 

"ESPERA UM POUCO AÍ EM CIMA, POR FAVOR, DR. REYNALDO

[EX-PRESIDENTE DA FUNDAÇÃO CULTURAL DO DF

DURANTE O MANDATO DO GOV. JOSÉ APARECIDO DE OLIVEIRA

(http://www.millarch.org/artigo/reynaldo-o-secretario-de-assuntos-esotericos)

E EX-SECRETÁRIO DE CULTURA DO DISTRITO FEDERAL,

NUMA DAS GESTÕES DO GOV. JOAQUIM RORIZ

(http://www.sc.df.gov.br/?sessao=materia&idMateria=110&titulo=HISTORIA)],

QUE DEPOIS, SE FOR POSSÍVEL, alegremente

A GENTE VAI, TAMBÉM!"

(COLUNA "Recontando estórias do domínio público")

 

 

 

 

 

 

                   FRATERNALMENTE ABRAÇANDO ELAINA DAHER, ESPOSA DE

                   REYNALDO JARDIM (1926 - 2011), E AGRADECENDO A

                   CAMILA PIACESI PELO TEXTO E PELAS FOTOS, AINDA QUE

                   SOLICITADOS POUCAS HORAS ANTES DO ENTERRO - só físico -

                   DO GRANDE REY

 

 

 

 

5.2.2011 (Brasília) - Ela, C. Piacesi, pediu para escrever a sua crônica de saudade com calma - A solicitação da estudante de Jornalismo (IESB, Brasília) CAMILA PIACESI foi acatada, porque ela ficou comovida no enterro de Reynaldo Jardim (quarta-feira, 2.2.2011, 18h30), e no final de ontem, sexta-feira, 4.2.2011, o texto chegou-nos, via e-mail. Obrigado, Camila.  F. A. L. Bittencourt ([email protected])

 

 

 

 

 

 

Obrigado, Rey

                                       Camila Piacesi

 

(ESPECIAL PARA O ENTRE-TEXTOS)

 

Não poderei, como gostaria de tentar fazer, pedir uma entrevista ao grandioso escritor e poeta Reynaldo Jardim, 84 anos. Morreu na noite desta segunda-feira, em decorrência de complicações causadas por aneurisma na artéria aorta abdominal, o jornalista Rey. Ele estava internado no Hospital do Coração de Brasília.

Nasceu em São Paulo, no dia 13 de dezembro de 1926, veio para Brasília no ano de 83, onde casou e teve três filhos, Rafael, Gabriel e Micael.

No início da carreira, foi redator das revistas "O Cruzeiro" e "Manchete", além de ter trabalhado em diversas rádios. Após sair do "Jornal do Brasil", em 1964, ocupou cargos como o de diretor da revista "Senhor" e o de diretor de telejornalismo da TV Globo.

Rey, um protagonista da reforma gráfica de jornais do país inteiro. Criou um estilo mais simples, e, com editorias mais divididas, trouxe uma praticidade maior ao leitor.

Não pude faltar ao enterro, ocorrido ontem, 2 de fevereiro de 2011, em Brasília, de um dos maiores escritores e jornalistas brasileiros.  Apesar de ter apenas 21 anos, reconheci grandes profissionais que estavam ao meu lado e me senti lisonjeada por estar ali, prestando uma última homenagem ao grande poeta.

Vi coroas de rosas vermelhas, brancas e amarelas, com dizeres que expressavam antigas amizades. Uma canção foi entoada em sua homenagem, pela amiga que depois abraçou a mulher do autor de "Sangradas Escrituras". Falaram amigos, um dos filhos e Elaina Daher, sua companheira de mais de duas décadas. Uma senhora, que transmitia o sentimento de profunda amizade por Reynaldo, leu um versículo da Bíblia.

Quando Elaina e Reynaldo se conheceram, ela, com 22 anos, estudava jornalismo. Foi entrevistar Rey e com ele se casou. A fala de Elaina, no enterro de seu marido, foi de saudade, mas não de tristeza. Afinal, como ele mesmo dizia, “quando eu morrer não quero nada de choro, só samba”!

Dentre várias pessoas que estavam presentes, reconheci o jornalista Jairo Viana, respeitado ex-colunista do Jornal de Brasília. O veterano militante político e pesquisador da história de Brasília e do Brasil Jarbas Marques, que foi preso e barbaramente torturado durante o regime militar, proferiu uma fala de amigo que muito me emocionou.

Quando seu filho falou, eu estava um pouco afastada, para tirar uma foto do grupo de amigos, parentes e admiradores do Reynaldo que estavam presentes, mas no dia seguinte, agora há pouco, li no jornal a carta que Micael escreveu a seu pai, depois do falecimento. Algumas dessas fotos ilustram a presente crônica. 

 De táxi, fomos ao Cemitério Campo da Esperança eu, Adrino Aragão, escritor amazonense que reside há muitos anos em Brasília, e Flávio Bittencourt, funcionário do Iphan e colaborador do portal Entre-textos, que me chamou para fotografar a despedida. Como minha máquina fotográfica estava emprestada e, por celular, não consegui falar com a amiga que está com ela, peguei outra câmera com uma parente, não podendo comparecer ao velório do corpo de meu colega, quando ainda estava sendo velado no Teatro Nacional. Além de fazer algumas fotos, resolvi escrever estas linhas, em forma de crônica, porque é difícil fazer um texto com isenção afetiva quando a personalidade enfocada é Reynaldo Jardim.

Reynaldo Jardim, seus feitos são tantos que se forem descritos, não caberiam aqui.

O mundo literário, midiático e da poesia foi totalmente mudado e reformado pela contribuição de Rey. Fiquei emocionada em seu sepultamento, mas, mesmo assim, consegui tirar as fotos.

Confesso que, ao chegar no Campo da Esperança, estava um pouco nervosa, porque eu tinha a missão jornalística a realizar, mas, me lembrando de quem foi Reynaldo Jardim, pude realizar a tarefa, acho que a contento, se houver benevolência de quem vê o seu resultado.

Imagino que se eu pedisse uma entrevista a Reynaldo, ele não se negaria a falar comigo. Afinal, o jornal que fundou, "O Sol", que deveria ser um jornal-escola - mas não um jornal-laboratório de faculdade, pois ele foi inventado para ser vendido nas bancas, como qualquer veículo de mídia impressa comum -, não permitiram que existisse, no tempo da falta de democracia no Brasil que foi o pós-64. Seria uma experiência crítica e criativa, para alunos de jornalismo, letras, artes, teatro, cinema, rádio & tv, publicidade e editoração. Para os alunos e para os leitores! Como Reynaldo Jardim afirmava que hoje falta o ponto de exclamação no jornalismo brasileiro, aí foi um, como gesto de carinho ao colega que partiu.

O legado de Reynaldo Jardim jamais será esquecido. Obrigado, Rey.

 

 

(3.2.2011; VERSÃO EM INGLÊS DESTA CRÔNICA:

http://www.portalentretextos.com.br/colunas/recontando-estorias-do-dominio-publico/the-legacy-of-reynaldo-jardim-shall-never-be-forgotten,236,5592.html)

 

[AS FOTOGRAFIAS A QUE C. PIACESI SE REFERE - por ela mesma captadas -, PODEM SER VISTAS NESTA COLUNA (a seguir, reproduzida está, novamente, uma delas), EM:

http://www.portalentretextos.com.br/colunas/recontando-estorias-do-dominio-publico/geracoes-de-jornalistas-se-encontram-no-funeral-de-reynaldo-jardim,236,5528.html]

 

  

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Foto: Camila Piacesi

[2.2.2011, especial para o portal Entre-textos:

é permitida a reprodução, desde que citada a autoria

e a fonte]

 

 

 

ALÉM DO CÉU DE BRASILIA:

Reynaldo Jardim,

Youtube:

http://www.youtube.com/watch?v=g1s1wgEwf8M

 

 

 

 

Reportagem de Fernanda Tavares 

Tavfernanandinhaa, 26 de janeiro de 2007 Colina - BANDA DE POP ROCK DE BRASÍLIA, matéria veiculada na Tv Record, Brasília

 "Em Brasília, a renovação de bandas [MUSICAIS] é constante e não é à toa que a nossa cidade [BRASÍLIA] é conhecida como a capital do rock Brasileiro. Nas garagens, blocos e faculdade, amigos se reúnem para tocar um som. Assim, nasceu a banda Colina, em referência aos blocos [PRÉDIOS ONDE FICAM ALOJAMENTOS DE ESTUDANTES E PROFESSORES] da Universidade de Brasília. A banda é formada por cinco amigos e lota as casas de show da cidade. O seu maior sucesso [A MÚSICA] "Uma vez mais" [COMPOSIÇÃO: Blanch e Felipe Loeffler] já foi tema de novela [NOME DA NOVELA === em edição ===], na interpretação de Ivo Pessoa. A música emplacou.  (...) Pra quem não conhece, Colina é uma banda de pop rock aqui de Brasília (...)".

http://www.youtube.com/watch?v=YL2N9DWTnoA

 

 

Apresentação da mesma banda na UCB (Universidade Católica de Brasília),

Youtube:

http://www.youtube.com/watch?v=UiAnmT8dH4k

 

 

 

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Se você tiver tempo e interesse, 

LEIA OUTROS ARTIGOS DE C. PIACESI:

"Falta incentivo em Brasília para bandas de jazz"

(blog Mural do Iesb [IESB: INSTITUIÇÃO DE ENSINO

SUPERIOR DO DF, PARTICULAR, CUJOS CAMPI (2)

LOCALIZAM-SE NO PLANO PILOTO]),

trabalho acadêmico-jornalístico, prático,

postado em 2.12.2010:

http://muraldoiesb.wordpress.com/,

onde se pode ver a seguinte fotografia:

 

 

 

 

 

 

 

 

 

"Banda tocando no Senhoritas Café na quadra 408 norte"

 

 

 

 

Pelas alunas Camila Piacesi e Célia Balbino,

Institulo de Educação Superior de Brasília - IESB,

disciplina Estilos de Redação, sob responsabilidade

da Profª. Luísa Lima (JUN. / 2009),

"Produtores reclamam perdas das nascentes de água":

http://camilapiacesi.wordpress.com/2009/06/22/

 

 

 

 

Um pequeno conto: experimentação literária

de C. Piacesi, quando a futura jornalista

tinha 18 anos de idade e estava cursando

o primeiro semestre da Faculdade

(pequeno "depoimento autobiográfico", ficcionalmente

criado),

"A verdade dói":

http://camilapiacesi.wordpress.com/2008/11/,

onde consta:

"(...) Estava tudo indo muito bem, acordei, levantei, me arrumei para ir a faculdade, quando o telefone tocou, minha mãe saiu correndo para atendê-lo. Foi quando começei a escutar uma conversa baixinha e disfarçada, percebi que mamãe ficou trêmula. Resolvi pegar o outro telefone disfarçadamente e escutar o que ela dizia. Falavam de um exame. Nessa hora mamãe percebeu que eu peguei o telefone e o desligou rapidamente.
Não quis perguntar nada, pois minha mãe já estava muito nervosa. Fui à faculdade pensativa, mas decidida de perguntar sobre tal conversa na hora do almoço. Mamãe sempre chegava junto comigo para fazermos o almoço. Mas nesse dia ela não tinha chegado e nem ligado para avisar o motivo da demora. Passei o dia todo ligando para o celular dela e ela não me atendia. Chegou dez horas da noite, com uma cara que nunca vi igual. Me chamou para o quarto e disse que tinha algo muito importante a me contar. Imaginava que seria sobre o tal telefonema.
Inesperadamente descobri que o tal exame era meu. Era um exame de DNA. Mamãe o fez escondido de mim, pois tinha uma dúvida que nunca teve coragem de descobrir. Sem mais palavras, ela me entregou o DNA, pediu desculpas e saiu. Li o exame. Descobri que não sou filha de papai, me desabei lembrando de minha falsa criação.
As perguntas que me vem agora são como vou contar isso a todos? Como vou descobrir meu novo pai? Como vou chamá-lo?
Esse talvez tenha sido o pior dia da minha vida, preferia nunca saber e deixar minha mãe morrer com essa dúvida. Minha vida agora não fazia mais nenhum sentido. Tudo que vivi foi falso, inútil. Apoiei-me em uma ilusão. Só me resta agora contar ao meu falso pai. E seguir uma nova jornada, á procura da verdade
  ". 

(postado em 30.11.2008)

 

 

 

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"Quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Cantatas de Natal JESUS COM JAZZ