(Miguel Carqueija)


Outro caso interessante nesse assunto: Orson Welles

O INÍCIO E O FIM DE CARREIRAS NO CINEMA: ORSON WELLES




    Qual o primeiro filme de 0rson Welles (1915-1985)? Quase todo mundo responderá “Citzen Kane” (1941). Eu também achava isso até o dia de hoje, quando soube por matéria no jornal “Destak” de 2/5/2012, a respeito de mostra de Welles na Caixa Cultural, da existência de uma curta-metragem de 1934, “The hearts of age”, considerada o primeiro trabalho do cineasta. Sete anos antes do “Cidadão Kane”!
     Também fiquei sabendo de uma obra póstuma, “Dom Quixote”, de 1992. Segundo a matéria, é um filme “finalizado por seus colaboradores fiéis”. Também existe o documentário “É tudo verdade”, de 1993, resultado final do malogrado filme que Orson Welles tentou realizar no Brasil em 1942. Algo semelhante ao que aconteceu com Serguei Eisenstein e sua película “Que viva México!”.
       Welles tinha a fama de recuperar como ator em fitas até medíocres, o que perdia com as suas próprias produções. “Cidadão Kane” é uma obra difícil, mas genial pela sua forma, ainda que a história em si seja maçante. Precisa ser assistido com paciência. Já “O estranho”, de 1946, pareceu-me fraco vindo de um cineasta tido como gênio absoluto. Como ator, Welles domina em “O terceiro homem”, sufocante “thriller” policial de 1949, produzido por David O. Selznick. E nunca me esqueço do Welles já mais idoso, que apresenta com bastante à vontade o estranho documentário “O homem que viu o amanhã”, de 1981 (produção do competente David L. Wolper), perturbadora interpretação das discutidas profecias de Nostradamus.