O poema começa num lugar: era aqui. Num tempo: com a noite. Chegavam serpertes do frio. As carícias envolventes. Flores da sombra, lilases, malmequer. Frutos, cerejas e malvas. Um passado. No campo? Recordaçoes de um pomar. De um amar. De um amor.


Era aqui. Chegavam,
com a noite, as serpentes
do frio, o novelo
das carícias. I
rompiam da sombra
os sôfregos lilases, des
folhava-se em nossas
bocas o
malmequer dos beijos.
Era
o tempo das
cerejas e das malvas.

Albano Martins, “Era aqui, era o tempo”

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