O CURSO DE LETRAS: SUA IMPORTÂNCIA, DESAFIOS E PERMANÊNCIA
 Por Cunha e Silva Filho Em: 16/06/2018, às 20H28
Por Cunha e Silva Filho Em: 16/06/2018, às 20H28
O CURSO DE LETRAS: SUA IMPORTÂNCIA, DESAFIOS E  PERMANÊNCIA*
Professor Dr. Amós Coêlho da Silva
Estimados confrades da ABRAFIL
Senhoras e senhores
Prezados Estudantes de Letras
     Sinto-me muito honrado e grato com o convite que me fez o Presidente da Academia Brasileira de Filologia, Professor Amós  para que fizesse uma palestra sobre o Curso de Letras – tema que me foi sempre caro e muito inter-relacionado com a minha vida tanto de antigo aluno de Letras, modalidade português-inglês da Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil, hoje UFRJ, quanto na condição de  professor  de literatura brasileira e de língua inglesa do Curso de Letras  da  Universidade Castelo Branco, e de Professor  Titular aposentado  de língua inglesa do Colégio Militar do Rio de Janeiro. 
   Eis-me  aqui álacre e por isso extremamente motivado a desenvolver o tema em cujo título estão paratextualmente indiciadas as fases de desdobramento de minha ideias e visões sobre o assunto em exame.
  Gostaria de lhes tecer algumas considerações que elucidem melhor  o meu entusiasmo  jamais  arrefecido para tratar de tema tão oportuno  como falar do Curso de Letras em geral e sob uma perspectiva da realidade educacional  brasileira atual.   
  As minha motivações vêm de longe, tendo como  ponto alto aquele momento  sublime em que me vi  envolvido num dado  instante  no qual, dando uma aula de literatura  brasileira no Instituto de Educação Roberto Silveira,  Duque de Caxias,  senti como  que um espanto  epifânico, ou seja, a ideia,  surgida num lampejo de luz, de elaborar um livro  sobre o ensino de Letras destinado sobretudo a  alunos  egressos de escolas públicas  ou de escolas particulares  de ensino deficiente. Obviamente, a ideia-máter já devia estar germinando na minha mente e tinha como leit-motif os  anos de estudos na graduação com as alegrias, os sonhos, os ideais e  as dificuldades enfrentadas  e duramente superadas. O livro a ser escrito seria, em resumo,  um vade-mécum  de orientação  mais segura  a quem  está ingressando  no curso de Letras.   
  Com isso, lucrariam os estudantes que, em geral,  ao escolherem Letras, pouco ou quase nada sabem  do que os aguarda  quando adentram  os umbrais  do campus universitário. Permitam-me,  agora,  uma auto- citação  extraída do parágrafo final  do meu livro Breve introdução ao curso de letras: uma orientação, somente para lhes mostrar o que provavelmente   um neófito de   Letras, como foi o meu caso e seguramente o de futuros  estudantes,   psicologicamente sentiria no início do curso:
É aí que a pólis - a cidade do saber - embaralha a cabecinha do estudante, atordoada que fica com o labirinto universitário, com os códigos e mais códigos burocráticos, com esse campo imenso e variadíssimo aberto ao saber superior. Esquecido, contudo, de que, por trás dele, existe uma multidão de seres diferentes nos seus gestos, perspectivas e desejosos, como o foram no ensino fundamental e médio, de que a mão acolhedora se lhes estenda a fim de que a práxis universitária não perca o elo com a vida [... ] (p. 117)
   Daí que, na elaboração do livro, o meu principal objetivo seria dar  a minha modesta  contribuição  à melhoria do ensino de Letras no país a partir da perspectiva do antigo estudante  com as suas  deficiências de conteúdo e de formação teórica  incompleta.
  A exposição, embora  escrita  com passagens de natureza  autobiográfica, não deixa de adquirir maior objetividade  em alguns capítulos em virtude  de  ser  um  livro   que se propõe  levar  o leitor  informações  e recomendações, dicas e sugestões vasadas em linguagem didática  e accessível.
  Posto que lançada em 2009 e, assim, distante quase nove anos de nossos dias,  posso lhes assegurar  que os óbices  que atrapalhavam a vida  do estudante da época  da publicação,  ainda  se fazem sentir atualmente no que toca ao despreparo  dos estudantes na maioria oriundos de escolas públicas sucateadas    por sucessivos  governos estaduais ou municipais em todo o país. Poucas são as exceções a esse estado de deterioração do ensino  público  fundamental  e médio, situação deplorável  atingindo até  universidades  públicas  estaduais, como foi o triste  exemplo  da UERJ.
   Releva assinalar que não escrevi o livro pensando em alunos privilegiados provenientes de  colégios particulares ou federais com ensino de alto  padrão, alunos mais preparados  com bom repertório  de leituras e de conhecimentos de línguas modernas. Muitos desses alunos  fizeram  cursos de idiomas  no exterior ou até cursaram  o ensino médio  em países  adiantados. No livro denominei este tipo de aluno de highbrow (designação, de resto, irônica, que ouvi  há muitos anos  de uma querida   colega do curso de Letras), em oposição  a lowbrow, tipo ao qual  galhofeiramente  nos atribuíamos então por  não fazermos parte  do primeiro, um grupo fechado e pedante. Este fato me lembra  também  um texto de Aldous  Huxley (1894-1963), “I am a highbow,” texto que motivou admirável   réplica de  Gilbert Frankau (1884-1952), sob o titulo de  “I am a lowbrow.” 
  Feitas essa ponderações, passo ao primeiro tópico do tema desta palestra:  a importância do curso de Letras. Cumpre-me frisar com todas as letras (vale o trocadilho, mas com “L” maiúsculo) a relevância do Curso de Letras na preparação das gerações de profissionais  que vão atuar no  ensino fundamental e ensino médio, ou senão, dependendo  de seu preparo e prioridades,  cursarão  mestrado e doutorado  com a finalidade de  lecionar  em universidades. Não importa que outras áreas  do ensino superior não  nos vejam  com a grandeza  que o magistério de Letras merece ser reconhecido.          
  Se nossa área de atividade não tem recebido o devido apreço de parte da  sociedade, o que sairá perdendo será ela mesma. Uma sociedade incompetente linguisticamente até nos estratos mais  altos dará mau exemplo  diante de países cultos   que  devotam ao ensino da sua língua  nacional um lugar de realce.      Daí por que o ensino do inglês se disseminou por quase todo o mundo. Valorizando a sua língua, os Estado Unidos, a Inglaterra, por exemplo, pensaram  logo em  variadas  formas  de   fazer o inglês  ser disciplina  praticamente universal através do rádio, televisão  internet, de publicações de revistas sobre o inglês,  das suas  embaixadas, de bolsas de estudos, de intercâmbios culturais com  diversos países  do mundo. Naturalmente investiram muito dinheiro na propagação do ensino do inglês a fim de atingirem o ponto privilegiado de que hoje desfrutam. 
  Já houve época  até melhor naqueles países quanto à propagação do inglês. Recordo bem uma publicação americana, chamada Forum, de alta qualidade  para os estudos linguísticos, distribuída gratuitamente  para vários países e da qual fui assinante por muito tempo. Só com os problemas financeiros  mundiais,  ela deixou de ser impressa.  
  Ao não valorizarem  os estudos de Língua Portuguesa, carro-chefe  de todo o desenvolvimento científico,  tecnológico e cultural do país, os governos   dificilmente  atingirão  níveis altos e competitivos em todos esses campos da atividade humana. Quando um governador ou prefeito pagam mal seus professores, eles estarão prejudicando  a performance de seus  mestres em todos os níveis  de ensino. 
  Da mesma forma, na medida em que  preparamos  melhor os nossos  alunos de Letras, estaremos, mais adiante  colhendo  os frutos de melhores  profissionais  de língua portuguesa, de literatura,  de redação, os quais, por sua vez, hão de  formar  educandos e cidadãos  mais  aptos a   ingressar no mercado de trabalho  e conseguir melhores  condições de vida independente, o que vai redundar em  progresso  social  para o país.
  O Curso de Letras não é um penduricalho  estéril  no desenvolvimento de uma nação. São os docentes de Letras que  mantêm  a sobrevivência de nosso  aperfeiçoamento em campos cruciais dos estudos humanísticos, da latinidade, da  filologia,  da gramática  normativa, da  linguística,  da teoria literária,  dos estudos de línguas clássicas  como o grego e o latim, estes constituindo   dois  pilares  da cultura ocidental  e da  tradição dos bens imateriais  indispensáveis  ao aperfeiçoamento  do ser humano integral. Sem o conhecimento do latim e do grego, um ensaísta ou um crítico literário  não absorverá  adequadamente  uma leitura de  alta complexidade  e com citações nessas línguas, referindo-me, para ilustrar,  na literatura brasileira,   a algumas   passagens de textos do padre Antônio Vieira (1608-1697). 
   O segundo tópico seriam os desafios a serem arrostados no campo dos estudos literários de nosso curso de Letras diante de um espaço geográfico-planetário interligado pelos avanços vertiginosos da tecnologia, das ciências, do advento  da internet, das redes sociais e de suas  enormes possibilidades em termos de comunicação instantânea entre  os povos.
  Os desafios, no campo da informação,  que nos esperam são muitos e estão em constante transformação, a tal ponto que, se por acaso, navegamos pelo Facebook, a todo instante, somos surpreendidos com uma interminável acúmulo  de notícias em postagens de vária natureza comunicativa e ideológica e   com variadíssimos formatos,  visuais,  textuais,  sonoros, gráficos,  etc. Ora  tudo isso,  vai  se refletir  também  na área educacional  em todos os níveis de ensino, em todos os cursos. 
  Diante dessa  realidade   que, parece, veio para ficar,  o papel do Curso de Letras  deverá sofrer  igualmente  transformações em seus formatos tradicionais e nas metodologias, nas pesquisas e nos projetos  acadêmicos com vistas a atender aos reclamos dos novos tempos virtuais.        
  Consoante  agudamente observou um escritor americano, Philip Roth (1933-2018), falecido  nesta semana, em notícia  veiculada pela  televisão, a leitura sofrerá uma  inflexão, uma perda irreparável diante  das múltiplas  opções de procedência sobretudo  virtual. Pelo visto, ele quis dizer que cada vez menos se lerá, por exemplo, ficção. Pois os leitores estão se encaminhando para outros tipos de leituras não impressas e não necessariamente ficcionais. Não se sabe até aonde se vai chegar ante tantas  mudanças de hábitos  e de entretenimentos. A observação de Roth deixa sem dúvida  nuvens sombrias ao universo narrativo.
  Pois é em face desse caleidoscópio assustador de informações sempre renovadas e  de variadas instâncias  que devemos meditar com alto espírito crítico e honestidade intelectual sob pena de perdermos o nosso controle de usuários em trocas ciclópicas de informações velocíssimas de informações e contrainformações, algumas reconhecidamente nocivas como as fake news, as quais por vezes  colocam em xeque  a veracidade  de notícias ou de acontecimentos  ocorridos mas  divulgados  torcidamente ao público, fora aquelas montagens  em vídeo que podem, através de recursos  eletrônicos  de alta sofisticação, mudar partes de corpos humanos em cabeças de outras pessoas, ou usando a voz de alguém  em contextos de diálogos  falsos. Ou seja, criam-se realidade falsas passadas como verdadeiras ou vice-versa.
  Todo esse mundo virtual e visual de algum modo nos assusta e, se não nos acautelarmos, nos devorará como se fossem pirâmides egípcias.  É tempo, portanto, de prudência, equilíbrio e mormente  de sobriedade. Nunca valeu tanto a máxima “Virtus in medium est.” E, por isso  mesmo   é que não devemos sucumbir a esse ilusório  canto de sereia que nos toma um bom tempo  mais produtivo daquela “solidão” benfazeja  de que  nos  fala o crítico Álvaro Lins(1912-1970), essa solidão preciosa como antídoto à banalização do tempo perdido que  nos subtraem horas  de leituras dos livros impressos ou eletrônicos.
São estes desafios globalizados que, de certa maneira, modificarão alguns hábitos de estudo e, na    Universidade, que é um espaço aberto ao conhecimento sem fronteiras,  as modalidade dos diversos cursos de Letras oferecidos sofrerão certamente, por seu turno,  influências múltiplas, por exemplo, diante da escalada  de cursos de ensino superior privado   à distância ultrapassando há muito a porcentagem de cursos  universitários presenciais nas universidades públicas. Creio que um caminho para contornar isso seria melhorar o nível dos cursos presenciais e atualizá-los   aproveitando-se  de recursos  da informática  para implantar de forma complementar  estratégias pedagógicas de ensino-aprendizagem  que façam interagir harmoniosamente docentes e alunos. Há tempos vi uma experiência dessa natureza relatada por um professor de Letras da área de língua inglesa da Universidade de Brasília. As universidades públicas devem, sim, ser  competitivas em relação às privadas. 
   Por outro lado, vejo com algum receio que essa “invasão” virtual no âmbito do ensino  possa  acarretar alguns problemas de cunho acadêmico em nossas universidades  públicas. Neste sentido, ainda sempre vejo a presença do professor na sala  de aula como algo insubstituível, não obstante o ensino virtual tenha um professor-tutor à disposição do aluno e  dispondo inclusive de horários e dias agendados   para  a realização de  provas  com a presença do obrigatória do aluno. 
  Mesmo assim,  ainda mantenho uma posição conservadora  no tocante à indispensável  presença do professor em sala de aula em interação com os seus  discentes e a fundamental  convivência social no campus universitário de efeito salutar ao desenvolvimento psíquico  do aluno e daquela  sensação  de liberdade de estudo, de chegada e saída do campus, de trocas de ideias entre os universitários,  de encontros combinados para eventos culturais fora da Faculdade, do prazer  de ver os colegas  de aula, das conversas  nos corredores e nos jardins da Faculdade, das idas à biblioteca, das dúvidas tiradas com os professores, dos debates  em torno da matéria  dada,  do comparecimento a conferências, simpósios abertos aos alunos, do sentimento daquilo que chamo  “Universidade é vida.” 
  Só no campus é possível vivenciar todas estas situações que só enriquecerão a personalidade do alunado e a tornarão pessoa crítica, consciente  dos problemas ligados ao conhecimento, ao saber profundo, à investigação, à pesquisa, à universalidade.   
  Todavia, cientes dos  desafios que nos são lançados pelos tempos pós-modernos ou pós-pós-modernos (aqui aludindo a um tipo de momento de literatura contemporânea no país), me volto para o terceiro tópico, que é o da permanência dos  estudos literários e, portanto,  do curso de Letras entre nós.
Remontando ao tempo, veremos que os cursos de Letras, os quais foram  incluídos no conjunto de cursos  da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras  da Universidade de São Paulo,   no país, se  iniciaram em 1934, simultaneamente à criação dessa universidade, segundo nos informa o saudoso Massaud Moisés no verbete “Universidades,” constante do proveito Pequeno dicionário de literatura brasileira, em coautoria com  José Paulo Paes (1926-1998).  
   No Rio de Janeiro, a Faculdade Nacional de Filosofia da antiga Universidade do Brasil, depois chamada Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ),  foi fundada em 1939, sendo que a Universidade do Brasil criada em 1937. A UERJ, Universidade Estadual do Rio de Janeiro, mais conhecida pela sigla assim outras universidade do pais, segundo o historiador da literatura brasileira Afrânio Coutinho (2011-2000), no seu  pequeno  volume Notas de teoria literária, publicado pela Civilização Brasileira, em 1976, teve, primeiro por nome Faculdade de Filosofia do Instituto Lafayette, em seguida,  se tornaria Faculdade  de Filosofia da Guanabara e, finalmente, comporia a Universidade Estadual do Rio de Janeiro.
Afrânio Coutinho esclarece ainda que, em 1950, havia  submetido   um projeto de criação da disciplina teoria literária que seria incluída “... na primeira  série de todos os Cursos de Letras” (op. cit. p.1). O projeto foi aprovado pela Congregação da UERJ após receber “parecer favorável” da Professora Virgínia Cortes de Lacerda (1903-1959). Essa nova disciplina passaria a ser obrigatória em  todos os cursos. 
   Ao crítico baiano devemos assim esta contribuição ao desenvolvimento no país de  uma específica  abordagem do fenômeno literário em moldes atuais para a época, inclusive já acompanhada de um corpus  de conteúdo próprio a esta finalidade  pedagógica-acadêmica. Este primeiro passo  redundaria  na inclusão dessa disciplina nos currículos  de outros  curso de Letras pelo país afora e a Coutinho devemos  esse  pioneirismo   nos estudos literários brasileiros. 
  Só compreendo o sentido de permanência  de nosso cursos de Letras na medida em que  certas  exigências   e pré-requisitos sejam  alcançados numa guinada  a patamares  de maior otimização de desempenho  e de mudanças efetivas   de comportamentos  tanto da parte  do alunado quanto  dos docentes.   
   Entre essas exigências no que toca aos estudantes de Letras,  enumerei  as seguintes para as quais   as mudanças  seriam   proveitosas a uma  melhoria do ensino de Letras:
1.	O preparo do aluno;
2.	O que é intrínseco à vocação para a área de Letras;
3.	A importância do conhecimento de idiomas modernos e clássicos;
4.	O que o aluno deve evitar durante  o Curso de Letras;
5.	O que pela vida afora deve ser princípio básico de sua competência como professor;
6.	A importância dos trabalhos acadêmicos;
7.	A bibliografia como instrumento básico de pesquisas e revisões  bibliográficas;
8.	A complementação pedagógica;
9. A escolha correta e amadurecida das vocações nas variações das áreas e subáreas no campo  das Letras;
10. A validade da Pós-Graduação;
11. O valor da interdisciplinaridade.     
 
  Todo esse conjunto de recomendações e exigências só servirá para possibilitar um mais elevado padrão de nível de formação  intelectual do aluno e  do futuro professor  do ensino médio ou superior. Desta maneira, almejo, esperançoso, a despeito da crônica desvalorização dos docentes, que, num futuro não muito tardio, surjam governantes hábeis, éticos e comprometidos  com a Educação Brasileira em todos os seus níveis e com o proposto firme de ter pelo docente  em especial  uma das  suas  preocupações constantes, já que   ele  é sujeito de ação  de qualquer  reforma em direção a avanços   civilizacionais.
Muito obrigado!
* NOTA:  PALESTRA PRONUNCIADA PELO   PROF DR. FRANCISCO DA CUNHA E SILVA   FILHO  NA ACADEMIA BRASILEIRA DE FILOLOGIA  HOJE,    DIA 16/06/2018. LOCAL: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO RIO DE JANEIRO(UERJ),  AUDITÓRIO , 11 ANDAR, RAV. 112/114, Bloco F.
 

 
                            
 
                                 
                                 
                                             
                                             
                                             
                                             
                                         
                                         
                                        