0


A escassez e a ausência do ser feminino no seringal

O segundo aspecto que aparece com maior freqüência nas ficções da borracha é a escassez ou mesmo ausência da mulher no ambiente do seringal. (37) Sobre o desdobramento que o problema da escassez da mulher teve e poderia ter na ficção, Benchimol observa:

A grande angústia do tapiri era a solidão. E solidão é falta de mulher e amor. Isso até já se tornou tema comum e obrigatório em todo romance sobre a Amazônia. O seringueiro daqueles tempos, e ainda hoje, com intensidade já muito diminuída pela imigração do elemento feminino que passou a acompanhar o homem, ou era um homossexual ou um onanista. Há ainda análise minuciosa a ser feita entre o sexo e a seringa, entre a mulher, o tapiri e a ‘urbs’. Talvez resida numa bem estudada psicanálise da seringa, as origens daquelas alucinações dos ‘aureos tempos da borracha’[...]. (38)