[Flávio Bittencourt]

O caboclo Paxiúba, personagem assustador de Rogel Samuel

O fortíssimo Lothar, personagem de Lee Falk e Phil Davis, é um simples mordomo de um mágico aristocrático, ao contrário do gigante Paxiúba, do romance O amante das amazonas, que encarna o mistério das matas do Norte do Brasil. 

 

 

 

  

  

 

 

EM 2011, ANO DA CELEBRAÇÃO DOS CEM ANOS DO NASCIMENTO DE

LEON HARRISON GROOS (LEE FALK),

O CRIADOR DO MANDRAKE E DO FANTASMA,

e do centenário do:

LANÇAMENTO DA PRIMEIRA EDIÇÃO DO ROMANCE O triste fim de Policarpo Quaresma,

OBRA CLÁSSICA DO ESCRITOR BRASILEIRO, AFRODESCENDENTE, LIMA BARRETO;

LANÇAMENTO DE Vitória-Régia (EM MANAUS, ESTADO DO AMAZONAS [BRASIL]),

ÚLTIMO LIVRO DE MARANHÃO SOBRINHO;

FURTO DA PINTURA MONA LISA, DO MUSEU DO LOUVRE (PARIS); e

do nascimento das seguintes personalidades:

Emil Cioran, Marshall McLuhan, Paulo Gracindo, Georges Pompidou, Ronald Reagan,

Alfonso García Robles (diplomata mexicano, prêmio Nobel da Paz em 1982),

David Seymour (fotojornalista polonês-americano) e Roy Rogers

 

 

 

 

"(...) Em 1911 [ÉPOCA EM QUE ANTÔNIO BITTENCOURT GOVERNAVA O ESTADO DO AMAZONAS, BRASIL], Manaus vivia uma quadra de intensa atividade econômica e cultural. Foi quando [O POETA MARANHENSE, SIMBOLISTA] Maranhão Sobrinho publicou seu último livro, Vitória-Régia. Foi mais um sonho realizado pelo poeta de estro marcado pelo uso intenso de substantivos e adjetivos. (...)"

(http://www.recantodasletras.com.br/biografias/872951)

 

 

 

 

 

"1953. Eu (DRA. CLOTILDE TAVARES, da UFRN, médica e professora, pesquisadora na área de Nutrição, que se dedica a atividades artísticas assim chamadas "práticas" e, também, à pesquisa dita "teórica") e meu irmão Braulio fantasiados de "turcos". Braulio de calça de seda azul, blusa branca e bolero preto bordado de lantejoulas, Na cabeça um chapeu feito de cartolina com areia prateada; eu uso saia de várias cores de seda, e na cabeça um turbante (ai, meu Deus! esse turbante nunca ficava no lugar) de seda violeta - que Mamãe chamava de "ciclámen". Nos pés, tênis e meias brancas para "pular" o frevo sem machucar os pés... Cada um com sua lança-perfume e o saquinho de confetes."

 

(http://clotildetavares.wordpress.com/2010/02/14/antigos-carnavais/)

 

  

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

  

 

 

O multipremiado ator Djimon Hounsou, trabalhando:

ELE FOI LOTHAR EM FILME DE ESPIONAGEM

[Jax of Heart, EUA, RODADO EM 2010] INSPIRADO

EM MANDRAKE

(veja, por favor, adiante [vídeo Youtube], falso - mas

muito bem elaborado - "trailer" desse ainda não lançado

filme, cujo título é JAX OF HEART [MAS, NO "TRAILER",

APARECE UM TÍTULO MUITO MAIS IMPACTANTE:

MANDRAKE, THE MAGICIAN...],

http://www.cinemovies.fr/fiche_film.php?IDfilm=16214 e

http://www.cinemovies.fr/perso-Djimon+Hounsou-1-2-0.html;

foto de divulgação acima reproduzida:

http://www.celebrityring.info/zoom.php?pic=Djimon-Hounsou-5.jpg&celebrity=Djimon%20Hounsou)

 

 

 

 

 

"QUE O PROFESSOR R. SAMUEL NOS PERDOE, MAS,

MESMO SABENDO QUE O PAI DO CABOCLO PAXIÚBA

É QUE ERA NEGRO, uma vez que o filho já era cafuzo, O ATOR

QUE EU ESCOLHERIA, SE ME INCUMBISSEM DE TOMAR ESSA

DECISÃO, PARA INTERPRETAR O GIGANTE DO JURUÁ SERIA

O NÃO-CAFUZO ATOR - UM GIGANTE DA INTERPRETAÇÃO

DE PERSONAGENS, NO CINEMA - DJIMON HOUNSOU"

(COLUNA "Recontando estórias do domínio público")

 

 

 

 

 

CHAPÉU TURCO, VERMELHO

(NÃO SE SABE BEM A RAZÃO,

MAS O GIGANTE LOTHAR USAVA UM):

 

(http://www.bigfestas.com/categoria_sel.php?pag=4&cat=5&sub=98)

 

 

 

 

POR FAVOR:

VERIFIQUE A ETNIA - africana - DOS VOCAIS DA CANÇÃO PRINCIPAL,

cujos autores são ELTON JOHN (música) e TIM RICE (letra),

DO DESENHO ANIMADO DE LONGAMETRAGEM

O REI LEÃO (versão em JAPONÊS adiante está

indicada, para que se veja como fica a combinação

musical nipônico-zulu):

" 'Circle of Life' (no Brasil e em Portugal, 'Ciclo sem fim') é uma canção escrita por Elton John e o letrista Tim Rice para o filme animado O Rei Leão (1994), da Disney. No filme, é interpretada por Carmen Twillie (vocais femininos; Kika Tristão na versão brasileira e Ana Paulino na portuguesa) e o músico sul-africano Lebo M (vocais em língua zulu). Elton John incluiu uma versão pop na trilha sonora, que recebeu um videoclipe e depois um single (#11 no Reino Unido e #18 nos EUA). (...)"

(http://pt.wikipedia.org/wiki/Circle_of_Life)

   

 

 

 

The Lion King - Circle of Life (Japanese Musical Version),

Youtube:

http://www.youtube.com/watch?v=4LgzPIXkfz4&feature=autoplay&list=PL1030CE1B87682D49&index=5&playnext=2

 

 

 

THE JURUÁ EXPERIENCE (A experiência [RIO] Juruá, Estado do Amazonas, Brasil):

"THE JURUÁ RIVER HAS MANY STORIES...",

Youtube:

http://www.youtube.com/watch?v=2alYd5whm5c&feature=related

 

 

 

[IMAGENS DA HISTÓRICA LUTA] Rickson Gracie vs Rei Zulu.mov,

"RICKSON vs KING ZULU - rematch - Rio de Janeiro - 1984"

[GINÁSIO DO MARACANÃZINHO, ANTES DE PROGRAMAÇÃO INTERNACIONAL DE PUGILISMO],

Youtube:

http://www.youtube.com/watch?v=7u-lmW8gqZg&feature=fvst 

(clip from THE GRACIES AND BIRTH OF THE VALE TUDO)

 

 

 

Mandrake The Magician Trailer,

Youtube:

http://www.youtube.com/watch?v=UecHod6YbGM,

onde se pode ler - a narração do clip está em inglês -, 

na explicação do argentino "CPMASTER446":

"Mandrake El Mago TRAILER - Este es mi Trailer (fan made) 

de Mandrake el Mago. Aparecen, el Cobra, Lothar, y Narda".

[NÃO É PRECISO ACRESCENTAR QUE "CPMASTER446" -

que é o apelido de alguém, da Argentina, no Youtube - 

APRESENTOU DJIMON HOUNSON NO "PAPEL DE LOTHAR" -

as aspas constam porque o take utilizado foi de outro filme -,

NO CURIOSO E BELO "trailer"-MOSAICO QUE

INTELIGENTEMENTE EDITOU] 

   

 

 

 

 

O GRANDE ATOR JI-TU CUMBUKA, 

que foi LOTHAR na série de televisão 

(de 1979) MANDRAKE, O MÁGICO,

EM FOTO RECENTE: 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

(http://www.filmous.com/person30542/)

  

 

 

 

 

REI ZULU, ATUANDO (MUITO BEM)

COMO ATOR NEÓFITO,

INTERPRETOU Mestre Irineu

NO VÍDEO O SENHOR DA FLORESTA

(documentário premiado de Mivan Gedeon,

lançado em março de 2008): 



Rei Zulu

 

 

 

 

 

 

 

(http://www.afamiliajuramidam.org/comunidade/o_senhor_da_floresta.html)

 

 

 

 

 

"(...) Ambientada nos anos trinta, a história nos mostra Mandrake elegantemente vestido em finos ternos, usando cartola e luvas e uma capa forrada em vermelho. Morando em Xanadú, propriedade fantástica no alto de uma colina, combatia os criminosos usando a hipnose como arma. Sua noiva, a princesa Narda de Cockaigne, fictício reino na Europa oriental, e seu companheiro inseparável, Lothar, gigante príncipe africano que abandonou sua tribo para acompanhar o mágico e surrar os bandidos com sua força, eram os personagens mais constantes nas histórias. Lothar, provavelmente, foi o primeiro personagem negro nas histórias em quadrinhos, mesmo que de uma forma caricata, usando roupas de pele e um chapéu típico turco. (...)"

(http://pt.wikipedia.org/wiki/Mandrake)

  

  

 

 

 

REPRESENTAÇÃO ESCULTÓRICA DE COMO PODERIA SER O MAPINGUARI,

QUE É UM SER FEIO - enquanto Lothar (personagem de ficção) e o Rei Zulu

(lutador que existe, mesmo) são belos seres humanos -, BASTANTE DIFERENTE,

PORTANTO, DO GIGANTE PAXIÚBA, mas tanto o mapinguari quanto Paxiúba

fazem evocar os terríveis perigos contidos no coração da Floresta Amazônica:

 

(http://tudolevaapericia.blogspot.com/2010/07/parque-nacional-mapinguari-67-ultimo.html)

   

 

 

 

 

"QUANDO O ESCRITOR ROGEL SAMUEL DESCREVE O GIGANTE PAXIÚBA COMO UM

CAFUZO MUITO FORTE CUJA ALTURA É QUASE UM METRO E NOVENTA CENTÍMETROS,

É DIFÍCIL NÃO NOS LEMBRARMOS DE DOIS NEGROS FORTÍSSIMOS: Lothar, O MORDOMO

DE MANDRAKE, O MÁGICO, personagem ficcional das estórias em quadrinhos estadunidenses,

e o praticante brasileiro de luta-livre cujo nome-de-guerra é REI ZULU, um cavalheiro pacato,

honesto e generoso, que existe na vida dita verdadeira"

 

(COLUNA "Recontando estórias do domínio público")

 

 

 

 

 

"(...) Em 1898.
Naquela época, havia o bugre enorme, caboclo Paxiúba. Tinha quase um metro e noventa de altura. Cada braço valia um monstro. Era bicho do mato, me lembro dele. Vi briga dele, vi a mosca morta fedorenta da morte, a conversa dele, assassino, sim, sim, sem sussurro. Aquele bugre era filho de um negro, de um barbadiano sem nome, com uma índia caxinauá. É o que dizem. Mas isto sei. Conheceram o pai dele, na estrada de ferro Madeira-Mamoré. O pai ainda era maior. Mas morreu cedo, de malária.

Como sempre, ali naquele término se desembainha o Igarapé Bom Jardim – tão belo! - que desce no misterioso Jordão que corre ao largo do Rio Tarauacá que vai morrer no Alto Juruá de águas barrentas como leite - que sai triunfantemente no Solimões, no Amazonas, o Rei de todos os rios. O meu Rio. O Amazonas é o meu rio!
(...)"
 

(O igarapé do inferno, Capítulo 6,

romance posterior a O AMANTE DAS AMAZONAS  e a TEATRO AMAZONAS

[O IGARAPÉ DO INFERNO E TEATRO AMAZONAS SÃO

ROMANCES RECENTES DE ROGEL SAMUEL],

http://oigarapedoinferno.blogspot.com/2011/05/o-igarape-do-inferno-6.html,

sendo que os grifos - dois trechos sublinhados - assim não constam no original)

 

 

 

  

 

"(...) Rei Zulu X Rickson Gracie: O Maior Clássico do Vale-Tudo Mundial

(...) Antes do combate histórico começar, no ringue, Rei Zulu debochava de Rickson Gracie imitando uma galinha, era uma alusão ao fato do Gracie ser jovem, franzino e um “anão” perto dele. A primeira luta ocorreu em Brasília em meio a um público ensandecido, foi um Vale-Tudo autêntico, infelizmente a gravação da luta foi perdida, sobrando apenas fotos achadas recentemente e que foram publicadas na revista “Gracie Magazine n.90” que traz logo na capa Rickson acertando cotovelada no pescoço de Zulu. Com isso podemos ter a dimensão que todos que viram a luta falam, que foi uma luta realmente selvagem e a mais difícil tanto de Rickson quanto de Zulu, segundo eles próprios… Logo no começo da luta Gracie desfere uma joelhada em Zulu, quebrando-lhe os dentes, Zulu no seu vigor de 1,90 m e quase 100 kg, mesmo sangrando muito continua na luta como se nada tivesse acontecido e consegue jogar Rickson Gracie 3 vezes para fora do ringue, há uma foto (página 32) em que Rei Zulu desfere um violento golpe nas costas de Rickson e este cai fora do ringue, o público vai a loucura. Há também aquelas que mostram Rickson já nas costas acertando cotoveladas e outra socando nas costas (página 33).

Por fim, o inimaginável aconteceu, o Grande Rei Zulu não era imbatível e conheceu a sua primeira derrota para um menino de 20 anos, Rickson vence por mata-leão, mas a luta continua entre o público pró- Jiu-Jitsu e Pró Luta-Livre, houve quebradeira dentro e fora do ginásio. (...)".

(http://pt.wikipedia.org/wiki/Rei_zulu

 

  

 

 

"(...) Lothar est le serviteur de Mandrake. Au tout début de la série, c'était un esclave noir qui appelait Mandrake "maître". Au fil du temps, les moeurs évoluant, il s'est contenté d'un "patron" un peu moins raciste. C'est le roi d'une tribu d'Afrique (Mandrake ne fréquente que des rois et des princesses). Les liens patron/employé entre Mandrake et Lothar ont peu à peu fait place à une grande estime. Lothar est très fort. Quand la magie de Mandrake n'est pas efficace pour combattre un adversaire, les poings de Lothar sont redoutables. (...)"
 

 (http://www.bdoubliees.com/seriesauteurs/series1/mandrake.htm)

 

  

 

 

 

ric4.jpg

 

 

 

 

 

 

 

 

(http://uminomukougawa-br.seesaa.net/article/26114500.html)
 

 

 

 

 

 

 

                             HOMENAGEANDO A VIÚVA DE LEE FALK,

                             ELIZABETY MOXLEY, que colheu, NO ÚLTIMO DIA, anotações de nova estória

                             de seu marido - e a concluiu -, essa personalidade que, hospitalizada, com

                             máscara de oxigênio, CONTINUAVA, aos 88 anos de idade, 

                             A CONTAR ESTÓRIAS MARAVILHOSAS

                             APENAS PARA A SUA SENHORA (naquelas circunstâncias adversas),

                             OS PRESTIDIGITADORES PROFISSIONAIS,

                             do passado e do presente,

                             QUE TANTA ALEGRIA LEVARAM OU LEVAM (ESPECIALMENTE ÀS CRIANÇAS)

                             PARA AS PLATEIAS ÀS QUAIS COM FREQUÊNCIA SE APRESENTAM,                            

                             O LENDÁRIO LUTADOR BRASILEIRO

                             CASIMIRO DE NASCIMENTO MARTINS - O FABULOSO REI ZULU -,

                             OS COMPETENTÍSSIMOS LUTADORES DA FAMÍLIA GRACIE,

                             O ROMANCISTA (DA SEGUNDA GERAÇÃO DO 

                             PÓS-MODERNISMO BRASILEIRO) ROGEL SAMUEL,

                             A PESQUISADORA DA ÁREA DE TEORIA DA LITERATURA

                             NEUZA MACHADO, OS MÚSICOS

                             ELTON JOHN, TIM RICE E LEBO M (LEBOHANG MORAKE), OS

                             ATORES CINEMATOGRÁFICOS

                             JI-TU CUMBUKADJIMON HOUNSOU E

                             O REALIZADOR DA ÁREA ARTÍSTICO-AUDIOVISUAL

                             MIVAN GEDEON, que filmou Rei Zulu, novo ator, em DVCAM,                          

                             A TODOS ELES [os que ainda estão vivos, dentre os quais

                             não se inclui o sempre lembrado mágico HOUDINI]

                             DESEJANDO MUITA SAÚDE E

                             VIDA LONGA E - in memoriam - PARA OS CRIADORES

                             DAS FANTÁSTICAS ESTÓRIAS DE

                             MANDRAKE, O MÁGICO:

                             LEE FALK (LEON HARRISON GROOS, 1911 - 1999) E

                             PHIL DAVIS (PHILIP DAVIS, 1906 - 1964),

                             QUE VIVAMENTE HABITAM AS PÁGINAS IMORTAIS DA NONA ARTE

                             POR ELES GENIALMENTE CONCEBIDAS

                       

 

 

 

11.6.2011 - Lothar é um simples mordomo de um mágico (que, por sua vez, é um verdadeiro dândi ou almofadinha) chamado Mandrake - Já Paxiúba, o enorme cafuzo do romance O amante das amazonas, de R. Samuel, encarna o grande mistério da Floresta Amazônica. (NÃO DEVO CONTAR QUE PAXIÚBA, EM MOMENTO LANCINANTE DO LIVRO, MORRE PARA NÃO MATAR, mas nada mais se falará sobre o entrecho de O amante das amazonas.)  F. A. L. Bittencourt ([email protected])

  

 

 

"Terça-feira, 5 de agosto de 2008 

A leitura de Neuza Machado

 


Rogel Samuel


O início do capítulo quarto do nosso “O amante das amazonas” ou “PAXIÚBA” diz assim :


“E CHEGA que alguém diz: “Bons dias” (a voz como era?) - sim, que quem se introduz nesta estória e então fala é o enorme bugre caboclo Paxiúba, naquela época com cerca de dezenove anos, mas já bem dotado de grande, de fome, de alto, de um metro e noventa e dois de altura, ah, bem me lembro inteiro dele sim, a gente fica velho mas, antes de morrer, a memória a gente aviva, e nela vive, até o tampo do tempo nos apagar, gatão lustroso que passa sua língua, nada, no para, o esquecido, tal que logo desaparecemos que vai ser como se nem nunca tivéssemos existido, nem mesmo como personagem de ficção que é o que é. Mas o olho burro tudo vê, e registra - mosca da vida sobre a rosa de sangue e da conversa vã. Pois sim. Que diz-que Paxiúba era filho de um negro barbadiano da Madeira-Mamoré com uma índia Caxinauá que não conheci, e se tomou lendário e eterno - ele-mesmo se aproximando assim, remando silencioso e feroz pela face da manhã, no luxo de frente do porto do Laurie Costa, que ficava na margem esquerda do Igarapé do Inferno, submerso e distribuído pelo prestigioso vale.
“Pois se aproximava somente para dizer: “Bons dias”, e assim se referia a uma certa e acocorada Zilda, esposa do Laurie Costa, lavadeira das roupas, agachada sobre a prancha lisa, lixiviada, de Itaúba, tabuão de sabão, - ela nem o tinha visto e pressentido em suas costas feito um jacaré inteiro estirado imenso - Paxiúba na montaria, espetáculo bom de ver, mas literário, mas enorme de belo, que já o conheci assim, escuro caboclo e tigre, grandão, desenvolto, olho de cobra, de bicho, poderosamente selvagem, no vivo, no ensolarado do olho amarelo, luminoso, feroz, sobre musculatura nobre de dar inveja às estátuas do Louvre, erguida cabeça sobre o pescoço grosso, sólido, de muito viva, e guerreira, assassina, arisca subjetividade - era assim que ele vinha, cínico, atravessador, a ninguém poupando ou aturando, nem a juiz, como se dissesse: “te conheço: sei quem és” - o certo da culpa, gesto indecente e ameaçador, de assustar policial - seu poder vinha do cheiro de camaru que arrancava da vítima fácil confissão antecipada, sim, enfraquecia e anestesiava a gente, nos dando um sono sob seu pulso, que se sabia dele em quem nunca se pôde confiar - impondo mole aquilo que o sustentava nos seus sangrentos desígnios e poderes, saberes e prazeres, o que encontrava no fundo de nós-mesmos, arrancados e submetidos à acessibilidade, ah, o bruto, mas fundamental, da impressão fugidia para a certeza, correta e culposa, que coage, que oprime, na lógica da nossa tenebrosa região infantil, a revelar-se, impelida, à força hipnótica, para fora, para novas submissões, e sorrisos, se infiltrando nas fendas do poder de onde imperava, ardiloso e interno, na interseção vazia e na interdição da resposta, na inversão das forças a ré, malandragem desmascarava única nobreza, qualquer dignidade sobrevivente: “Diga sua verdade” - era a linguagem da ordem de seus olhos no risco do seu sorriso sensual e perverso, sublinhado por esboço de pecado que nos fotografava, que nos dizia, no espelho avaliado das baixezas. Paxiúba era bom de não se encontrar de repente, na estrada deserta. Exigia prudência, medo e prática muda da obscura familiaridade com a ternura se via na transmissão de seu segredo. Em uma palavra: explícito. Quando se retirava, a gente se persignava. Porque se efetivava guerreiro de épocas irregulares, de tempo inverso, remotíssimos mecanismos ardilosos, das possibilidades do corpo, privilegiadas, sexuais, capazes de muito realizar, sedimentando o músculo vivo e assumido. Paxiúba, emblema da Amazônia amontoada e brutal, sombria, desconhecida, nociva. E a montaria [CANOA], transpostos os espaços da vigilância, esbarrava nela, na prancha do cais onde Zilda lavava roupa branca e pura, iluminada, a espuma saindo e se indo assim de sabões e bolhas de vidro, se esparzindo na bordadura branca da superfície do rio espelhado de sol e na purificação religiosa da água.”

A leitura de Neuza Machado (“ O Fogo da Labareda da Serpente.: sobre O Amante das Amazonas de Rogel Samuel”. Rio de Janeiro: N. Machado, 2008. 105p.) se inicia desse modo:

“Manifestado à moda dos lendários heróis de misteriosas histórias de cerimônias e cultos diversos, Paxiúba é a encarnação mítico-ficcional de antigos guardiões extravitais (de qualquer arcabouço esotérico da humanidade, humanidade esta quase sempre conduzida por elementos das forças sobrenaturais), os quais povoaram, ao longo do tempo, a poderosa imaginação reduplicada, sintagmática, do mundo dos conceitos veneráveis. Paxiúba se configura como o símbolo das forças da natureza selvagem do Amazonas (no caso, o estrato mítico-substancial da sociedade indígena amazonense), e, acima de sua aparência exterior, a matéria épica se faz presente no relato ficcional, realçando o prestígio prosopopaico de sua natureza humana.
“Se me encontro aqui como apreciadora de obra ficcional da pós-modernidade, envolta em minhas próprias teorizações analítico-fenomenológicas sobre um assunto no qual eu mesma me alterco constantemente, confirmo que em O Amante das Amazonas há um altíssimo grau de entropia no sistema de narração (ausência da ordem narrativa à moda tradicional). Para explicitar o seu personagem mítico-ficcional Paxiúba, o criador pós-modernista de Segunda Geração se vale dos enclaves narrativos, tão do gosto dos escritores pós-modernos/pós-modernistas da Primeira Geração. Entretanto, enquanto autor-criador de um novo direcionamento estético-ficcional, mais de acordo com a vivência do homem do século XXI, objetivou abandonar o estereótipo (lugar comum) do personagem reificado (inacreditável, fantasioso) da primeira fase, procurando descortiná-lo por meio de um olhar diferenciado (o ser mítico a se transformar em humano), circunscrito a insólitos acontecimentos dinamizados. (Preciso esclarecer que os escritores do final do século XX, dos anos 80 para cá, perceberam as qualidades intrínsecas das regras sócio-culturais do século XXI, e, por sua vez, como participante ativo daquele momento, o narrador rogeliano enxergou criativamente a mudança que já se avizinhava).

“A entropia narrativa, no século XX, surgiu das pioneiras modalidades sócio-culturais capitalistas, intermediárias de uma novíssima ciência, baseada em um conjunto de métodos científicos, de novas modalidades existenciais que visavam resolver os problemas do homem pós-moderno. Fundamentado-se em normas predominantemente científicas e em transmissões de notícias generalizadas oferecidas pelos meios de comunicação em evidência naquele momento (rádio, televisão e cinema), as mensagens saíam de uma realidade cotidiana, poderosa, mas que já chegavam descaracterizadas aos destinatários, propiciando espetáculos insólitos. Assim, a técnica discursiva da propaganda impôs suas diretrizes no universo ficcional da pós-modernidade, naquela Primeira Geração de escritores ficcionistas, obrigando-os a “criar” seus textos ─ sintagmáticos ou paradigmáticos ─ pelo ponto de vista de uma realidade liquidificada, reduzida a diversas cópias (ou colcha-de-retalhos, ou patchwork quilt) de conceitos vitais diversificados e entrelaçados, conceitos esses vistos pelos críticos da literatura do final do século XX como simulacros de uma realidade há muito despojada de suas características fundamentais.”
 

 

 

 

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"Casimiro de Nascimento Martins, conhecido por Rei Zulu, (São Luís do Maranhão, 9 de junho de 1947) é um lutador de vale-tudo brasileiro. É pai do também lutador Zuluzinho. Rei Zulu ficou famoso por desafiar lutadores do Brasil e de outras partes do mundo. Em 1980, depois de 17 anos de competição, Rei Zulu era considerado invicto após 150 lutas. Foi então que, Rei Zulu lançou um desafio à família Gracie para provar quem era o melhor Vale Tudo fighter de toda a nação.

Tambem invicto Rickson Gracie lutou com Rei Zulu em um combate televisionado histórico no Brasil. Em uma luta dura, Rei Zulu perdeu sua invencibilidade quando Rickson Gracie o derrotou por finalização. Em um reencontro poucos anos depois, Rei Zulu foi derrotado novamente por finalização. Porém, no dia 30 de Novembro de 1984 Rei Zulu alcançou sua maior vitória sobre o competidor Sergio Batarelli, lutador de kickboxe de contato, no evento JJ vs MA-Jiu-Jitsu vs Martial Arts.

Rei Zulu já era considerado uma figura lendária em MMA (Mixed Martial Arts) e continuava a lutar. Em 1990, foi derrotado por nocaute por James Adler. Em 6 de Abril de 2000 no Piauí, Brasil em um combate televisionado, Rei Zulu, com 55 anos de idade, perdeu por nocaute para Wellington Dourado. Rei Zulu perdeu o combate quando foi atingido, caindo do rigue e desmaiando ao bater com a cabeça no chão.

Porém Rei Zulu continuou a lutar, pois esta é a unica profissão que ele conhecia. Em 2007, aos 62 anos, Rei Zulu teve três lutas no Brasil e venceu todas elas por nocaute. (...)".

(http://pt.wikipedia.org/wiki/Rei_zulu)

 

 

 

 

 

 

(http://www.bdoubliees.com/seriesauteurs/series1/mandrake.htm)

 

 

 

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"Lee Falk: 100 anos do criador do Espírito-Que-Anda [FANTASMA]

Em 28 de Abril de 1911 nascia em St. Louis, no estado americano do Missouri, Leon Harrison Gross, um dos mais importantes e influentes criadores e roteiristas dos quadrinhos do início do século XX. Lee Falk - nome com o qual ficou conhecido profissionalmente - foi o responsável pela criação de dois dos pioneiros personagens dos quadrinhos: O Espírito-que-anda Fantasma e Mandrake, o Mágico.

Lee-Falk-Fantasma-Mandrake

Lee Falk e suas mais famosas criações

 

Após se graduar na Universidade de Illinois, Lee trabalhou como redator em uma agência de publicidade, escreveu e produziu programas de rádio para uma emissora de sua cidade natal. Nessa época conheceu um jovem ilustrador chamado Phil Davis, e juntos criaram as histórias do mágico Mandrake, que venderam para o King Feature Syndicate, de Nova Iorque.

Mandrake-davis

Mandrake por Phil Davis (clique para ampliar)

Com o sucesso de Mandrake, Lee Falk e Phil Davis criam o Fantama. Publicado pela primeira vez em fevereiro de 1936, o mascarado da fantasia púrpura rapidamente ascendeu ao panteão dos grandes heróis das HQs com a história de Kit Walker, o 21º de uma linha de combatentes do crime que começara em 1536, com a chegada de um antepassado seu, vítima de um ataque de piratas, no país africano fictício de Bengalla. O Homem que Não Podia Morrer não tinha nenhum super-poder, confiando em sua astúcia e na reputação de homem imortal conseguida com a passagem do título de Fantasma de pai para filho, geração para geração.

A parceria com Phil Davis durou até 1964, quando este morreu e foi substituído por Fred Fredericks.

Fantama

O Fantasma

No teatro, Falk encontrou uma nova paixão a partir dos anos 50. Produziu pelo menos 300 peças durante toda sua vida, e dirigiu mais de 100. Os elencos de suas peças incluíram nomes como Marlon Brando, Charlton Heston e Paul Newman,

Lee Falk morreu em um hospital de Nova York em março de 1999, aos 88 anos de idade. Ele escreveu histórias do Fantasma e do Mandrake literalmente até o dia de sua morte. Em seus últimos meses de vida, mesmo tendo de usar uma máscara de oxigênio, ele seguiu ditando as histórias para sua esposa Elizabeth Moxley, que terminou de escrever a última história do Fantasma criada por Lee, deixada interminada depois de sua morte. E cem anos depois de seu nascimento, com dois personagens que permaneceram por mais de 70 anos em suas mãos, seu legado continuará por aqui, cada dia mais forte e mais importante para o mundo das histórias em quadrinhos.

Com informações da Revista Trip"

(http://horadasaida.verywell.com.br/2011/04/29/lee-falk-100-anos-do-criador-do-espirito-que-anda/)

 

 

 

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"Zulu version of the soundtrack has got to be one of the most powerful and beautiful of them all"

(A VERSÃO EM  [IDIOMA] ZULU DA TRILHA SONORA TEM DE SER UMA DAS MAIS PODEROSAS E BONITAS DE TODAS),

SEGUNDO COMENTÁRIO [por "KanuTGL", há dois anos] DE WEBESPECTADOR À SEGUINTE

VERSÃO DA ESPANTOSA MÚSICA DE ABERTURA DE REI LEÃO (composição: Elton John & Tim Rice),

Youtube:

http://www.youtube.com/watch?v=YQeN-2ssJfw

 

OBRIGADO, LEBO M!

 

PROTEGEI-ME, MAMÃE ÁFRICA!