O poeta Dílson Lages Monteiro e o Marataoã
Por José Fortes Filho
Para falar sobre Dilson Lages Monteiro, inicialmente, reportamo-nos ao vulto Gonçalo Soares Monteiro, natural do município de Água Branca, que nasceu em 1935 e faleceu em 2006. Foi funcionário do Ministério da Saúde, lotado na Fundação Nacional de Saúde. Era casado com a senhora Rosa Maria Pires Lages, de tradicional família de Barras (PI). Gonçalo Soares Monteiro era filho de Manoel Barbosa do Rego Monteiro e de Laudelina Soares Ribeiro, ancestrais de Dilson Lages Monteiro

Descendente de tradicional família de Barras (PI), município situado na região norte do Estado, o professor e escritor Dilson Lages Monteiro é filho do vulto Gonçalo Soares Monteiro e de dona Rosa Maria Pires Lages. O seu bisavô pelo lado paterno era o rico proprietário rural Umbelino do Rego Monteiro que era casado com dona Raimunda Soares Neiva.

Dilson Lages Monteiro pertence ao quadro de sócios efetivos e perpétuos da Academia de Letras do Vale do Longá (Alval), com sede em Barras (PI), a terra dos poetas e governadores. É titular da Cadeira 30, patronímica de Wálter do Rego Alencar, fundador da TV Clube de Teresina.

O professor Dilson Lages Monteiro foi eleito em segundo turno para ocupar a Cadeira 30 da Alval, no dia 14 de outubro de 1998, disputando com o dramaturgo e escritor Aci Campelo, que é imortal da Academia de Letras da Região de Sete Cidades (Alresc).

O primeiro ocupante da Cadeira 74 do Quadro de Sócios-Correspondentes da Alresc, poeta Dilson Lages Monteiro, símile de Da Costa e Silva na exaltação do rio de sua infância, explode em emoções ao consubstanciar as belezas e a importância geo-política do Marataoã, em estilística memorável.

Navega com competência e agilidade também na prosa, produzindo textos sobre assuntos os mais variados. Ele faz também da literatura o seu instrumento de trabalho, passando a impressão de não querer afastar-se dos anseios de inteligência. O que transforma em contribuição útil à coletividade, levando o saber por meio do seu Laboratório de Redação. Vejamos a poesia do autor:


M A R A T A O Ã
Por Dilson Lages Monteiro


O rio corre em meu coração
E separa os sentimentos da areia.

A vaga das águas vai
Virando pó em pensamento
E a estrada encurta distâncias.

O rio viaja no horizonte
Onde dançam os cabelos das carnaúbas
E soluçam os olhos do sol.

O rio corre em meu coração
E deságua nas correntes do caminho
Publicado originalmente no Portal Meio Norte: http://www.meionorte.com/josefortes