NOTAS À MARGEM DE POLÍTICOS DO RIO DE JANEIRO
Por Cunha e Silva Filho Em: 25/10/2016, às 13H01
Cunha e Silva Filho
O eleitorado carioca bem informado e consciente do que seja um bom candidato há de convir que os dois candidatos à prefeitura, Marcelo Crivela e Marcelo Freixo, não são absolutamente os políticos ideais para se tornarem o novo alcaide que ficará à frente da administração da bela cidade do Rio de Janeiro, principalmente se levarmos em conta a alta relevância histórica, cultural, paisagística e turística dessa metrópole no cenário internacional. Os defeitos de um e de outro candidato são diferentes mas nenhum dos dois reúne o que sonhamos para a nossa cidade.
O Rio de janeiro, cidade que se diz ser a mais politizada do país, pelo nível político, ideológico e e de baixa expectativa que, em geral, os eleitores têm pelos candidatos, mais uma vez, se mostra como um incógnita que não acena para nenhum bom governo à frente da prefeitura. É de se lamentar a que nível baixo moral chegou a política carioca e , por extensão, a política nacional.. Na verdade, o Rio de Janeiro tem sido vítima de administradores que mal chegam à mediocridade tanto na prefeitura quanto no governo estadual.
Temos tido o que há de pior nos últimos anos, com raras exceções, como a de Marcelo Alencar (1925-2014) como prefeito que tirou o Rio da bancarrota em que o deixou o Saturnino Braga, não obstante ser este um competente senador, homem de bem, culto, mas um péssimo administrador. Tivemos o Brizola no governo estadual que, no geral, fez alguma coisa boa, como, por exemplo, o cuidado com que teve pela educação mas falhando em outros setores,por exemplo na segurança.
O Moreira Franco, como governador do Rio de Janeiro, fez um governo burocrático, medíocre e não deu importância à educação,. Pagava pessimamente o professorado e outras categorias funcionais.
O prefeito César mais, a meu a ver, fez uma boa administração. Tratou o funcionário público de forma com respeito e se revelou um bom administrador.Tratou a educação com sensibilidade e respeito.
O governador Garotinho decepcionou o eleitorado, como governador. Prometeu muito e não fez quase nada, inclusive nas suas promessas de livrar o Estado da violência já alta no seu governo igualmente desapontou os fluminense . Tornou-se mais um político fisiologista e não legou praticamente nada de importante de sua administração.
Tivemos Sérgio Cabral como governador do Rio de Janeiro. Não há muito a falar desse governador. O que no mínimo se poderia afirmar é que foi um dos mais impopulares governadores que o Rio de Janeiro já conheceu. Autoritário, tratou mal o servidor público do Rio de Janeiro Pouco realizou e ainda se caracterizou como um governante nepotista, mais politiqueiro do que administrador. Seu mandato foi muito tumultuado, com greve de servidores e repressão policial truculenta. Sua administração foi pontuada com denúncias que lhe foram dirigidas pela imprensa acerca de controvertidas realizações de obras públicas. É um político sem mais futuro e logo cairá no olvido da sociedade.
Os governos biônicos estaduais do tempo da ditadura da mesma forma agiram apenas burocraticamente, tocando a máquina sem nenhuma eficiência digna de nota.
O único governador que, a despeito de suas posições políticas muito polêmicas e em virtude de seu temperamento combativo e de suas com tradições, fez uma boa administração no então recém-criado Estado da Guanabara ( a cidade do Rio de Janeiro que, na época, virou o Estado da Guanabara, hoje, Estado do Rio de Janeiro) com a transferência da capital do país, em 1961, para Brasília, foi Carlos Lacerda (1914-1977). Jornalista de amplos recursos, grande orador, culto, refinado intelectual, escritor, tradutor, Lacerda, na lembrança dos mais velhos ainda divide as opiniões e continua sendo uma figura controversa e ao mesmo tempo provocativa do ponto de vista de suas ideias e de seu papel na cena política brasileira. Lacerda é mais conhecido pelo seu lado político controvertido do que por seu real .valor como administrador competente, quiçá o governador que mais tenha realizado obras públicas de alta envergadura para o melhoramento da população do Rio de Janeiro, como foi a construção da estação de tratamento de água do Guandu, livrando os cariocas da centenária escassez de água com boa distribuição, dando, além disso, especial atenção à educação, à saúde e a construções de túneis ligando a Zona Norte à Zona Sul.
Quanto ao Eduardo Paiva, para ser franco, nos dois mandatos tem sido um administrador que cumpriu pelo menos com alguns compromissos: nunca deixou de pagar em dia o funcionalismo municipal, fez algumas obras ousadas e altamente dispendiosas (quem sabe, intimamente desejando ser um novo Pereira Passos, engenheiro que governou o Rio de Janeiro de 1902 a 1906 e se notabilizou por uma série de obras que mudaram a fisionomia urbana do Rio de Janeiro) como a área do Porto do Rio de Janeiro e outras obras que deixarão marcas de um governo dinâmico, descontando o lado falastrão de sua personalidade.