NUMA MANHÃ EM CASA AGUARDANDO COM ALEGRIA O JOGO DO BRASIL E SÉRVIA
Por Cunha e Silva Filho Em: 24/11/2022, às 13H12
NUMA MANHÃ EM CASA AGUARDANDO COM ALEGRIA O JOGO DO BRASIL E SÉRVIA
CUNHA E SILVA FILHO
Foi um pensador convertido ao catolicismo, Tristão de Athayde (pseudônimo de Alceu Amoroso Lima,1893-1983 ), ensaísta erudito, polígrafo e prolífero (dominava e escrevia sobre várias áreas do conhecimento) e um dos mais completos estudiosos e críticos do Modernismo de 22, o da Semana de Arte Moderna, em São Paulo, que se referia ao futebol chamando-o de o “grande catalizador.” Já alhures me referi a essa definição daquele auto.,
É sabido que o grande e polêmico Lima Barreto (1881-1922) nunca gostou de futebol. Nem mesmo já li alguma coisa dele explicando por que não estimava um esporte tão cheio de “multidão,” embora com um defeito grave: o de tornar alguns torcedores, diria até grande parte da população, fanáticos, vândalos em certas partidas. O melhor torcedor é aquele que aceita as regras do jogo, não os baderneiros e delinquentes que deveriam ser punidos com leis duras e cumpridas à risca se não fosse pelo relativismo de nossas Justiça lenta e leniente diante penas condenatórias, o que evidencia um entrave retroalimentador da alta criminalidade atuante e, amiúde, triunfante em todos os níveis socais.
Já é um truísmo segundo o qual a “polícia prende e a justiça liberta.” Urge passar al impo as nossas instituições de segurança: desde as polícias estaduais passando pela polícia federal até às próprias Forças Armadas, cujo papel mais proeminente é a boa formação de nossos soldados e de todas as patentes do oficialato num sentido que tudo convirja para serem a defensora, sem intromissão político-partidária, e sem esprit de corps, intransigente de nossas Carta Magna e da sociedade civil. Seu papel central, sua função máxima é defender o nosso país contra inimigos invasores e ao mesmo tempo defender a nossa pátria contra quem inflija a manutenção da Ordem de Direito Democrática. As Forças Armadas só serão estimadas pela sociedade se permanecerem estritamente obedientes aos ditames constitucionais. Sem essas premissas nucleares,. não há país que se sustente sob a égide da paz, da concórdia, da liberdade de expressão e do respeito à segurança de seus compatriotas. Em resumo, sem democracia autêntica não existe sentido pleno de Nação independente e livre.
Estamos, por conseguinte, diante de uma atmosfera asfixiante e assustadora, sem um base de proteção legal e protetora das vítimas das ilicitudes que nos leva à ficção kafkiana às avessas. A sociedade civil clama por justiça contra a vilania de alta frequência contra vítimas inocentes e despossuídas. Estamos cansados de invocar a proteção do cidadão brasileiro nos bairros, nas cidades, nos estados , nos campos. Se m atacar frontalmente a criminalidade nos seus vários graus e dimensões e sem a valorização urgente da educação nacional o país estará comprometendo o seu futuro e a sua tão decantada democracia real. Não vivemos de realidades virtuais. Desejamos sobrepujar os grandes males sociais e avassaladores com os quais nos defrontamos na cotidianidade brasileira. A falta de apreço aos políticas brasileiros se deve primordialmente a essa ausência de leis constitucionais que nos livrem da impunidade sem trégua.
Ora, o fanatismo é um dos sentimentos mais odientos que conheço porque pode, quase sempre, desembocar em violência extrema, em terrorismo, cujas ações são sempre pusilânimes e atingem os que nada têm com a história e as implicações provindas da ignorância bárbara e banalizadoras de vidas humanas. Aqui no Brasil, chega a ponto de provocar covardias hediondas, com vítimas fatais. As torcidas precisam modificar-se, civilizar-se e aceitar o conceito valioso do fairplay Essa é a atitude mais grandiosa de um bom torcedor: saber ganhar e saber perder.
E por fanatismo aludo também a religiões partidos políticos, etnias, opções de gênero, racismo aviltante a esta altura do século 21, entre outros aspectos cruciais e bárbaros, primitivos e desumanos da estrutura da sociedade civil.
Quanto a mim, pobre mortal, não desgosto desse esporte, cuja origem se deu na Inglaterra e era esporte de grã-finos. Coisas da vida: com o tempo o futebol, aqui no Brasil e mesmo fora do país, se tornava cada vez mais popular e atingia em cheio todas as classes da pirâmide social. Foi muito bom que assim se transformasse. Excetuando as barbaridades que ainda se entranham na cultivo do futebol brasileiro sobretudo, é um esporte saudável, convergindo para gerar um comportamento de altíssimo alcance de união entre as nações de confraternização de povos com diferentes costumes de vida e modos de ver o mundo. O futebol desse modo, caso típico da invasão covarde da Rússia contra a Ucrânia torna-se um componente relevantíssimo para unir nações em inúteis guerras destruidoras da humanidade e sobretudo do patrimônio cultural das nações independentes.
Na verdade, algum tempo atrás, me definia como flamenguista., mas observando mais detidamente isso ocorreu no tempo em que lecionei no ensino fundamental e médio. Meus alunos m um vez ou outram me perguntavam por qual time torcia. Eu sabendo que o flamengo era um dos times mais populares entre os cariocas, pra não parecer indelicado aos meus alunos, dizia que era flamenguista. Observava naquele tempo que o flamengo tinha um rival que, geralmente era preferência da elite: o fluminense. E mais, os professores sabiam que, pertencendo a algum time, tinha um ótimo ponto de partida de estimular melhor os seus alunos em suas disciplinas.
Havia mestres que gastavam alguns minutos trocando ideias com os alunos sobre os resultados dos jogos recentes entre times rivais. Com isso, os professores amantes do futebol ganhavam pontos positivos e conquistavam mais a simpatia do alunado. Um desses mestres lecionava língua portuguesa e literatura. Tinha vocação para ser um professor querido e respeitado por todos. Tinha inclinação para a arte de Calíope e adorava ser convidado para ser paraninfo das turmas de formação de professores, as conhecidas e antigamente chamadas normalistas.
Seus discursos de paraninfo despertavam a atenção e o entusiasmo dos presentes na formaturas e dos formandos realizadas ao anoitecer visto que eram recheados de citações e de alusões poéticas, principalmente de teor romântico. Em dia de paraninfo vestia-se com esmero e exibia um semblante sério, Nem parecia ser aquele professor contador de piadas como bom carioca que era e fumante inveterado. Uma vez, após o seu falecimento precoce, eu lhe dediquei um arremedo de poema, cujo valor, a meu ver, somente poderia situar na minha sinceridade de amigo e de admirador desse mestre tão amado pelos alunos e alunas.
Diante deste meu computador ficarei torcendo pela seleção brasileira no Catar.O me entusiasmo hoje mais sereno. Aceito, de bom grado o resultado que tiver a partida de hoje, mas como o futebol é um esporte universal, na hora do “vamos ver” a gente como que se transforma num torcedor de Copas Mundiais e aí entra o lado bom de brasileiro, álacre . festivo, pândego, carnavalesco e sobretudo patriota, cujo símbolo maior se tornam as cores de nossa bandeira com a legenda de “Ordem e Progresso”, de expressão positivista comtiana. Ninguém que seja parte ou cidadão de uma nação competidora na Copa 2022 consegue ser indiferente a esta festa mundial. Brasil e Sérvia se enfrentarão.
A Sérvia sabe, é claro, que somos o “país do futebol,” um país campeão, onde aqui nasceram grandes atletas do que os americanos chamam de soccer. Aqui temos Pelé, tivemos Garrincha, temos Zico, Romário, Ronaldinho, o fenômeno, e, agora Neymar, entre outros notáveis craques que honraram e dignificaram a nossa Seleção. Que o Brasil, sob a direção do técnico Tite, nos traga mais uma vitória com todas as homenagens de todos os brasileiros que anseiam por mais um título, hexa. Aqui, em casa, nesta manhã com aparência chuvosa, fico aguardando com ansiedade, a conquista brasileira desse grande esporte “catalizador”, mesmo dos que pouco entendem de futebol como este cronista. Que essa vitória pela qual torcemos nos venha amenizar e unir mais um povo sofrido social e politicamente como o nosso.
O país continental não merece clivagens ideológicas sem diálogos e convivência mais amistosa e civilizada entre os partidos políticos, a engrenagem do Estado Brasileiro e o povo em vários ângulos da sua estrutura social, na qual, um povo em desassossego é refém ,tanto nas metrópoles quanto no interior de males crônicos ameaçadores da paz da sociedade brasileira, na qual, ao arrepio das leis, em guetos de criminalidades sem limites a bandidagem impera, manda e demanda ainda conta com cumplicidade asquerosa da impunidade - esse cancro que parece não ser nunca extirpado de nossa sociedade sob ameaça constante dos perigos letais que nos cercam impiedosamente.
Onde estão os meios de segurança nacional? A quem podemos recorrer? Quem manda no país entre um governo que sai e outro que vai entrar. Que entre para o bem de toda a nação e seja firme para debelar os mais prementes e devastadores males da vida social brasileira atual. Que a Copa 2022, durante o jogo de hoje, seja, em nosso país, livre dos perigos dos assaltos e da covardia de bandidos. Que se torne, pelo menos, um oásis durante ao peleja entre a Sérvia e o Brasil querido dos homens de bem. .