[Maria do Rosário Pedreira]

No meu local de trabalho, sempre que «preciso» de ir fumar um cigarrinho, atravesso um longo corredor, no qual se dispõem à minha direita as mesas dos responsáveis pela comunicação e promoção dos livros de todas as chancelas do grupo. Os livros amontoam-se ali como em mais nenhum lado, já que é necessário enviar a jornalistas um bom número de exemplares para garantir que saem notícias e críticas acerca deles. Mas as capas das obras de Philip Roth saltam à vista entre todas as outras, pelo grafismo particular, do extraordinário Rui Garrido, e pelas cores vivas e contrastantes. E foi assim, de passagem a caminho do vício, que um dia destes descobri que a Dom Quixote acabara de publicar o livro de estreia do escritor norte-americano, intitulado Goodbye, Columbus, um pequeno romance sobre um amor de Verão, publicado originalmente em 1959, que o catapultou imediatamente para o lugar dos grandes, granjeando-lhe prémios e uma reputação que nunca mais lhe fugiria. Em Portugal, a edição junta à novela cinco contos do autor (que eu saiba, nunca publicados) e conta com a tradução sempre excelente de Francisco Agarez (desta vez não podia esquecer-me de o referir, pois é um grande tradutor). Mais um que não é possível deixar de ler.